quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ser cético dentro da política e nas redes sociais



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"Sexto Empírico foi um cético grego da escola pirrônica e um médico clínico que viveu provavelmente durante o final do século II d.C" (fonte: Site Crítica do filósofo luso, Desidério Murcho)

Um ceticismo prudente é o primeiro atributo de um bom crítico.
O caso do ex-presidente Lula é um caso claro de ceticismo da política. Para quem não sabe, o ex-presidente foi chamado de ladrão quando num dado momento do seu discurso, começou a dizer que os promotores da força-tarefa da Operação Lava Jato, são na verdade, “canalhas”. A muito tempo, venho acompanhando essa caravana que está levando o ex-presidente pelo Nordeste e pelo visto, sendo um dos maiores currais eleitorais do PT, a coisa não está sendo tão boa como pensava o partido. Sempre se põe a culpa no juiz Moro, nos promotores sobre a baixa dos eleitores do partido, mas a verdade, é pelas ações muito bem documentadas dentro da mídia e dentro das redes sociais.

Para entender esse fenômeno natural, temos que entender o que é o verdadeiro ceticismo e o porquê ele nasceu. Ser cético não é sinônimo de ateísmo, ser cético é sempre ir muito além de uma mera dúvida, pois, um cético é o que se chama de um “chato”. Ser ateu é não acreditar em nenhuma divindade, porque para ele, não faz nenhum sentido que uma inteligência maior tenha construído toda a realidade possível. Mas, um ateu ao contrário de um cético, ainda coloca a ciência empírica como uma questão de fé e que ela, por ser palpável, também é colocada como a grande salvadora do mundo. No entanto, sabemos que a mesma ciência pode construir a cadeira de rodas no qual estou sentado, como pode fazer várias bombas de hidrogênio (que são muito mais destrutivas do que as bombas de plutônio), que podem destruir milhares de vidas num só ato de loucura. Talvez, a minha visão da ciência é sempre cética do intensão que se faz dela e o porquê as pesquisas desembocam sempre, na área armamentista. Armas dão mais dinheiro, a não cura de doenças dá mais dinheiro, as sondas espaciais dão muito mais prestígios e fazer guerras, como no caso dos Estados Unidos, é muito mais importante do que cuidar das vítimas da fome africana ou até mesmo, dos tornados que devastam seu próprio território. Qual o inimigo maior? O próprio ego.

O ceticismo na verdade, é um sistema filosófico fundado pelo filósofo Pirro de Elis (318 a.C.-272 a.C.), que acompanhou Alexandre Magno em suas expedições pelo mundo até então, conhecido. O ceticismo tem    a base que há uma única afirmação, que o ser humano não é capaz de atingir uma certeza absoluta em saber a realidade ou o conhecimento especifico. Ao contrário do ceticismo está o dogmatismo, que não só é religioso, mas é uma coisa dentro de qualquer questão humana. A ciência pode ser dogmática, por exemplo, em algumas questões. Um cético não é dogmático porque questiona tudo que lhe é apresentado, como eu faço em alguns textos – bem mais do que muitos que se intitulam filósofos – até mesmo, as religiões.

O fenômeno das redes sociais são um fenômeno de senso comum, as pessoas escrevem o que “acham” e quem “acha” nunca tem certeza de nada. A questão dentro da filosofia sobre “certeza” e “nada”, é muito interessante e tem muito a ver com o ceticismo. Embora o filósofo Nietzsche seja chamado de existencialista, para mim, ele na verdade era um cético que questionava tudo e todos, mas não quer dizer que ele era ateu, quer dizer que ele questionava os muitos dogmas. Ele dizia que não há nenhuma “certeza” que tenha algo absoluto, as “certezas” não são absolutas e podem mudar. Por isso, a grosso modo, ele escreveu que “não há fatos eternos e nem verdades absolutas”, porque sempre as “verdades” são “certezas” que muita gente, adora acreditar. Se você acredita, não é uma realidade e sim, uma crença e aí que está o problema de se acreditar e não de se analisar. O “nada” na tradição filosófica não seria a ausência de algo, para nós filósofos, o “nada” pode sim ser questionado se realmente, “o nada existe? ”. O filósofo francês Sartre vai tratar o nada como uma oposição do ser, mesmo assim, seria a existência de algo.  Kant, filósofo do século dezoito, vai dizer que a questão do “nada” é um “pseudoproblema” e não pode ser levado a sério. Para o filósofo Heidegger a questão fica interessante, pois ele pergunta: "por que existe o ser e não o nada?", e então, essa pergunta totalmente metafisica, se torna uma pergunta cosmológica.

