segunda-feira, 31 de julho de 2017

Vamos falar das crianças deficientes da Romênia?





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior 



Outro dia eu escrevi um texto chamado “ROMÊNIA COMUNISTAMATAVA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA”, onde mostra o que acontecia com as crianças com deficiência na época que a Romênia passava por uma ditadura comunista. Daí vi a ética das pessoas, porque essa notícia teve muito pouca visualização não só do público, como uma camada muito significativa de pessoas na mídia, procuram muito pouco esse tipo de coisa. Na notícia eu vi como é estar com deficiência num regime que exaltava o trabalho braçal, não é à toa, que o maior símbolo comunista é a foice e o martelo. E não é muito diferente do regime nazifascista – já que os dois são primos -  porque eles como exaltava o trabalho braçal, pessoas com deficiência e doentes, tem muito pouca perspectiva de vida dentro desses regimes.

A questão toma um outro rumo quando você vê notícias feitas para indagar teorias da conspiração – como escrevi a matéria “PRINCESA DIANA MORREU POR SABER A VERDADE? ” – Contém várias visualizações. A questão é: até que ponto as pessoas perderam o senso de sensibilidade? Até que ponto ético, perdemos o senso de nos colocar diante de um fato que crianças com deficiência estavam morrendo porque funcionários judiavam dessas crianças por judiarem deles? Como eu li na matéria que deu origem do meu texto, imaginem crianças “cagando” nos pratos que comiam, imaginem crianças tendo deficiência por causa de maus tratos, imaginem crianças, literalmente, apodrecendo em uma cama porque ninguém iam cuidar dela. Não podemos imaginar porque não vivemos numa ditadura, porque nascemos já na transição da democracia. Vivemos em plena liberdade, mexemos com nosso Facebook, mexemos com nosso computador, escrevemos as besteiras que quisermos, porque não vivemos isso. Não estou falando que é o paraíso, mas também não é o inferno.

Dentro da filosofia a questão vai um pouco além, digamos que isso é o fruto dos mitos e coisas místicas que ainda rodam o mundo. Afinal, quem quer assumir que somos animais fracos, limitados e um dia a morte vai nos levar? Que os governos que estão aí são governos que pusermos aí? Não existe essa história de nova ordem mundial – se existe, com certeza não vai durar para sempre -  não existe sofrimento que perdure para sempre. Essa é a questão, a “Lady D” era um ser humano como outro ser humano, traiu também o marido (claro que isso não muda o fato que o príncipe Charles, ter feito sacanagem, mas é tema para uma outra discussão), teve seus interesses e teve seus momentos de fraqueza, mas não acho que ela foi uma “coitada”. Assim como o vocalista da banda Metallica, James Hetfield, não é um “mostro” por caçar ursos, a discussão gira em torno do “vitimismo” e a cultuação de certos elementos sociais.


Isso com certeza, é um fenômeno mediático (como adora falar a nossa extra esquerda), no modo de sempre enxergar o que eles querem que nós enxergamos. Afinal, o que interessa crianças morrendo com deficiência em ditaduras? Não pensem que isso foi um caso isolado, muitas ditaduras fizeram isso, muitas sociedades fazem isso, inclusive, as indígenas e não se pode interferir. Você já viu crianças ou adultos com deficiência saindo na China? Você já viu pessoas com deficiência serem padres ou pastores? O Estado Islâmico, baixou um decreto que crianças com deficiência iram ser mortas. Realmente, patético, né? Para que se preocupar com mazelas que não interessam?




sábado, 29 de julho de 2017

Do nada ao suicídio: uma sociedade niilista






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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu li várias matérias sobre o vocalista do Link Park e ninguém falou sobre o assunto, se falou muito em “santificar” o ato como se fosse um ato de sublimação do próprio ato. Seria como: “ah, o cara teve seus motivos e não devemos julgar ele” e esse é o problema, se não “julgarmos” o ato em si, nunca chegaremos ao fator principal que é o niilismo social. Isso é uma questão muito séria e pouco discutida: a geração do Chester Bennington, que é a minha, foi criada sem ideologias e viu as maiores ideologias ruírem. Claro, que sempre tiveram nomes artísticos que eram depressivos e se mataram, não tiveram coragem de ver o mundo como ele é e talvez não tiveram estrutura para ver o mundo verdadeiro. São pessoas, que dentro da filosofia, chamamos de românticos. Romântico não é aquele que manda flores, faz cartinhas com coraçãozinho, ou faz declarações inúmeras, mas é aquele que ver um mundo idealizado pela visão idealista.

 O idealismo romântico é sempre achar que as pessoas devem caber dentro de um cubo que você constrói diante de uma ideia, mais ou menos, fantasiosa do mundo a sua volta. O socialismo é um idealismo ideológico que matou muito mais do que o nazismo, que aliás é um idealismo também. Assim como, essa ideia que o mercado e a democracia vão salvar a humanidade junto com a ciência, que é outra bobagem. Não que sou a favor de regimes ditatoriais, não que não acredito na tecnologia como técnicas para transcender, de repente, a limitação do nosso conhecimento, mas sempre temos fé em algo metafisico além de nós. Então, a geração do Chester que é a minha também, tem a ideia, mais ou menos, que o mundo não tem mais salvação porque as pessoas estão se matando e ainda, mesmo com a internet, mesmo com os regimes democráticos, mesmo com essa relativa liberdade, a fome e a guerra estão aí. O que fazer quando a promessa da técnica e da razão falha? O iluminismo falhou? Relativamente, sim.

O iluminismo acreditava que o ser humano iria sair da ignorância com o conhecimento e a ciência técnica, coisa que o século vinte se provou que não. Não deixamos de matar por coisas ou ideologias (como o nazi-fascismo e o social-comunismo se fez), não deixamos de acreditar em seres metafísicos que nos dominam para fazer atos errados. Seres metafísicos que eu digo são personalidades, que muitas vezes, não existem e só é mais uma desculpa para esconder o mau-caratismo de alguns. Então o que nos resta se todas as ideologias ruíram de vez? Nada. Nos resta assistir o fracasso tanto das ciências, que é lógico que só é um instrumento inventado para melhorar nossa vida, quanto as ideologias que não levaram o ser humano a nada. Povos foram quase exterminados com a ciência, o ateísmo matou quanto mais do que a religião. Quero dizer que deve haver um equilíbrio entre a intuição (sentimento) com o pensamento (a razão), como Aristóteles disse um dia. A virtude é sempre usar a ciência em beneficio humano, mas na maioria das vezes, as pessoas têm medo da ciência, tem medo de que tudo que se acredita, seja destruído. Isso tudo é um romântico e Nietzsche era um romântico.

