Por Amauri Nolasco
Sanches Junior
Eu não acho que existam no meio da política nenhum “santo” e
não apoio o PSDB e nenhum partido, mesmo o porquê, sou um libertário (sim, um
ANCAP), e não sou tão a favor do ESTADO. Mas não estava dando para continuar
uma prefeitura como era a prefeitura do petista Haddad, que aliás, não tinha
administração nenhuma. Talvez, tenha sido um erro ter eleito o psdbista João
Dória Jr (só o tempo dirá), mas foi um reflexo muito bem exposto da arrogância
petista. Ora, o Haddad não gostava do munícipe, deu teu governo para gerentes
de segunda linha terem o controle e o desastre foi feito. Deu dinheiro para
pessoas viciadas (que os traficantes agradeceram), deu poder a SPTrans deitar e
rolar no transporte público (tanto, que o gerente do ATENDE fazia o que queria
e ninguém fazia nada), tirou remédios entregues em casa, tirou a visita
residencial para pessoas com deficiência e para o idoso. Além de colocar
ciclofaixas em pontos que não faziam sentido, avenidas que não caberiam haver
faixas e colocar radar eletrônico em todos os pontos inventando multas
absurdas.
A zona leste ficou largada e só fez na zona sul (como Haddad
falou no debate), então, essa é a resposta de tudo que está aí e mais uma vez
se prova que a esquerda perde por não cumprir suas promessas. Não se governa
apenas para uma parcela das pessoas – vulgo munícipe – pois corre-se o risco de
ser injusto. Eu acho que a democracia, mesmo sendo o melhor sistema político
que temos, é caro e injusto, pois vale um voto sendo que você nunca dará por
completo, sua opinião sobre. Duvida? Vá
no Facebook e confira essa guerra infantil entre direita e esquerda.
Os inteligentes ou acham ser, vem com a conversa fiada que
os governos de esquerda são mais humanos, mais solidários por ter dado algumas
“migalhas” ao povo (não gosto do termo pobre). Não acho. Pelo simples fato de
precisar desse governo de esquerda e ele fazer igual os governos de direita
fazem, então, porque devo apoiar um governo que é do mesmo jeito? Por outro
lado, por achar que as democracias são injustas e muito caras, eu sempre
desconfio de pessoas boas que querem achar que no mundo existem só “idiotas
uteis”. Não é idiota como o senso comum diz, mas o idiota que etimologicamente
o termo veio, ou seja, aquele que não quer saber da vida pública.
Etimologicamente, vem do grego clássico “idiotike” que eram
pessoas que não queriam saber nada da “coisa pública” que depois, os romanos vão
chamar de “res-publica” e será a forma de organização do ESTADO a partir dali. Aliás,
o livro do filósofo Platão só ficou “A Republica” durante, muito provável, na
idade média quando redescobriram suas obras a partir dos árabes mulçumanos. O nome
é “Politeia”, ou seja, aquilo que é o grande “Leviatã” de Thomas Hobbes. Assim,
o que Lenin – líder da revolução russa – queria, provavelmente, dizer que quem não
se preocupa com a “coisa” publica. Já o “politikon”, eram os cidadãos que iam a
Àgora (praças de discussões políticas) onde eram discutidas as resoluções da “Politeia”
e da melhor maneira possível, achar meios de fazer. Claro, que a democracia
como forma de governo e de legitimidade de escolha é a melhor maneira política que
conhecemos hoje (não a perfeita), mas hoje, ela é bastante injusta e dá um ar de
uma ingênua liberdade de fazer e pensar o que quisermos.
Mas cuidado, quando digo para sermos cidadãos (politikon) não
quer dizer para ser chato que só existe uma coisa no mundo, não existe. Porém, não
vamos ser idiotas (idiotike) que achamos que o mundo é feito de elefantes cor-de-rosa
e não é, é muito mais do que isso. Isso é uma alienação. Ser alienado é saber
da realidade e não saber o que é real ou não, acreditar que as pessoas são “boazinhas”
por isso ou por aquilo. Não acredito na bondade de ninguém. Muitos livros que
publiquei não foram vendidos nem aqueles que gostavam dos meus textos,
compraram. Sou cético até comigo mesmo. O ceticismo deveria ser o meio onde o filósofo
deveria se olha e olhar a humanidade meio de longe, onde as pessoas se
confundem e confundem os outros, sempre a culpa da minha desgraça existencial é
a do outro. Mas quem escolheu ser o que é? Quem escolheu não melhorar? Aceitar “esmolas”
de todo tipo? Para mim um idiota sempre vai ser um idiota a partir de um
pensamento pequeno e mesquinho, porque sempre se sente inveja daquele sucedido.
Sempre se acha que o bem-sucedido vai nos trazer desgraça, vai nos trazer a escravidão,
vai trazer a desculpa de não sermos pessoas melhores.
A vida tem duas vias: ou você fica estagnado numa vida de
pobreza e ignorância, ou fica com uma vida bem-sucedida e com conhecimento. Ter
conhecimento é ter tudo. Não achamos que aqueles que leem tudo, sabem tudo e
testam tudo são CDFs, mas serão os senhores do mundo. Os CDFs (cabeças de
ferro), sempre dominaram tudo, sempre vão evoluir acima dos demais por causa do
conhecimento. Não confundamos conhecimento com sabedoria ou, conhecimento e
esclarecimento. O esclarecimento é a “porta” para o entendimento daquele
conhecimento e está bem longe da sabedoria.
Não acredito em “heróis”, não acredito em salvadores políticos,
acredito na expressão de Aristóteles “zoon politikon”. Na essência, Aristóteles
disse que todo ser humano é um “animal” que exerce a cidadania, que se preocupa
com a comunidade e quer sempre o melhor e o mais ético e moral. A grosso modo,
a humanidade são seres por natureza, sempre à procura de entender o significado
de se saber certas coisas e a política, não é diferente. Não à toa, o mesmo Aristóteles,
vai dizer que o ser humano é um ser que busca o conhecimento e ao saber. A internet
foi uma grande caixa de Pandora (a ninfa curiosa) que os governos abriram para
a humanidade e irá sim ajudar o ser humano a evoluir. Existe esperança no meu
pessimismo realista. Mas essa evolução vai ser muito gradual, somos (pelo menos
os ocidentais), ainda muito dualistas, muito parciais e muito idiotas em certos
assuntos. Não se quer pesquisar, não se quer ter a informação verdadeira, não se
quer evoluir moralmente, pois é muito mais fácil acreditar do que ler.
O petismo não ganhou porque se acreditou num projeto de
melhorar a política com um conceito trabalhista, mas não podemos achar que o
conceito trabalhista é um conceito de “carregar no colo”. Eu, particularmente,
sou a favor do ESTADO mínimo que tenha uma economia que dê oportunidades e não que
dê falsas esperanças e sustentem os que escolheram viver da pobreza. Sim,
existe gente assim. Como existem pessoas que não tiveram mesmo oportunidade,
mas que poderiam fazer suas vidas melhores. O petismo não ganhou pela sua
ganância e sua maneira irresponsável, de governar. Só.
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