O “nunca ter certeza de nada” se torna algo do tipo, como se disséssemos que quando a pessoa “acha” algo, ela não tem parâmetro dentro daquilo para devagar sobre aquilo. Um exemplo simples, é que se eu não assistir a serie Games of Thrones eu não vou poder opinar sobre aquilo, então, fica uma opinião vazia. Muitos blogs de notícias e até sites exageram para exatamente, atrair público e espalhar “mentiras” ou matérias sensacionalistas, aí entra o ceticismo para questionar: o porque esse site está dizendo isso? Será que o homem dessa foto estuprou mesmo? Será que essa criança vai receber dinheiro do Facebook? Temos uma ferramenta ótima que é o Google, só pesquisar para ter certeza. Mas as pessoas são “crentes” demais e acabam se iludindo até acreditarem na realidade que entraram que muitas vezes, não é verdade. Muitas pessoas acreditaram no PT e no ex-presidente Lula, por ter “vendido” um mundo que não existe, “vender” uma realidade que não vai se concretizar porque não existe um “salvador” e sim, devemos fazer cada um a sua parte.

Sempre devemos lembrar que o importante não é a resposta, o importante sempre é a pergunta e a pergunta é: a realidade existe mesmo ou é apenas uma coisa que o povo ensina? Será mesmo que tudo que está na internet é verdade? Então, o que o ex-presidente sofreu é fruto dos inúmeros atos, não só dele e não só do seu partido, ilícitos que fez em nome do poder. Mas para analisar numa crítica lógica, devemos sempre se colocar na dúvida de tudo e de todos.


Quem quiser ver o vídeo, ai está:


domingo, 27 de agosto de 2017

Por que precisamos de um partido? PCDs na política.



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Amauri Nolasco Sanches Junior
27/08/2017
A vários anos venho escrevendo matérias relacionadas com pessoas com deficiência dentro do escopo inclusão, porque tendo inclusão, tendo uma acessibilidade de verdade, não tendo discriminação e um trabalho descente, sem amarras preconceituosas, todo o resto flui maravilhosamente. Os outros países conseguiram isso, mais ou menos, bem e tranquilo, mas o Brasil está longe de ser modernizado e está longe de ser uma pátria que pessoas com deficiência possam ter uma dignidade. Não temos uma reabilitação de qualidade, não temos uma acessibilidade que possamos andar na rua e ainda, serviços básicos que deveriam funcionar, não funcionam. Para quem possamos recorrer quando serviços como esses que precisamos não existem ou estão precários? A previdência que é o único recurso que possamos nos prover com um dinheiro nosso, querem além de eliminar, não exigem um maior empenho na lei de cotas nas empresas. Há até informações que essa lei, não tem uma fiscalização a pelo menos, uns 5 anos e é verdade, os governos petistas nada fizeram contra a discriminação do trabalho da pessoa com deficiência.

Neste domingo mesmo, tentei ligar para o serviço ATENDE (Serviço de Atendimento Especial), que são vans especiais que a prefeitura de São Paulo administra, e o telefone não atendeu por está congestionado. Para uma consulta em qualquer posto de saúde, pessoas com deficiência devem quase suplicar para o médico ir a sua residência, não querem dar o encaminhamento para conseguir cadeiras de rodas entre outros aparelhos, não querem encaminhar para serviços de reabilitação e muitos mais que daria um livro (aliás, escrevi o Tratado sobreo Capacitismo para tratar sobre esse assunto). Para quem poderemos reclamar ou relatar isso? Nenhum partido, não que eu conheça, tem em seu estatuto uma clausula para defender pessoas com deficiência. Então, porque não apoiar um partido que não só vai defender a acessibilidade e inclusão social das pessoas com deficiência, mas uma ética e valores verdadeiros dentro da política?