Todo roqueiro que se preze é um pouco romântico, porque ele é contra o sistema, ele é contra aquilo que ele mesmo passou a acreditar que fez ele sofrer, o mundo é um verdadeiro inferno. Mas como um que sou, eu vejo diferente, vejo o rock em si uma espécie de válvula de escape, que muda é que sou mais “fisiológico” com a vida. Tem milhões de coisas lindas e maravilhosas, mas por outro lado, crianças morem todo dia de alguma causa, velhos são maltratados, seres humanos se explodem por causa de ideias malucas e seres humanos votam em “mentecaptos” completos. Ainda fazem pesquisas para dizer que o outro povo é o mais “idiota”, mas votam em presidentes que fazem um discurso com “bico”. Quem não teria depressão? Quem não deixaria de acreditar que o mundo tem jeito?


A depressão pode ser uma limitação que demos a nossa própria espécie em sempre achar que se tem tudo, que se ganha tudo, somos seguros da dor. A dor é um ótimo exemplo de transcendência da própria vida, porque sem a dor, nenhum santo era santo, nenhum garoto pobre era bem-sucedido e as coisas não eram superáveis. Nada vem fácil.  As coisas fáceis sempre vêm acompanhadas de desprezo, daí temos uma pista ótima, de onde vem o suicídio. 


Princesa Diana morreu por saber a verdade?



quinta-feira, 27 de julho de 2017

Teleton na web: a ética dos esquecidos



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu estava lendo o texto “TELETON FARÁ 20 ANOS E GANHARÁ VERSÃO ONLINE”, fiquei pensando sobre essa questão da web e me veio uma outra questão. Como o Teleton tem um estúdio se a unidade de Nova Iguaçu, no RJ, está quase fechando? Como uma entidade “filantrópica” pode ter um diretor de marketing? Quem sabe o básico de administração e sabe o básico de marketing, essa ferramenta só vende algum bem e algum serviço, vender quer dizer que alguém compra. Além do mais, vamos ser honestos, quais seriam os 4 Ps na questão? O produto, o público, a praça e a promoção.

O produto é aquilo que você quer vender, aquilo que o cliente (seria o público), quer desse produto. Mas qual o produto nessa questão? O tratamento da deficiência. Mas se é um produto, então, quem paga esse produto? Essa é a questão, se o dinheiro vem da família, ou o dinheiro vem do governo, os contribuintes pagam. A praça é onde esse púbico pode estar ou é onde os anúncios podem ser veiculados e muito pior, o anuncio tem que vir com uma promoção. Entenderam dos bonequinhos? Sempre promovam algo como se atingisse um número muito grande de pessoas. Daí chegamos a algo das pessoas com deficiência que ninguém imaginou, por incrível que pareça, se ganha dinheiro com a deficiência e muito. Ou você acha que a igreja criou casas de caridade para abrigar essa gente por bondade? Quantos os nobres não doavam para ir ao paraíso? Isso não é diferente e tão pouco menos lucrativo, porque mexe com o sentimento das pessoas.

Essa deveria ser uma questão ética, porque tem a ver com conceitos de ver e sentir o que o outro sente, e essas coisas deveriam ser ensinadas nas escolas. Nem acho errado ensinarem religião nas escolas como forma de ensinar um caminho ético, o problema é qual religião que poderia ser ética sem passar pela questão ideológica. Por outro lado, não acho que um sujeito ateu ou laico, de modo de aceitar qualquer religião, seja muito mais inteligente do que as outras pessoas. É uma questão de comodidade, porque é muito mais fácil ser ateu e não pensar fora da caixinha do que o povo prega. Não acho que existe salvação na deficiência, nem na religião, nem na ciência. Por falar em ciência, duas coisas fazem esse “sucesso” do evento Teleton: primeiro, é a medicalização que mostra um monte de criança com deficiência que precisam ser cuidadas ou tratadas; segundo, a sensibilidade de fazer com que a deficiência seja uma “vitima” e que a criança, supostamente, pode morrer se não tiver um tratamento adequado ao que é mostrado. Ou seja, a medicalização é uma porta bem grande para a vitimização e isso é muito perigoso para a questão da deficiência. A grosso modo, muita gente ganha muita grana, ou com a medicalização da deficiência inventando tratamentos milagrosos, ou com a vitimização da deficiência que faz aparecer entidades santificadas e exemplos de superação, o resto, é só besteira.

Eu estou com 41 anos, passei 26 anos na entidade, estou ainda numa cadeira de rodas – eu andava em andador até os 14, depois eles suspenderam o tratamento – e nenhum tratamento que eu fiz, melhorei. Isso mostra que a ciência não vai fazer milagres e nem que a entidade esteja com esse tipo de ciência, somente fazem uma fisioterapia, fazem um tratamento fajuto e acha que fazem algum tratamento. Sugaram o que puderam da grana do meu pai, e quando meu pai ficava desempregado, ainda desconfiavam dele. No meu livro recente, “O Clube das Rodas de Aço - Tratado sobre o Capacitismo”, falo um pouco sobre isso e como eu vejo entre a filantropia e a fraternidade, pois, ser filantropo e diferente de ser fraterno.


Para ser transparentes, como mostra o texto, deveriam contar que não conseguem manter suas unidades, que a grana toda, é para pagar o marketing. Na verdade, a AACD é ainda uma entidade que exige uma filosofia que não cabe mais no mundo de hoje e para dizer a verdade, estão pouco se linchando com a inclusão.  Mas a questão é: até quando vamos ter que aguentar esse tipo de chacota?


 cinvute

terça-feira, 25 de julho de 2017

Romênia comunista matava crianças com deficiência

segundo o Ministério Público romeno, crianças deficientes eram mortas (crédito:Google)

Quem nunca assistiu ao documentário Chuck Norris vs #Comunismo, no #Netflix? O documentário fala como era o comunismo romeno e o que fez acontecer a revolução de 1989, que levou a morte do ditador romeno Nicolae Ceaușescu,,,

Analise das muitas frases ouvidas por cadeirantes



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

O que seria a linguagem para o ser humano? Dês de tempos imemoriais o ser humano se comunica com a linguagem e com ele expressa os seus diversos conceitos, valores que recebeu durante a sua infância através da educação. Então, quando falamos de frases, muitas vezes, falamos de conceitos de linguagem do que fazemos e o que somos. Quando, nós os cadeirantes, ouvimos muitas vezes frases que remontam o reflexo que o nosso povo tem da imagem estereotipada da deficiência que de algum modo, ainda é vista como uma imagem de doentes ou fracos.

1. “Tão bonita e na cadeira de rodas”

Vamos analisar a frase de maneira bem apurada, ou seja, vamos analisar a frase por cada elemento linguístico e gramatical. A pergunta é óbvia: quem é “tão bonita”? Isso já faz referência a um sujeito oculto que alguém designou a alguém como demonstração de qualidade, ou seja, quando começamos com “tão” estamos colocando um adverbio de intensidade. Porque “tão” é para aumentar o adjetivo “bonita” como se fosse uma beleza fenomenal, muito intensa. Esse “tão bonita” é uma questão de exagero para explicar ou para “dar” uma “desculpa” que por estar em tal condição não poderia ser “tão bonita”. O mesmo, isso eu já ouvi, será olhar uma criança e dizer “tão bonita e está na favela”, “tão bonita e está fazendo isso”, “tão bonita e está chorando”, como se existisse um padrão de ser bonita e ter um comportamento de acordo com a imagem que temos das pessoas bonitas.

