domingo, 30 de abril de 2017

O problema da igualdade





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

A polarização acontece quando achamos que existem meios para a igualdade e não existem meios para essa igualdade. Mas, existe a igualdade? Sempre lembrando, que dentro da filosofia (a busca do saber), o problema é uma situação que existe outras alternativas dentro de uma determinada situação. Podemos fazer a seguinte reflexão: existem duas flores iguais? Existem dois cachorros iguais? Existem duas pessoas, mesma sendo gêmeas, iguais? Podemos afirmar que não, cada flor se desenvolve de maneiras diferentes, cada cachorro terá uma característica que determina a sua raça, cada pessoa vai criando o seu caráter único dentro dos valores que aprenderam. A questão tem a ver com a dialética hegeliana que prevê uma tese, uma antítese e uma síntese, que Marx e Engels usaram muito a vontade de maneira de caber em suas análises sociais.

O que os socialistas não enxergam – isso já veio dês de Marx – é o SER como individuo consciente da sua própria escolha, que levara para o caminho do sucesso, ou levara o caminho do fracasso. Não acho que o problema da igualdade seja somente de ser ou não explorado, porque a exploração é um conceito muito relativo e podemos até dar um exemplo simples: se eu quero comer macarrão com molho, minha noiva pode querer comer nhoque, porque cada um está consciente da sua decisão. Mas se, hipoteticamente, eu fizesse ela comer macarrão ou ela fizesse eu comer nhoque, ficaríamos em igualdade, mas tanto eu oprimi ela, quanto ela me oprimiu. O problema aí é: qual o sentido da igualdade? A pergunta se torna obvia quando perguntamos: qual o sentido (ennoia) de algo? Em grego atual, o sentido das coisas ficaria: “ennoia (sentido) tós pragmáton (coisa) ”. Na expressão “sentido de”, há um significado de não capacidade sensorial humana, que é uma ordem, imanente ou transcendente de cada coisa. Então, quando se diz que algo tem sentido, esse algo tem uma ordem que emana ou transcende os nossos sentidos e que nem sempre – no sentido desse algo – é o que ele é. Sempre algo pode não ser aquilo que nos mostra ou aquilo que nos falam. Assim, estamos falando que o “sentido de”, é uma transcendência daquilo que está na nossa vontade e aqui que remonta a consciência da nossa escolha.

Mas ainda não respondemos o “sentido da igualdade”, porque ainda não definirmos o que seria igualdade. Etimologicamente, o termo igualdade vem do latim aequalitas, que tem o significado “aquilo que é igual” ou “semelhante”. Assim, “aquilo que é igual” é a ausência de diferença daquilo que não precisa ser igual, então, todas as partes são totalmente, possuem o mesmo valor. Ora, quando definimos que igualdade seria algo de padronização daquilo que deveria ser apenas individual, compreendemos que o sentido (aquilo que imana), é exatamente padronizar um comportamento único e uma classe dentro da sociedade. A dialética é simples: existe a classe operaria (tese), a classe da elite (antítese) e só vamos ter justiça (realmente, Marx nunca falou em igualdade), quando houver a revolução (síntese).  Mas será que era isso mesmo que Hegel quis dizer com a dialética do senhor e o escravo? Claro que não. Hegel coloca como pressuposto a prisão do senhor dentro de uma dependência, porque depende do escrevo, e a liberdade do escravo que não depende de ninguém; mas é obvio que há a condição de humilhação e desprezo ao ser humano, mas o senhor repreende para exatamente, demostrar a sua fraqueza diante da dependência. Para Hegel, a igualdade seria a quebra dessa dependência e hoje vimos muito isso, dependência do Facebook, dependência religiosa, dependência ideológica e por aí vai.

Mas ainda não respondemos o que seria o “sentido da igualdade”, porque tudo aquilo que tem um sentido, expressa esse sentido dentro de uma ótica do seu valor. Ele emana além da realidade e traz a solução dentro da essência do termo “igualdade”. Ora, tudo que traz “igualdade” traz padronização e tudo que traz padronização traz o que Hegel trouxe com sua dialética do senhor e do escravo, a dependência do senhor em ter o escravo, assim, igualizando os escravos para melhor caber na sua dependência e na sua acomodação. Marx inverteu isso, disse que para o proletariado ter liberdade, ele deve igualiza a sociedade para todos caberem dentro dessa padronização. Quem é o senhor do escravo para Marx? O ESTADO. O ESTADO depende do proletariado e agora faz toda uma gama de coisas para controlar esse proletariado, fazendo controle burocráticos, fazendo policias especializadas de controle, fazendo uma lei de coerção, fazendo toda uma gama de coisas para assegurar toda a dependência. Seria como se todo mundo devesse comer macarrão, porque todos têm o direito de comer macarrão, nada de nhoque, porque o nhoque   quer dizer desigualdade e a desigualdade faz com que haja uma guerra de classe.