Nascido de um sonho de um único cadeirante que se acidentou em um acidente automobilístico, Luiz Carlos de Lima (Lee de Lima), no dia 11 de abril de 2014 nas dependências da Assembleia Legislativa de São Paulo e foi lançado oficialmente. O PAIS (Partido pela Acessibilidade e Inclusão Social), nasceu de uma necessidade real de um partido que não só defenderia as pessoas com deficiência, mas valores reais dentro da política que a muito tempo, foram esquecidos. A ética política é uma ética fundada por Aristóteles, trezentos anos antes de Jesus Cristo, quando ele diz que o ser humano é um animal político. Mas o político que ele fala é o “politikon” que eram os cidadãos livres da polis (eram cidades-estados) que eram, claro, homens, perfeitos, livres e pertenciam a classe dos “aristos”. Os “aristos” eram aqueles que se intitulavam os “melhores”, isso não significaria os ricos, mas aqueles que eram ou se achavam assim, preparados. O que se sabe, é que Aristóteles pensava que um homem ético era um homem virtuoso e isso só seria possível, se ele praticasse a ética aprendida. Para mim, a ética praticada acaba sendo a moral realizada.

Também há um erro muito comum dentro do nosso meio que é achar que o PAIS é um partido só de pessoas com deficiência e não é verdade, pois, o partido ganha grande apoio daqueles que transformam teoria em ação social. O partido quer construir um Brasil moderno sem nenhuma discriminação e desigualdades sociais, e se baseiam para isso na dignidade a pessoa e na justiça, em uma liberdade e em uma democracia e na pluralidade partidária. Com um desenvolvimento econômico-social-sustentável que torne a população da nossa nação ter uma vida muito mais justa e que as pessoas vivam sempre com dignidade. A igualdade de oportunidade só se sustenta quando temos meios, quando temos a acessibilidade e quando temos acesso ao conteúdo daquilo. Mas qual partido que “bate de frente” em empresas que não tem a capacidade de contratar uma pessoa com deficiência? Qual o partido que exige que todos façam uma calçada e que todos respeitam as normas de acessibilidade? Nenhum. Todos estão preocupados em ficar dizendo coisas que não existem, ideologias que não existem com maior força que existiram, não fazem o que tem para ser feito sempre com a ética e valores que devem ser preservados.

Mas que valores temos que preservar? Que valores temos que ter para que isso ocorra? Valores de respeito e ter certeza, que unindo cada vez mais todos num objetivo só, poderemos juntos ser muito mais fortes

Pessoas com deficiência querem um partido



quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O “cinismo” dos cafajestes




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Cena do filme "Victor Frankstein",  ele segura sua criação apos acordar (créditos:Google)

Por Amauri Nolasco Sanches Junior 


Em sua maior obra, a escritora Mary Shelley – na verdade, por ser filha de um filósofo, “Frankstein - O Prometeu Moderno” é mais do que um mero livro de terror – colocou um cientista moribundo em um barco contando a sua história para o capitão no meio do deserto gelado do norte. Ele estava sendo perseguido pela sua própria criação. Na verdade, alguns dizem que a escritora é uma romântica e que ela estava fazendo uma crítica a ciência, que tenho que descordar, a grosso modo, a escritora estava se referindo ao homem sempre achar que tem o direito de mexer naquilo que não se pode mexer, na vida humana. Há uma ética e uma moral dentro das religiões que são milenares, embora existam pastores e padres que não seguem tão perfeitamente, a verdade é que sem essa moral a humanidade estaria muito pior do que é hoje. Claro que há fanáticos religiosos por aí, o Estado Islâmico está aí para comprovar, mas existem regras dentro da sociedade se forem quebradas, todo o sistema social se esfacela.

O Brasil está passando por uma crise como nunca se viu, tanto econômica, quanto política, por causa de atos de corrupção exagerada nos dois governos petista. Mas eu não sou “apocalíptico” em achar que não existe nenhuma solução, existe um só caminho e esse caminho é o caminho ético de seguir aquilo que foi ensinado. O método ético é muito mais seguro do que o caminho não ético, porque a ética te dará segurança daquilo que você é, daquilo que não importa o que você faça, sempre será você mesmo que está fazendo aquilo. A máxima ética – que está em inúmeras obras religiosas e filosóficas, como as críticas kantianas – é para não fazer com os outros, o que não quiséssemos que fizessem conosco. Qual ser humano gosta de apanhar por sua opção sexual, religiosa, ou opção ideológica política? Se não gostamos de apanhar, porquê raios eu tenho que bater em alguém por causa disso? Por que não ter opinião e convencer que a sua opinião é a certa? Se não gostamos de sermos roubados, por que roubar e mentir, pois, todos nós também não gostamos de mentirosos e canalhas?