Mas por outro lado, o que seria ser “bonita”? Será que é uma questão estética subjetiva? Eu acho que a beleza é algo que diz respeito ao que acreditamos ser belo, não há nenhum padrão de ser bonito ou bonita, porque posso achar algo bonito, a outra pessoa pode não achar. Depois vem “e na cadeira de rodas”, como pessoas com “cadeira de rodas” não fossem ou não devessem ser bonitas. Mas a cadeira de rodas é um substantivo concreto, é um instrumento de locomoção, um instrumento para transporte de pessoas com um tipo de mobilidade reduzida. A cadeira de rodas não pode ser “medida” nem de beleza e muito menos, de caráter.
 
2. “Como é na hora do sexo? ”

Diferente do que alguns podem julgar, eu não interpreto essa frase como uma curiosidade se os órgãos sexuais funcionam. Pode até ser que com a padronização da deficiência – graças as patéticas novelas que colocaram todas as deficiências em uma e todo cadeirante se torna paraplégico – que pensem que não temos desejos e nem uma vida sexual, porem acho, que isso é uma visão infantilizada da deficiência. Por outro lado, devemos nos atentar na estruturação da frase que torna mais clara quando analisamos com mais afinco.

Começa já com um “como é” indicando uma curiosidade, como se fosse “como é dirigir? “ou “como é morar na catinga?”. Podemos perceber que o “como é” é uma estrutura que já denomina algo além da curiosidade e demonstra um certo julgamento estereotipado. Ou seja, essa mesma frase tem a ver com a primeiro, porque “tão bonita e na cadeira de rodas” e depois vem a pergunta “como é na hora do sexo? ” como se fosse uma visão só. Claro, que além disso, demonstra uma certa falta de sensibilidade em invadir uma coisa intima que vai de pessoa para pessoa. E depois, não estamos falando de “copulas” animais, estamos falando de “relações sexuais” de seres humanos.

3. “Você precisa de ajuda para ir no banheiro? ”

Daí vamos entrar em um conceito que é muito além do linguístico, porque veja, cada pergunta completa a outra. Assim como é uma forma de invadir o íntimo das pessoas com deficiência na “hora do sexo”, também é uma invasão perguntar a um cadeirante como ele faz para ir ao banheiro. Porém, há sim pessoas que precisam ajuda e a pergunta acima não é de todo ruim.

4. “Não sabia que você conseguia fazer tanta coisa assim!”

Todo mundo sabe que o “não sabia” é inerente do ser humano, porque ninguém sabe tudo o tempo todo. Existem sim cadeirantes chatos que não gostam, mas “não saber” não quer dizer que “não pode fazer”. Apenas a pessoa não sabia e não saber não é discriminação. Mas a frase muda de foco se a pessoa convive com o cadeirante, porque  vai além do “não sabia” para “não quero saber”.

5. “Não cansa ficar sentado o dia todo na mesma posição?”

Por que não poderia cansar? O que essa pergunta demonstra é o puro despreparo de pessoas que mais uma vez, padronizam a deficiência. Existem deficiência que podem mudar de posição, podem ficar em pé segurando, e até os paraplégicos, levantam a “bunda’ para não acumular escaras nela.

6. “Que bom que você tá passeando, faz bem tomar um arzinho!”

Nem todos os cadeirantes estão “passeando” ou tomando um “arzinho” e sim tendo uma vida como qualquer um teria. O que acontece é um pouco culpa do próprio cadeirante, faz uma grande coisa uma coisa que seria normal, como fazer fisioterapia, como trabalhar ou como fazer milhões de coisas.

7. “Que bom que mesmo estando na cadeira você é feliz!”

Por que a cadeira de rodas poderia ser um divisor entre ser ou não feliz? Ser feliz é muito diferente, do que ter felicidade. O “ser” é uma natureza nata e “ter” é uma natureza sintética do modo artificial, porque “ter” a felicidade num outro momento, pode não “ter”. Mas a cadeira de rodas não faz parte da nossa natureza, mas não faz.

8. “Seu namorado (homem ou mulher sem deficiência) é um anjo na sua vida, né? ”


Não. Os namorados e namoradas de cadeirantes que não tem deficiência são pessoas que não podem ser classificados de “anjos” ou “enfermeiros” ou coisa parecida. Nem mesmo cadeirantes ou outra deficiência, não pode ser um “demonstrador” de caráter, isso é muito perigoso. Porque fica parecendo algo extraordinário ser uma pessoa com deficiência ou namorar uma.

9. “Tenha fé que Deus vai te curar”.

Eu ter ou não fé em alguma religião, não me faz uma pessoa a procura de uma “cura” para a minha deficiência. Depois, nenhuma deficiência é uma doença para ser curada e sim, temos que aceitar o fato de que somos pessoas com deficiência. Ter fé é uma aposta, se existir Deus você ganha vida eterna, se não, você nunca vai saber.
10. “Se você for na minha igreja será curada”

Só tenho uma resposta a essa afirmação: não! Eu não vou a essas igrejas porque não quero coisas e sim, quero apenas acreditar que existe uma força maior que construiu e fez o universo e não deve nenhuma explicação ao ser humano.

11. “A fulana, amiga minha cadeirante, é super feliz. Você deveria conhecê-la”.

É? Legal. Mas eu não gostaria de conhecer essa pessoa só porque ela é cadeirante e nós não somos uma espécie de clube. Afinal, amizade vai além do que uma cadeira de rodas e sinceramente, tenho muitos amigos não cadeirantes.

12. “Você é um exemplo de superação”.

Essa frase é clássica e demonstra como a mídia constrói uma cultura estética muito grande. Estou “superando” o que mesmo? Não tenho que superar porque não tenho a menor obrigação de demonstrar nada a ninguém, como qualquer pessoa. Mas tenho a plena consciência que alguns cadeirantes usam sim isso para ganhar dinheiro, para entrar na mídia, para ficar conhecidos e por aí vai.
13. “Você é muito guerreiro”.

Eu sou um libertário e somos contra qualquer tipo de violência. Que guerra nós travamos?

14. “Você ainda vai curtir muito a vida”


Ué, eu estou curtindo muito a vida escutando música, escrevendo e ainda mais, vivendo. O que a minha cadeira de rodas não deixa eu viver?


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Ética e inclusão: uma lei que não funciona

Cadeirante cai do elevador do ônibus em Guarulhos


sábado, 22 de julho de 2017

Lula critica PSOL e deputado Jean Wyllys responde

Jean Wyllys responde o ex-presidente Lula (crédito:Google)



deputado federal Jean Wyllys (#PSOL-RJ), disse nessa sexta-feira dia 21, que acha estranho e curioso que o ex-presidente Lula não seja tão duro assim com os mesmos partidos que Wyllys chama de “direita”....(aqui)

Vamos falar de inclusão de verdade?