O ex-presidente Lula parece que não está acreditando que não está convencendo a grande maioria, não por causa da imprensa ou por causa do presidente Temer, é porque a regra ética foi quebrada. Como Victor Frankstein, Lula tenta desvendar a vida para ressuscitar dos mortos a sua carreira política e a do Partido dos Trabalhadores que por razões obvias, não teve um feliz fim. Mesmo, hipoteticamente porque há documentos comprovando os atos de corrupção, que ele e o seu partido sejam inocentes, eles acharam que seus inimigos políticos poderiam ser seus aliados de uma hora para outra? Claro que não! Uma hora eles iriam “puxar o tapete” do partido e iriam tomar o poder de qualquer maneira, ainda mais um partido “parasita” como o PMDB.

Moralmente, os atos de corrupção seriam como matar alguém, porque são hospitais que são roubados, pessoas com deficiência são “bodes expiatórios” de uma crise da previdência que foi alastrada por anos e por inúmeros partidos. Vamos ser justos, não foi o PT que inventou a corrupção, e nem é o único com um estatuto de esquerda, isso é dito por gente que não sabe de política e nem ideologias políticas. Há inúmeros textos errôneos dizendo que há partidos de direita, ou que existem libertários conservadores, que existem “socialismos fabianos” – uma ideologia morta ainda no século dezenove – que há ainda, um comunismo revolucionário. Nada disso, não há nenhuma ideologia quando não se tem nenhuma ética envolvida. Não só na política, na cobrança a mais por um lanche, um troco errado não devolvido, estacionar em uma vaga não para todos, mas destinada aos idosos ou pessoas com deficiência. Ética também envolve saber dar sua opinião, inteligência é ter uma opinião moderada, uma opinião não no “calor da emoção”, mas uma opinião lógica e objetiva. Ser uma pessoa que só expressa “ad hominem” (atacar a pessoa e não sua idéia), é comum dentro das opiniões políticas.

A verdade é que o PT (Partido dos Trabalhadores), morreu junto com a carreira política de Lula, não porque roubou inúmeras empresas ao longo dos seus mandatos, mas porque traiu o povo brasileiro que acreditou nele e no partido. Os outros partidos estávamos cansados de saber e sabemos que fazem isso, dizer que roubaram porque os outros roubavam, não é uma atitude nem ética e nem “adulta”. Mas tenho que ser sincero, o povo ainda se ilude com “heróis” e não se tem nenhum herói quando se governa, tem que ser preparado para governar sabendo um pouco de tudo. Os “salvadores da pátria” criaram ditaduras sangrentas, a mais recente, a ditadura chavista (da ideologia de Hugo Chaves) de Nicolás Maduro na Venezuela.


Como Victor Frankstein de Mary Shelley, o ex-presidente está vendo uma só coisa e não vendo um todo, que a morte chega a tudo no universo, até mesmo, das ideologias e partidos políticos. Cantar o Hino da Republica não vai trazer a liberdade e nem vai restaurar o estado de direito democrático, e sim, uma conduta ética e moral. 


Lula diz que não pode morrer antes de voltar a ser presidente


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Nietzsche nos ensina sobre a Venezuela


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Por Amauri  Nolasco Sanches Junior

Muitas pessoas podem achar que Nietzsche não teria nada a ver com a questão venezuelana, mas tem muito a ver, porque tem a ver com a questão do “ubermesch”. Alguns traduzem “ubermesch” como super-homem, outros traduzem como além do homem, a questão que o termo alemão não tem tradução plausível. Eu gosto do “além do homem”, porque a ideia de “super-homem” é uma ideia de superioridade, que ao me ver, não tem muito conexão com a filosofia nietzschiana. A questão do “ubermesch” é uma questão muito além do que mera superioridade, tem a ver com a questão de transcender questões que escraviza o homem em conceito completamente, que não fazem diferença em sua vida. Na verdade, Nietzsche era um epicurista, pois, a questão da morte para Epicuro era um caso interessante. Epicuro dizia: “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações”. Ou seja, a morte para o filósofo grego, era só a privações das sensações que temos em vida e a vida sessa com a morte. Então, por que temos que ter medo de algo inevitável?

Aqui a questão é muito além do que a morte, é depender de um tutor que te diga para onde ir e a ideia de igualdade dos ressentidos. Eu, particularmente, gosto muito mais da ideia dos ressentidos do que a ideia do “ubermesch”, pois, quando falamos de ditadores como Nicolas Maduro, falamos de ressentidos, falamos de política socialista. Não se iluda, as políticas socialistas são ambidestras, não existe só de esquerda, existe de direita também quando atinge um certo interesse da “casta” rica. Hitler tinha ideias socialistas – entendam que socialismo vai muito além do que marxismo – poderia ser de esquerda, mas a direita alemã, também apoiou a ideia eugenista nazifascista por atender seus interesses. Não teve nada a ver de esquerda ou direita, teve a ver com interesses.  Aqui tem a ver com a visão que Nietzsche tem do socialismo que é bem interessante e é uma visão do século 19. O filósofo diz:
"O socialismo é o fantasioso irmão mais jovem do quase decrépito despotismo, do qual quer herdar; suas aspirações, são, portanto, no sentido mais profundo, reacionárias. Pois ele deseja uma plenitude de poder estatal como só a teve alguma vez o despotismo, e até mesmo supera todo o passado por aspirar ao aniquilamento formal do indivíduo: o qual lhe aparece como um injustificado luxo da natureza e deve ser transformado e melhorado por ele em um órgão da comunidade adequado a seus fins.”

Há alguma coisa semelhante do governo venezuelano? Há alguma coisa semelhante aos governos ditatoriais? Claro que há, porque todos têm seu fim para justificar seu meio de se posicionar com a massa, manobrar o pensamento como se esse pensamento fosse uma só voz. O PT tentou aqui, mas existem oligarquias que não iriam perder a “boquinha” e tiveram os olhos maiores do que a cara – porque participaram também no esquema de corrupção – e derrubaram o esquema que por sua vez, não se tornou uma Venezuela. Porém, para mim, pelo menos, não acho que o governo venezuelano tem a ver com algum bolivarianismo e sim, tem a ver com o chavismo. Simon Bolivar só foi usado como ícone de um insano que tinha uma agenda de criar uma nação socialista, uma nação que tivesse o mesmo molde que teve uma Cuba. O governo cubano foi uma ditadura, foi o exemplo mais do que claro, que a imposição é pior do que a posição e a educação, porque acabou na pobreza, acabou da igualdade dos fracos e ninguém pode negar isso. Não se pode chamar o socialismo da Venezuela de socialismo bolivariano, mesmo o porquê, Bolívar era burguês e como um bom burguês queria o seu país livre para melhor comercializar e assim, a economia andar melhor. Essa ideia do olavismo – olha a filosofia brasileira, que podemos chamar de “filofarofa” – tem sua base em um ressentimento da igreja que claro, era partidária da Espanha. Mas voltamos a Nietzsche.

A questão nietzschiana é uma questão levada a ter uma essência complemente, além daquilo que deram como o medo. Qual é a superação do ser humano diante da vida? O termo “ubermesch” pode responder, porque o prefixo alemão “uber” quer dizer “além, adiante” e não pode ser confundido com “super”. O “mesch” em alemão é o termo neutro e pode se referir a “ser humano”, porque somente “mann” quer dizer “homem” e então, não pode ser confundido como “super-homem”. No livro “Assim falou Zaratrustra” está assim: "O ser humano é uma corda, uma corda estendida entre os animais e o além-do-humano, uma corda sobre um abismo.". Qual é o abismo que Nietzsche quer dizer? O abismo que está em não querer estar diante daquilo que não está de acordo com as suas crenças, porque o socialismo, para ele, não é diferente do que a religião, porque é um idealismo e todo idealismo é uma forma de conceber uma igualdade que não existe. Olha o que ele diz:

Mas mesmo essa herança não bastaria para seus fins, ele precisa de mais servil submissão de todos os cidadãos ao Estado incondicionado como nunca existiu algo igual; e como nem sequer pode contar mais com a antiga piedade religiosa para com o Estado, mas antes, sem querer, tem de trabalhar constantemente por sua eliminação – a saber, porque trabalha pela eliminação de todos os Estados vigentes -, só pode ter esperança de existência, aqui e ali, por tempos curtos, através do extremo terrorismo.


Tempos muitos curtos através de um extremo terrorismo, através de uma relação entre eliminar a essência humanitária de sermos uma sociedade, visando não o enriquecimento cultural que pode libertar, mas somente o material, o ter e não o ser. Nietzsche diz que o “abismo” é toda a dificuldade que o ser humano pode ter na vida, uma vida que não aceita o devir, porque é uma vida automática. Tanto Hugo Chávez, como Nicolas Maduro, existem,  porque as pessoas gostam de ser tuteladas por pura acomodação. Chávez foi eleito porque as pessoas quiseram um “pai” e não um presidente, na mesmo forma, o Lula foi eleito aqui. A tutela sempre é feita pelos ressentidos.