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Essa semana estava vendo um vídeo do canal “VAI UMA MÃOZINHA,AI? ” da Mariana Torquato e fiquei refletindo sobre o que ela disse. Como agora faço alguns textos na revista Brasting News, meu veio na telha em fazer um para esse vídeo chamado: <ÉTICA E INCLUSÃO: UMA LEI QUE NÃO FUNCIONA>, quem quiser conferir estará linkado no nome do texto. Mas no meu blog eu me sinto mais à-vontade, mesmo o porquê, lá tem algumas regras e tenho que respeita-las. Bom, vamos as ideias.

Não e muito novidade o que a Mariana mostra no vídeo, existem empresários que não querem contratar e só contratam por causa da multa e existe as pessoas acomodadas que não querem nada com nada. Nessa equação quem quer realmente trabalhar, é prejudicado, pois, se existem pessoas com deficiência acomodadas em sua maioria, o governo não vai se esforça em uma fiscalização de verdade. Afinal, para que se deve gastar o dinheiro do contribuinte com fiscalizações sem a menor necessidade? Por outro lado, sem o menor trocadilho, estamos numa era onde a sociedade está deficiente de ética, pois, tanto a ética, quanto a moral exigem o caráter e os costumes. Enquanto o ato ético visa a necessidade de avaliar os seus valores educacionais familiares, o ato moral vai avaliar o ato dos costumes que temos como sociedade. É ético, por exemplo, honrar um relacionamento com outra pessoa sendo fiel a ela por uma questão de caráter. Não andar pelado em uma via pública, é um ato moral, pois, os costumes da nossa sociedade não permitem estamos nus numa via pública.

Aristóteles, que viveu trezentos anos antes de cristo, escreveu que as pessoas felizes são as pessoas éticas. O “ethos” grego heleno, era muito mais do que uma questão de caráter, era quase uma questão espiritual de chegada a “eudaimonia” que era uma espécie de paraíso da consciência. Não à toa, quando somos éticos ficamos com a consciência em paz, quando ficamos fazendo coisas antiéticas ficamos com a consciência pesada. Acontece que quando dizemos que é ético não fazer aquilo, sempre é um ato do indivíduo enquanto aquilo que ele acredita ser certo ou errado, ou seja, um ato sempre sai do caráter de cada um. Enquanto a moral, é um ato que envolve os costumes que uma sociedade abriga, por exemplo, é imoral uma pessoa sair nu no meio da rua porque os nossos costumes não aceitam esse ato. Explicando isso, fica muito mais fácil analisar o que Aristóteles queria dizer e o filósofo prussiano, Immanuel Kant, que viveu, mais ou menos, mil e oitocentos anos depois. Kant vai dizer que não devemos fazer nada que não fosse moral, porque esse mesmo ato, seria copiado nos atos alheios. Como dizem no meio da programação algorítmica, algo como, um loop eterno.

Então, por que o ato do empresário que não contrata pessoas com deficiência é um ato antético e ao mesmo tempo, imoral? Antiético no sentido estético, porque seria mais ético ele contratar a pessoa que tem a capacidade de trabalhar naquele cargo e não se tem ou não alguma deficiência, pois, se o empregador coloca a deficiência acima da capacidade, então, além de ser um capacitismo (preconceito com pessoas com deficiência), ainda mostra os valores que aprendeu em julgar pela aparência. Imoral porque não enxerga que a sua empresa tem sim um valor social – embora os libertários vão ficar nervosos – porque sem as pessoas não há produção, sem as pessoas não há consumidores, sem as pessoas não há lucros e ser egoísta só vai ainda mais, aumentar o prejuízo. E quando você tem um ato de contratar as pessoas pela aparência, seja ela qual for, nós já sabemos como a empresa se comporta com os consumidores.

Em contrapartida, existe sim pessoas com deficiência que se acomodaram e não querem fazer nada, está cheio nas redes sociais e até mesmo, dentro de muitos movimentos. Isso não é novidade nenhuma, porque a mãe colocou na cabeça do sujeito que ele não pode fazer nada, o pai colocou que ele não pode sustentar ninguém por não poder trabalhar. A questão vai muito longe disso, é uma questão dos valores que esses pais receberam quando criança. Vamos imaginar pessoas que sempre foram ensinadas que pessoas produtivas eram pessoas perfeitas, que pessoas com deficiência não serviam para nada e que eram internadas para não “dar trabalho” e aí, num dia, nasce um filho com deficiência. Lembramos que essas pessoas não conviveram e não sabem como proceder, assim, refletem no filho uma imagem de coitadismo e não sabem que ele pode fazer muitas coisas sim. Muitos pais de hoje mudaram a posição, fazem questão que os filhos estudem, fazem questão que seus filhos façam o que desejar. Por que? Porque conviveram com pessoas com deficiência de alguma maneira, ou tiveram muito mais contato com pessoas com deficiência. Mas a culpa não é só da educação, mas do próprio deficiente que se acomoda na situação.

Governos populistas tendem a achar meios para se popularizarem e dar ao povo “regalias” para ele se sentir satisfeito, ele se sentir amparado e gozando de alguma liberdade. Vamos ser sinceros consigo mesmo: quem não quer escolher uma profissão e ganhar um salário digno do que se preocupar em perder um benefício de um salário mínimo? Mas muita gente vai dizer: “ah Amauri, mas nos países estrangeiros também tem esse benefício”. Não, não tem. O que se tem é uma ajuda de custo conforme o que a pessoa gasta enquanto é reabilitada e é um programa fora da previdência, pois, não é uma aposentadoria e sim um dinheiro para a despesas. Em alguns países, as pessoas têm um emprego garantido, as pessoas com deficiência têm até as cadeiras de rodas motorizadas subsidiadas, ou seja, as cadeiras de rodas não têm impostos. E por outro lado, não venham com essa “conversinha” que não existem escolas adaptadas, que não existe emprego porque não estudei que não cola. Eu fiz três cursos, um numa ETEC, outros dois online, quem quer faz.


Portanto, bora agir. 


terça-feira, 11 de julho de 2017

Fora da ciência não tem salvação?



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Alguns artigos científicos estão com erros muito grandes para serem artigos científicos, pois, abre uma discussão muito maior e é claro, faz apologia algumas posições ideológicas. Antes de entrar a cerne do problema temos que entender duas coisas importantes: primeiro a etimologia do termo ciência, outra coisa é, como a ciência funciona e como ela procede. Primeiro, o termo ciência vem do latim “scientia” que quer dizer conhecimento, que por sua vez, era um termo para traduzir o termo grego “episteme”. O grego, principalmente depois de Platão, definiu ‘episteme” como o conhecimento verdadeiro, o conhecimento cientifico. Ou seja, a ciência além de ser um conhecimento, ainda deve ser o conhecimento verdadeiro num modo cientifico. Resta-nos saber o que é o verdadeiro, a essência de todas as coisas, o que é, sendo. A epistemologia estuda esse fenômeno cientifico além do fenômeno das crenças – ou deveria ser assim, já que muitos cientistas ainda acreditam cegamente – pois, tem que estar atrelado ao que é visto e comprovado dentro de experimentos que provam a sua veracidade ou, um pensamento lógico que não nos coloca dúvidas.