Um ressentido é um niilista, pois, o niilista, para Nietzsche, renega a vida como ela é. Ele nega o devir enquanto o mundo, porque não aceita que a ideia dele de justiça é uma ideia inexistente. Um ressentido é um intolerante que “espuma” ódio por tudo que acha que não tem a ver com suas normas, com sua justiça. Mas, que justiça e que norma? No caso do socialistas, as normas e a justiça, é a igualdade entre os homens sendo que só se muda uma cultura educando. A negação do mundo e suas diferenças – que tem a ver com a fraqueza e não com igualdade, mesmo o porquê, nada na natureza é igual – são um caso de ressentimento daquilo que não é e o que deveria ter sido.  Quando Maduro fica colocando os Estados Unidos como uma nação inimiga – não estou colocando “santidade” – está colocando um sentimento de ressentimento claro que a Venezuela nunca foi uma nação forte e prospera. Por outro lado, vê o total aniquilamento da filosofia socialista, que a muito tempo, deveria ser colocada na prateleira como as outras. 


A juventude sem responsabilidade: 'Covardes com iPhone', diz Pondé


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Filósofos suicidas, agricultores famintos


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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

O nosso povo tem uma ideia inata de sempre fazer com que as outras pessoas pensarem igual ao que eles acham, mas achar é diferente do que ter certeza. Então, quando falamos de filosofia, falamos de meios de buscar a sabedoria dentro do que te incomoda, dentro daquilo que te faz pensar além daquilo que você lê. Reflexões não são confraria. Aliás, você não pode pensar dentro de uma multidão, dentro de uma múltipla reflexão, porque fazer uma reflexão é “dobrar” aquele pensamento mais uma vez. Pois, vem do latim “re” que quer dizer “outra vez, novamente”, mais “flexus” que quer dizer “dobrado, fletido” e veio do verbo latino “flectere” que é “dobrar”. Como muitas pessoas podem dobrar um mesmo pensamento dentro de uma certa perspectiva? Isso não requer nenhum “tour” na história da filosofia, isso requer sensibilidade de perceber que uma reflexão não pode ser “refém” de um diploma.

O que me incomoda nesse momento é essa banalidade que tomamos como ideia filosófica, mas percebo que é só “fuxico” de velhinha da janela de um cortiço qualquer. Como podemos filosofar com “ad hominem”? Como podemos filosofar num meio de uma balada? Claro, podemos fazer uma reflexão sobre a balada e o que abala dentro de uma sociedade, mas nunca poderemos fazer uma reflexão sobre isso, estando numa balada. Sócrates de Atenas, viveu em uma outra época e em uma outra sociedade, não teve diploma, não teve a pretensão nenhuma de querer ter razão. A única coisa que queria mesmo é provar que nada sabia e que os outros que diziam saber, não sabiam também. Acho que isso seria muito básico dentro de uma reflexão filosófica. Mas parece que o professor Paulo Ghiraldelli Jr não percebeu isso, ainda insiste que dentro da filosofia, não existe autodidata que é um erro.

Se o professor Ghiradelli dizer que de Tales De Mileto até Epicteto, existiram filósofos diplomados é uma grande falácia que não pode se dizer digna de um filósofo. Todo mundo sabe que as universidades surgiram graças a igreja romana e isso é fato histórico, nem mesmo, Agostinho de Hipona tem diploma de filosofia, ele era um teólogo, assim como outros que são do mesmo modo. Então, qual é o problema que vem incomodando, o caro professor? Os “filósofos mediáticos”? O professor Olavo de Carvalho junto com o seu filho? Pois, a reflexão que ele coloca dentro do seu último texto é uma reflexão de pura imposição como se não houvesse nada que um sujeito possa fazer para se tornar um filósofo. Ou ele faz uma universidade de filosofia, ou ele não é nenhum filósofo, e sim, um charlatão. Só que de Marcia Tiburi até eu mesmo, temos diploma e não interessa aonde se tirou esse diploma, quem faz o curso é você e não o lugar de onde você faz o curso. Para dizer a verdade, só tirei o diploma para não dizerem que sou um simples autodidata.