Segundo, todo o pensamento cientifico deve ser refutado dentro da sua veracidade ou não, ou seja, se a hipótese não pode ser refutada, ela não pode ser cientifica. O homem pisou na Lua é um pensamento cientifico que pode ser refutado, porém, se foi ou não, cabem as partes provar ou não esse fato. A questão primordial é: se devemos refutar a ciência como tal, por que os cientistas não aceitam essa refutação? Lendo um artigo do blog Universo Racionalista chamado: “A CIÊNCIA É UM BEM UNIVERSAL QUE NÃO PODE ESTAR FORA DEDISCUSSÃO”, o redator ou os redatores do texto (é uma tradução de um site paraguaio), há erros que não deveriam conter sendo pretenciosos demais. Afinal, repetindo a perguntar título do texto, fora da ciência não há salvação?

O texto começa do erro de impor um termo para sobrepujar um simbolismo: “Até o século VI da ERA COMUM, nas colônias gregas, onde, hoje, é a Turquia, alguns homens atreveram-se a conjecturar sobre a natureza das coisas, sem recorrer a mitos ou religiões”. Poderemos fazer a seguinte pergunta: qual a diferença do termo Antes de Cristo e Antes da era Comum? Para começar, não podemos negar que muitas bases éticas e morais, foram construídas graças ao advento do cristianismo. Embora, o cristianismo após Constantino I, foi usado pelo Estado romano para controlar e corromper a população e na idade média, isso piorou centenas de vezes. Cristo e cristianismo são coisas distintas – embora as pessoas comodamente, coloquem no mesmo balaio – pois, Jesus não fundou nada e não quis controlar nada, e no mais, na questão da existência ou não dele, não acho que há uma resposta definitiva. Porém, Jesus como o Cristo (do grego kristós que quer dizer ungido), é um símbolo moral e deveria ser seguido como um ser que atingiu algumas instancias morais muito além da sua época (assim, como Sócrates, Platão e Aristóteles). Então, não há o porquê de tirar Antes de Cristo como se fosse um bando de adolescente querendo contestar o pai. Outro ponto, o que seria comum? Já que estamos falando de um conhecimento, uma era comum, seria notoriamente, contraditório.

Outra coisa desse mesmo parágrafo é, qual a prova concreta que a ciência tem, que os primeiros filósofos não usaram os mitos e as religiões? Tales de Mileto, por exemplo, disse que tudo vinha da água, mas sabemos disso graças a um fragmento muito que pequeno transcrito de algum outro filósofo. Não há como saber todo o contexto que ele disse isso ou escreveu, pode ser, como Anaximandro, que todas as coisas foram formadas pelo ÁPARION (realidade infinita, iluminada, invisível e indeterminada que é a essência de todas as formas do universo). Se temos em Anaximandro, um elemento primordial a partir do qual todos os seres foram gerados e para o qual retornam após a sua dissolução, Tales sendo “filho do seu tempo”, não poderia ter o mesmo pensamento sobre a água? Na verdade – isso mostra a ignorância dos redatores do texto – Tales dizia que tudo está repleto de deuses e esses havia um só princípio (que muitos colocam como Deus). Há erros muito grave de alguns pensadores e de alguns filósofos – como o Olavo de Carvalho e outros – em querer analisar as questões de antigamente como conceitos morais contemporâneos e não tem como, pois, ao analisar um pensamento, se deve pensar dentro de uma certa anacronia. Dentro do estudo filosófico e cientifico, o anacronismo é muito importante e evita o erro.

Ainda dentro do texto: “Ele foi ainda mais longe: afirmou que a Terra não pode ser um disco que flutua sobre a água, porque algo deveria conter essa água. Na ausência de razões para mover-se em qualquer direção, a Terra deveria simplesmente flutuar equidistante de tudo, concluiu. Portanto, ela não precisa de suporte.”. Diz ainda o autor do texto: “Ele tinha inventado o princípio de razão suficiente 2.000 anos antes de Leibniz redescobri-lo.”. Espera aí, vamos entender uma coisa: segundo o autor ou os autores do texto, os primeiros pensadores não usaram de mitos ou religiões para explicar fenômenos físicos (naturais se preferirem). Por que Tales de Mileto usou da mitologia – já que a ideia que a terra era plana não era nova e nem flutuando nas águas – para explicar o porquê a Terra e o porquê o mundo existe? Tanto Tales como Anaximandro, defendem uma substancia não muito material (o ápairon [sem limites], a água [limpeza e força]), mas substancias (ousia) que fazem parte da questão psicológica. O autor esqueceu de mencionar Heráclito e Parmênides, pois, o ser enquanto ser e o devir como uma mudança continua que levara a ciência que estuda a consciência e a mente (psicologia). Ou seja, eles não estão falando de substancias primordiais, mas substancias que atendem a um processo de aparição. A água é apenas uma substancia do processo da aparição e por outro lado, ele dizer que tudo é húmido não quer dizer que ele concebeu que tudo veio da água e tudo isso é uma tentativa de investigação empírica. Não podemos saber. O que podemos presumir é a ideia, possivelmente, que pode ter origem a esse pensamento.

Se há um processo de surgimento quem começou com esse processo? Ter corpos húmidos, não quer dizer que viemos da água. Porém, nenhum cientista descobriu o porquê materiais inanimados, ácidos, minerais, se juntaram e deram forma de vida. As certezas de artigos científicos, não condizem com as pesquisas que estão em andamento, porque não há nada de concreto. Nesse sentido há um erro, pois, não era relevante procurar só uma substancia dentro da criação e vamos convir, a geração espontânea – claro que não a bíblica que tudo já nasceu formado – não está descartada, nem que tudo veio da água foi descartado. Eu desconfio de artigos que já demostram uma certa “verdade” construída.

Vamos diante do artigo e encontramos isso: “Depois de Sócrates, a busca do conhecimento incluiu os aspectos éticos da vida humana.”, isso que dá cientistas escreverem artigos de filosofia. Sócrates não desenvolveu pensamentos éticos, mas desenvolveu o modo racional de ver as coisas, e aí sim, conhecer a si próprio e avaliar a sua própria conduta ética. O “ETHOS” grego era muito mais do que a própria ética que temos hoje, não é à toa que é traduzido como caráter, porque para o mundo grego, o caráter era muito mais importante do que a polis. Seguindo a diante temos:

“Na Grécia clássica desenvolveu uma visão de mundo baseada em um método para obter conhecimento, o que resultou em ferramentas que ajudaram a transformar a realidade, da medicina à engenharia social (não é coincidência que a democracia foi instituída pela primeira vez no período grego clássico). “.