Pitágoras de Samos não teve diploma, mas cunhou a expressão “philosophós”, que foi por causa de ter sido chamado de sábio por um nobre da cidade. Ser um amigo do saber não te faz um sábio, porque sabedoria vem de uma transcendência daquele conhecimento, porque antes mesmo do conhecimento, vem a informação. Nesse caso qual seria a informação? Os livros de filosofia de hoje? Os inúmeros textos do professor Pondé e do professor Karnal nos meios de comunicação, que no caso, na Folha Ilustrada ou no Estadão? Dos livros de outros filósofos que estão na mídia ou estão em voga? O caro professor Ghiraldelli deveria fazer uma reflexão sobre a sua reflexão que pelo menos para mim, não faz sentido nenhum. Porque acho que o professor se perdeu em querer refletir aquilo que sabe que não tem nenhuma lógica, pois, não estamos falando de médicos que salvam vidas, não estamos falando de pilotos de avião que tem entre 200 a 500 pessoas na sua tutela. Estamos falando de pessoas que tem o único intuito de refletir como a sociedade pode evoluir, como a sociedade pode sair de uma crise e não, formas de ser ou não um filósofo.

O processo de leitura não te faz um filósofo, o processo de leitura te faz ter uma informação e o interagir dessa informação, depende muito da onde você está. Quando estive em uma universidade, não tive autos momentos de reflexão, só vi pessoas preocupadas em tirar um diploma para ganhar dinheiro ou porque o pai mandou ser alguém. Eu sim, via um certo “gramour” em está numa universidade, ter todo acesso em inúmeros conhecimentos. Eu usava minha carteirinha na biblioteca para pegar inúmeros livros, não só de publicidade, mas de inúmeras matérias que eu via na TV Cultura. Mas a Universidade Paulista (UNIP), infelizmente, só quis saber do dinheiro e não me deu nenhuma bolsa de estudos, mesmo com várias propostas que meu pai e eu fizemos. Mas depois de dois anos, tirei meu diploma em um curso online. Quem diz que sou menos publicitário por causa disso? Quem disse que sou menos técnico de informática por causa de ter tirado meu diploma em uma Escola Técnica Do Estado? Quem disse que sou menos filósofo por ter tirado meu diploma de professor de filosofia, está escrito na explicação do curso, online na Fundação Getúlio Vargas?


Eu acho que um professor não tem nenhuma obrigação de tutelar o aluno, ele deve mostrar o caminho (método) para transmitir e usar o conhecimento. O professor Ghiraldelli parece gostar de tutelar os alunos para não pensarem, para não encontrarem o caminho sozinhos, que há um erro muito grande. Todos os grupos virtuais que eu participei que ele montou, sempre ele achava que deveríamos pensar como ele, achar o que ele acha e por aí vai. O professor nem sabe argumentar, como se fosse o dono da verdade, além claro, do processo que tomou da jornalista só porque disse que desejava que ela seja estuprada. Daí podemos perguntar: isso são atitudes de um filósofo diplomado? 


------->  Janot na mira da defesa de Temer <------ font="">

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Temer irá cassar Janot

o ministro Rodrigo Janot na mira da defesa do presidente com a acusação de querer prejudica-lo (crédito:Google)


A defesa do presidente Michel Temer, pede a suspensão do procurador Rodrigo Janot.


Mais detalhes
[aqui]

O preconceito e a ignorância dos ressentidos





Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Quando falamos de preconceito, falamos não de maldade que para mim, pelo menos, não existe. Porque o mal não é uma condição natural do ser humano e sim, uma condição que vem com a realidade que vivemos. As pessoas não são malvadas, mas elas são ignorantes e somos testemunhas da ignorância humana em preconceber uma ideia errada sobre a deficiência, sobre as mulheres, sobre os homossexuais entre outras coisas. O termo ignorância vem do latim – de onde nossa língua deriva diretamente – “ignorantia” que quer dizer “não saber” e vem de “ignorare”. Formado por o sufixo “in” que é “não”, com “gnarus” que é “sabedor, que domina um assunto”, que se relaciona com “gnocere” que quer dizer “conhecer, saber”. Portanto, quando dizemos que uma pessoa é ignorante, estamos dizendo que a pessoa “não sabe” sobre aquele assunto e o esclarecimento – sim, nesse ponto eu sou kantiano – pode remediar isso. Parece que a deficiência é a “bola da vez” das discriminações online.