Vamos entender uma coisa, a Grécia clássica não desenvolveu nada, quem desenvolveu alguma coisa foram os filósofos e pessoas que tinham curiosidade de descobrir alguma coisa. Qualquer um que estude verdadeiramente a Grécia clássica (Hellas), sabe que não haviam uma nação em união mesmo, mas cidades-estados com a mesma cultura.  Aliás, isso é básico para escrever qualquer texto sobre os gregos (helênicos), pois, se você não souber isso, não poderá nem começar a escrever o texto sobre. Depois não havia uma medicina, e sim, pessoas que estudavam o corpo humano e de curas por plantas que já na época aconteciam. A única dúvida que tenho e sempre tive é: o que é engenharia social? A definição que encontrei no Google foi que a engenharia social é o termo utilizado para descrever um método de ataque, onde alguém fez uso da persuasão, muitas vezes, abusando da ingenuidade ou confiança para obter informações que podem ser utilizadas para ter acesso não autorizado a computadores ou informações. Isso cabe em uma Grécia clássica? Será que a democracia ateniense – porque a cultura grega clássica era monárquica e tirânica – foi por causa da tal engenharia social? Para mim, a engenharia social é a muleta do deficiente que não quer assumir sua deficiência, ou seja, sempre se bota a culpa da sua incompetência cultural e mental, em alguma coisa.

No texto, além da gafe grande de transformar a democracia ateniense em uma engenharia social – ingenuamente ou não – transforma essa procura de substancia primordial, dizendo ainda, que é uma ciência. Para mim, pessoalmente, parece que o autor do texto está “cagando um monte” para a filosofia e os reais pensadores e os “inteligentes” da época são os pesquisadores da “phisys”. Sócrates, Platão e Aristóteles foram “místicos” que tentaram dar um ar “psicológico” e que a psicologia é apenas uma pseudociência, não exagerando ou sendo irônico, até mesmo o filósofo alemão Nietzsche riria disso (mesmo escrevendo contra Sócrates e Platão). Ainda mais que o próprio filósofo, escreve uma crítica muito voraz a ciência no seu livro Gaia Ciência, onde ele prevê toda essa reverencia quase ou totalmente sagrada, da ciência empírica. Depois ele diz: “As condições para que seja socialmente possível voltar a investigar o mundo de uma forma racional só voltou no final da Idade Média, quinze séculos mais tarde.”. E a era de ouro islâmica? Ou o texto faz parte de uma conotação ideológica ocidental? Não podemos negar que muita pesquisa da ciência medica e da ciência teórica – como pesquisas matemáticas, físicas, geométricas e outras – foram feitas pelos islâmicos nesta época e por outro lado, a Europa não parou suas pesquisas. Somos influenciados pelos iluministas que exageraram da racionalização e renegaram por completo a metafisica, mas quem estuda verdadeiramente a filosofia, não pode renegar a metafisica porque não sabemos a verdadeira natureza da realidade.

Continuando o colóquio cientifico: “O renascimento da visão racional de mundo, e o aperfeiçoamento do método que, hoje, chamamos de científico voltou a aparecer na Europa – em especial, graças a pensadores e pesquisadores como Grosseteste, Bacon e Galileu. ”. Impressão minha ou o autor do texto renegou Giordano Bruno? E outra coisa, ainda muito mais importante, ele ignora os métodos científicos e ignora que sem Rene Descartes, a ciência não teria uma base para pesquisas cientificas. Isso mostra o quanto o autor estudou para escrever tal obra, porque, o mundo é muito mais do que uma linha temporal ocidental e mostra o quanto a América Latina está atrasada nas pesquisas históricas, educacionais e cientificas. Mostra também, vícios muito complexos dentro da linha de escrita de artigos como este, onde há sim uma questão ideológica que mostra o quanto estamos gatinhando nesse tipo de coisa. Num outro momento do texto ele coloca: “Estaríamos errados, no entanto, se pensássemos que a ciência tenha chegado para ficar, ou que ela não pode desaparecer. Como toda atividade humana, ela está subordinada a evolução sistêmica das sociedades nas quais vivem as pessoas que a desenvolvem. As políticas implementadas nestas sociedades têm um impacto direto na atividade científica. As políticas anticientíficas, ou que ignoram a ciência podem fazer com que ela desapareça e a sociedade retroceda. ”. Quem está fazendo campanhas anticientíficas? Acho que temos que separar as coisas, aqueles que são fanáticos religiosos que não aceitam a ciência como método de melhoramento de vida (que tem a ver com o Estado), outra coisa é a crítica de refutação dos métodos científicos dentro de uma base também cientifica. A questão é: qual base de pesquisa é cientifica ou não? Qual base devemos seguir? Sempre lembrando que não pode ser ciência se não pode ser refutado.  

Vale lembrar também que tivemos governos ateus como o governo soviético, que tiveram pesquisas cientificas e mataram pessoas no mesmo modo que os fanáticos religiosos. Mas o autor só coloca no ponto do fanatismo religioso: “Sobram exemplos recentes: Camboja nos anos 1970-1980, sob o regime de Khmer Rouge, voltou à Idade da Pedra em apenas alguns anos. Os países do Oriente Médio retornaram à Idade Média sob a febre do fundamentalismo religioso. ”. No caso do Camboja, não foi fanático religiosos e sim, fanáticos ateus ideológicos que acreditaram em um regime comunista que não faz sentido. No caso do oriente médio, sabemos que além de ser brigas milenares, ainda existem interesses muito mais além do que deixar essas nações na idade média.Aliás, essa analogia foi completamente infeliz, porque a idade média não foi de completa ignorância.

Ainda: “O populismo anticientífico ainda causa estragos nos países que apoiam fortemente a ciência e o livre pensamento, como os Estados Unidos. ”. Mas o próprio Estados Unidos não alimenta esse tipo de política para assegurar a sua hegemonia? Não acredito em teoria conspiratória, mas quem entende de política sabe que quem quer manter a hegemonia tem que causar brigas entre as nações. É o básico de Maquiavel e não pode ser ignorado. Aí ele continua: “Se as políticas falham, a ciência pode retroceder, ou mesmo desaparecer. ”. Essa parte já mostra a ideologização do texto, se não puxarmos o saco dos norte-americanos, se não somos adeptos de uma democracia sem nenhuma religião ou que não temos que fazer crítica nenhuma a ciência, para ela não desaparecer. A ciência depende do dinheiro do governo e depende da ideologia predominante, isso é fato, não podemos negar. A cura do câncer, a cura da AIDS (SIDA em português), a cura do ebola e outras doenças, não podem ser descobertas sem a indústria farmacêutica ganhar milhões, isso não dá para ser negado. As inúmeras pessoas com câncer são devido a testes nucleares que podem ter sido feitos aleatoriamente, então, acho uma perda de tempo ficar dizendo coisas obvias. Não é porque escrevo em um computador (que me custou caro, alias), que sento em uma cadeira de rodas feita com tecnologia desenvolvida com pesquisas cientificas (que custou caro também), que eu vou achar que a ciência é o caminho do esclarecimento e o bem-estar da humanidade. Não sou tão ingênuo como os iluministas. Acontece que a ciência é um instrumento, não é sagrada e nem um pouco, profana, só é um meio de descobertas importantes para a humanidade. Um texto desses só é um desserviço a ela.  
#ciência #deficiência #politica


terça-feira, 4 de julho de 2017

A complexidade de Anitta e a música dos ressentidos




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Dias desses eu estava lendo um artigo de um site que se chamava: “MÚSICA BRASILEIRA ESTÁ CADA VEZ MAIS POBRE E BANAL; DE QUEM É A CULPA?”, e me perguntei de quem realmente é a culpa. O autor da pesquisa disse que esse fenômeno já começa nos anos 60 com a jovem guarda onde havia letras simples e também, a massificação do rap nos anos 80 que despontou a coisa de vez. Acho que houve um erro substancial nesse estudo muito importante, porque ao mesmo tempo que houve uma banalização das letras musicais nos anos 60 e nos anos 80 (daí foi indo até os anos 90 em diante), também houve um decaimento dentro da educação e não é muito difícil de ver isso. A título de exemplo, num curso de administração técnico aqui em São Paulo, a apostila (paga com o recurso público e os alunos tem que pagar de novo), não é atualizado dês de 2010 e que quer dizer que estão pouco se linchando com a educação do país. Quando se entra em crise e falta dinheiro em algum setor, sempre se tira da educação, portanto, quando achamos que essas músicas simplórias são cultura, alguma coisa temos de errado.

Claro que quando não há educação e quando não há um vocabulário amplo, não dá mesmo para ter letras muito mais elaboradas e não dará em nenhum momento, ouvi uma música histórica dos moldes de um Iron Maiden. Nem precisamos ir muito longe – nas terras inglesas para sermos mais exatos – quando a gente vê pessoas cantando músicas de Raul Seixas sem entender a sua profundidade ou até mesmo, a Pitty e o Legião Urbana. O Faustão e o Gugu Liberato, somente coloca músicas que o povo quer ouvir e sabe cantar, por exatamente, essa simplificação cultural que criou músicas e livros da cultura de massa. Isso não é um fenômeno só das periferias, mas um fenômeno da cultura como um todo. Só ver pessoas muito bem de vida, mas que ouve e participa de uma cultura empobrecida e banalizada sertaneja ou fanqueira. Daí entramos em Nietzsche quando ele diz:

“PERCORRESTES O CAMINHO QUE MEDEIA DO VERME AO HOMEM, E AINDA EM VÓS RESTA MUITO DO VERME. Noutro tempo fostes macacos, e hoje o homem é ainda mais macaco do que todos os macacos."

Quem conhece o mito de Medeia sabe que ela era uma princesa que largou tudo por causa de Jasão e ao ver seu amado querer casar com outra princesa, se sente traída e mata o próprio filho levando através dos ares com a carruagem do deus Hélio. Medeia é o caso que Nietzsche vai mostrar o que é ser ressentido, porque a traição – o que ela pensava, porque Jasão falou a ela – é um dos sintomas do ressentimento. Somos uma cultura ressentida, somos um povo que aceitamos rápido a ideia que quem é bem-sucedido nada fará para os menos. Assim, Nietzsche diz que o homem de Medeia ao verme, ainda sim, seria um verme. Um animal rastejante que ficaria no chão entre as sujeiras, os estercos, as lamas. Quando nos deparamos com pessoas que se rastejam entre a traição e o amor, poderíamos de chama-las de vermes, de seres que se conformam com a mediocridade das suas vidas vazias e pobres dentro de sentimentos abaixo de um sentimento nobre. A nobreza aqui não é uma situação de status, mas a nobreza espiritual enquanto ser que se encontra ao mundo seu lugar. Péssima expressão: “não sou ninguém na fila do pão”, expressa muito bem a cultura dos fracassados.

Mas porque uma cultura dos fracassados? Imaginamos antigamente, o Brasil sendo uma colônia e o colonizador pouco se importasse com a colônia e pouco se importava com que acontecia aqui. Nossa cultura é massificadora e socializada, porque quem colonizou junto com os bandeirantes foram os jesuítas. Sem educação. Sem nenhum recurso tecnológico muito complexo e assim, sempre se teve que adaptar e arranjar jeito em se viver aqui. Os bandeirantes ficaram os coronéis e os jesuítas ficaram aqueles que amansavam o “povo”. Sempre foi assim, a religião não é uma religação do homem a sua origem metafisica, mas é uma pacificadora popular que amansa os mais pobres para os poderosos (vulgo coronéis de Brasília), sempre dominarem. A música nada mais é do que o mesmo patamar da religião, pois, ela com suas letras de pessoas fracassadas, pessoas que nada são, que não tem nada (nem quem se ama), ensina a criança dês de cedo que ela é nada. Aí criamos uma cultura dos fracassados ressentidos, dos que dependem do governo, dependem da religião, dependem do ESTADO para ter e para sobreviverem. Felizes seriemos se a corrupção e o descaso fossem de um partido só, é generalizado, é cultural e essa cultura começa quando uma mãe com uma criança cadeirante não consegue entrar no ônibus por causa que o povo não quer dar licença. Isso não é um tipo de corrupção? Isso não é um comportamento ressentido?

Nietzsche diria que todo tipo de fuga metafisica é uma maneira de se esconder dentro de uma vida que nunca vai existir, em contrapartida, não há nenhum sentimento nobre. Daí chegamos a parte do “macaco” nietzschiano onde sabemos que são nossos primos de espécie, pois, somos hominídeos que viemos do mesmo tronco dos símios. Os chipanzés são os mais próximos de nós geneticamente, muito mais os bonobos, são na maioria das vezes, animais imitadores. Não nos parece um pouco lógico? Por que algo é popular? Sempre quando vimos uma coisa sendo popularizada e queremos ser populares, podemos não gostar, mas temos uma atitude de imitação para ser aceito. Isso, muito provavelmente, mexe com a parte primitiva do nosso cérebro que se chama a parte reptiliana. A trágica história reptiliana não acaba só na imitação, ela também acomete na parte do instinto sexual animal, na violência desmedida, na parte da emoção destrutiva animal. Portanto, o ressentido gosta de tudo aquilo que lhe faz apenas um símio qualquer, um pedaço de carne movido entre duas pernas que faz o que todo mundo faz, ouve o que todo mundo ouve, assiste o que todo mundo assiste. Então, chegamos no funk carioca onde há ostentação, há sexualidade símia, há a pior calamidade sentimental e do espirito de rebanho que já se houve dentro da história evolutiva humana. Se isso é uma cultura, estamos degenerando a raça humana em uma coisa, um animal que se reproduz e sobrevive no meio do caos do mundo. Aliás, o caos e a lama que o pai o colocou e ele gostou dessa lama. 