A minha amiga Dariane, postou uma imagem de um sujeito que disse que o time do São Paulo Futebol Clube era um time de Down e que se jogasse com atletas da APAE não tomaria dois gols como tomou do Bahia. Fora que ele descriminou as mulheres, descriminou os homossexuais e as pessoas com síndrome de down. Vamos por partes: primeiro que pessoas com síndrome de down não são incapazes, isso é capacitismo. O capacitismo é um preconceito que visa a capacidade e não capacidade das pessoas e isso, diretamente, tem a ver com as pessoas com deficiência. Nem vou entrar no mérito espiritual, pois, se acreditamos – como muitos dizem que acreditam – em uma força criadora que criou tudo e faz um ato desse, é pura ignorância. Agora podemos perguntar: quando você atormenta uma pessoa com deficiência por causa da sua deficiência, você é uma pessoa consciente? Não. Se ela tivesse um filho ou um conhecido com síndrome de down ou outra deficiência, ela teria essa atitude? Claro que não, por ter o conhecimento disso. Como recentemente, uma socialite, disse que a filha do Justus com a Taciane Pinheiro, que tem síndrome de down, parecia o personagem “Chuck” do filme “O Brinquedo Assassino”.

As pessoas não sabem por não terem a informação necessária para ter o tal conhecimento, pois, toda a mídia distorce as características de muitas deficiências, para caberem no seu drama que lhe darão maior audiência. Todo cadeirante é tetraplégico ou paraplégico? Não. Existe cadeirantes com paralisia cerebral, existem cadeirantes que tem sequelas de poliomielite, existem cadeirantes com diversas deficiência. Assim como existem outras deficiências mentais, deficiência sensoriais, deficiência menores ou piores, mas todos têm a sua. Mas a mídia quer padronizar a beleza e quer padronizar aquilo que não é belo, fazendo com que, acreditamos que só quem anda é belo, só quem é de uma determinada aparência pode ser chamado de bonito. A mídia determina o modo estético com que devemos olhar o mundo, como se houvesse um determinado padrão de tudo. Imagine se não tem as indústrias da beleza por traz? Eu acho muito desproporcional mulher fitness, mas as academias ganham muito com esse padrão divulgado.

Não acho também que o grande mal é só do capitalismo, o capitalismo como uma ferramenta de geração de recursos foi inventado por seres humanos e assim, herdaram muitos problemas com a sociedade humana. Todas as ideologias políticas ou religiosas, tem o mesmo problema, são apenas ferramentas usadas para um fim e a ignorância é importante para aqueles que dominam. O erro iluminista foi dar esse esclarecimento como uma só parte dessas ideologias tivessem perpetuado essa ignorância, mas a religião é completamente, humana e nada se pode condenar a concepção espiritual. Filosofias foram criadas como indagações do mundo em que vivemos, ideologias foram criadas para ter uma evolução melhor social, somos animais sociais e por isso, somos políticos.

Por sermos animais políticos não podemos ter ignorância, não podemos não ter gentileza, porque a gentileza é algo inato no ser humano. Então, existem dois meios de ignorância, a ignorância por não saber mesmo, aquele que não estudou. Existe o que não quer estudar ou entender, porque fica na sua zona de conforto. O preconceito é uma ignorância daquele que faz uma imagem preconcebida de alguma coisa, seja lá o que for, como aquela imagem fosse real. Como também existe vida além do futebol, existe vida além das ideologias políticas e o respeito também é uma questão de educação, pois, a educação não é a escola que tem que dar, mas os pais em sua casa. Mas quando você vê uma Câmara dos Deputados federais, numa votação seria um deputado chamar a deputada de “gostosa” o que esperar da população? Num país desses que as deficiências são quase escrachadas, o que fazer?

E não é só sobre pessoas, é questão de muitas coisas. Se a notícia não é de um canal da grande mídia, se os livros não são publicados nas grandes editoras, ninguém nem mesmo olha. Eu tenho 3 livros no Clube de Autores e nem sequer olham para eles, porque não é de um site ou gráfica conhecida. Mas a Amazon não pode fazer sacanagem também? Ou outro site de livros? Isso não é preconceito? O preço da ignorância é o preço de não ampliar seu próprio mundo. 



O exército “quase” falido! E agora Brasil?

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Corrupção: o crime pode compensar?



Com a vitória, o presidente da República, Michel Temer, pode ficar como um “ponto morto” até 2018.


Com a vitória aliada, o governo pode ser apenas um ponto-morto (crédito: Google)




Será que a expressão do filósofo francês, Joseph-Marie Maistre (1753-1821), que cada povo tem o governo que merece, cabe nesse caso? 

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