A complexidade não é ter letras difíceis, mas uma noção utilizada dentro da filosofia e em áreas como a epistemologia (filósofos como Anthony Wilden e Edgar Morin), na linguística, pedagogia, matemática, química e muito outras. O pensamento complexo, não é o quanto há complexidade em uma nota musical, mas o quando faz de ligação nessas propostas de pensamento. Dizer que Anitta com sua “paradinha” é mais complexo do que Legião Urbana é de se estranhar, ou não, porque também sabemos a tendenciosidade de uma cantora de sucesso. Quem sabe programação – como eu por ser técnico de informática – sabe que software são programados a dizer e a fazer o que o programador codificou dentro das linhas algorítmicas. Se escrevo esse texto, por exemplo, esse software foi programado para escrever esse texto e mostrar as letras e as especificações que devem conter o texto. Então, softwares não são muito confiáveis para mostrar complexidade em músicas. E outra coisa, uma música sintética (artificial), nunca é mais complexa do que uma música com três acordes, porque são músicas programadas. Portanto, a única complexidade que eu ponho nesse estudo é o porquê o autor enalteceu Anitta, enalteceu Chico Buarque e colocou bandas e cantores que contestam o poder e fazem o povo contestar lá para baixo? Estranho, não? Não é uma evolução musical, a música sempre teve o mesmo papel em todos esses anos de sociedade e quem sabe, começou lá na pré-história.


O paradoxo é o porquê o rock sempre tem papel importante na contestação e aqui, não passa de radicalidade, obra do demônio, onde a pobreza sempre vai aumentar por falta de uma educação. Eleger alguém que viveu na mesma margem, não é garantia de reconhecimento, porque o poder corrompe e ilude, as pessoas têm que pensar por si mesmas e o sertanejo e o funk, não são uma ferramenta para isso. Então, pensar sempre vai ser logo existir. 



sábado, 1 de julho de 2017

Geração chata: uma análise sem hipocrisia



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Dias desses, sabe lá o porquê, eu estava lendo um artigo sobre uma moça que disse que não se sentiu representada pelo filme Mulher Maravilha. Eu achei o artigo chato e longo demais, porque me deu tedio achar que alguém se sente representado por uma semideusa amazona que só é mais uma heroína saída das revistas em quadrinhos no qual, curtimos muito. Esse papo de feminismo fascista já encheu o saco, não que não devemos assegurar os direitos das mulheres, é que toda a militância acaba sendo uma ditadura branca. Como várias pessoas falam, principalmente os filósofos que analisam as redes sociais, o problema não é você praticar tal ideologia, mas você defender essa ideologia sem ver falhas dessa ideologia. A falha das “feminazis” é confundir direitos com ódio, confundir direitos com dar supremacias que não existem. Claro, um homem não vive sem uma mulher, já a mulher, não precisa de nenhum homem para viver, simples assim. Condenar o filme todo só por causa que a protagonista tem um diálogo do órgão sexual do mocinho, é de uma chatice sem tamanho.

Acontece que estamos vivendo um período chato de polarização sistêmica, não precisa nem olhar seu Facebook. São tantos casos que eu deveria escrever um livro – talvez até vou, não sei – porque as pessoas ficaram com suas vidas vazias. Isso mesmo, o esvaziamento se deu quando o mundo criou valores para se ter as coisas e não se apegar a símbolos, só que esse significado está embrenhado dentro do ser humano porque é da nossa natureza. A publicidade usa muito isso – não precisa de imagens subliminares para vender, já que na propaganda já tem símbolos importantes e nos próprios filmes, sempre há e haverá, imagens que vão te convencer em consumir – esse simbolismo é a maneira que aquilo é mostrado para você e você reage com o desejo de ter, de ser e de se apegar aquilo ou a alguém. Os heróis gregos antigos eram esses símbolos no mesmo modo, os símbolos religiosos e ideológicos, são usados para te fazer pensar que você estando de um lado, você estará estando defendendo aquilo que é certo. Mas uma pergunta tem que ser feita primeiro: o que é certo ou errado? Qual a diferença de uma mulher e de um homem além da parte do gênero e dos entraves culturais? Qual sensação de defender uma ideologia ou sei lá mais o que você defenda?

Para dar um exemplo, ainda meu pai acredita que homens são biologicamente, o reprodutor e precisam de sexo toda hora. Claro que isso tem uma parte de verdade, mas por outro lado, a questão cultural também pesa além de fatores biológico. Somos, afinal, animais totalmente, sociais e essa sociabilidade tem a ver com a nossa cultura e a nossa consciência que existe enquanto somos humanos. Sim, a 2.500 anos atrás, Aristóteles já dizia que o homem busca, por natureza, o saber e esse saber tem a ver com o espanto. Quando nós nos espantamos? Quando nos deparamos com uma realidade que não é realidade, são apenas culturas artificiais que nada significam dentro dos valores que nos construíram. Por exemplo, eu gosto mais dos heróis verdadeiros do que o estereotipo do “bonzinho”, achava chato demais o Superman e gostava do Batman ou o Justiceiro, até mesmo, Wolverine. O Superman é o estereotipo do cara bonitão que tem que ser justo e perfeito para ser o cara que salva, que faz justiça sem ao menos, ter um pingo de raiva. Não à toa, o “homem de aço” é um extraterrestre, um alienígena que tem superpoderes graças ao nosso sol amarelo (graças ao gás hélio). Existem coisas que para mim são entediantes ao ponto de não fazer me interessar, mesmo que a maioria goste, eu não gosto.

Acontece que as pessoas gostam por questões de status quo, porque não é possível uma pessoa repetir uma música muitas vezes, sem ao menos, prestar atenção da letra. Dançar ou ter um momento de euforia, pode até ser uma bela desculpa, mas ainda sim, não é um motivo tão forte para gostar de verdade de uma música. Isso, dentro da filosofia contemporânea, se chama massificação e a massificação é construída não para pensar e sim, para vender. Nada contra, mas a partir do momento que uma pesquisa diz que a cantora Anitta é mais complexa de que Legião Urbana e Os Mutantes (claro, que vai ter textão), devemos nos preocupar com tal dado, porque quando as músicas ficam simplórias demais, a questão começa a ser preocupante no requisito educação. Educação em todos os aspectos, porque somos já criados com uma estereotipação de gênero, estereotipação de condição física, estereotipação do que devo pensar e agir dentro daquilo que a sociedade e o senso comum acha ser verdade. Mas o que é a verdade? A verdade é um objeto de ostentação?


Quer sair disso? Então comece saindo da massificação de opiniões, tenha base solida dentro do que você mesmo pensa, será o único e vai parar com toda essa chatice. 


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