Um outro problema muito mais embrenhado nessa “igualdade” é a ideia do fetichismo que podemos dar as pessoas ou objetos. Um fetiche de algo é a admiração exagerada que damos a esse algo, ou seja, se compro determinada coisa (objeto) eu não compro porque eu quero, eu compro porque eu tenho um fetiche sobre aquilo. Ora, ai que está o erro de Marx e dos marxistas, em confundir desejo com vontade e isso vai em encontro do Ser. Eu não como uma macarronada, por exemplo, porque eu tenho um fetiche sobre a macarronada – se tenho uma admiração forte pela macarronada eu tenho uma psicopatia grave, aliás – eu como a macarronada, porque eu gosto do gosto do molho e da consistência do macarrão. Aquilo que gostamos está dentro da vontade, porque a vontade está além do desejo, ela tem a ver com a natureza da consciência que aquilo vai te deixar um pouco mais satisfeito. A satisfação tem a ver com o justo, o que eu gosto ou que eu não gosto, a única razão de eu escolher algo, é a análise do que eu tenho vontade e o que desejo. Eu vou no banheiro porque eu tenho vontade, não porque eu desejo.

Mas ainda não respondemos o “problema da igualdade” que só poderia ser respondido com o universal, aquilo que é intangível (aquilo que pensamos ser real) e o tangível (aquilo que podemos ver e tocar). A igualdade é algo intangível porque todos os seres humanos não são iguais, porque temos o ser que existe enquanto SOU – podemos reparar que Descartes, no seu “penso logo existo”, decreta que todo ser humano que percebe que existe comprova a sua existência – ou seja, enquanto eu sou com minha existência eu percebo que não sou o outro. O problema é quando me colocam em pé de igualdade do outro enquanto individuo único, assim, eu sou um e o outro é o outro. Se tenho vontade é um decreto de mim mesmo, então, a vontade é tangível, existe enquanto algo que busco com meu querer. Mas, o desejo é algo intangível que não pode ser tocado, porque não é real, não é algo concreto. Mas você pode me perguntar: Amauri, um tênis é algo que se pode tocar e podemos desejar ele? Posso responder que sim, o tênis em si mesmo, é concreto e, portanto, tangível. Só que eu posso querer da melhor marca e não de uma marca simples, o que vai determinar meu desejo e da vontade, é a marca, a marca vai ser o fator intangível. Mas isso não é fetiche? Pode ser que sim. O desejo faz todo um mundo fantasioso para querer o melhor tênis para, pensarmos, que ficaremos felizes. Mas ainda sim, eu posso querer um Adidas do que um “chineizinho”, porque eu trabalhei para ter o Adidas, o desejo sempre é aquilo que eu posso e quero escolher. Tenho desejo tudo aquilo que não tenho a necessidade ou apenas é um desejo naquele momento, mas mesmo assim, se trabalhei ou tenho uma grande soma por causas familiares, ainda sim, eu tenho o direito de ter.

Agora, a vontade é algo mais tangível, porque mexe muito mais com que necessitamos. Se tenho vontade de comer é porque tenho uma vontade de saciar a minha fome, alimentar meu corpo que necessita de vitaminas para continuar funcionando e esses alimentos, tem que ser essenciais. Há vontade de comer arroz, feijão ou carne, porque isso é a vontade de nutrir necessita para dar nutrientes ao meu sangue. Claro, que podemos até argumentar que nem todo mundo pode comprar um arroz e feijão, porém, não é igualando aquele que pode que o problema vai ser resolvido, igualando só vai aumentar o problema. E na essência da consciência de cada um, cada ente (usando o termo de Heidegger), tem sua vontade particular de saciar sua fome e comprar aquilo o quanto quiser, porque cada ente é um unipolar. Na verdade, se pensarmos antropologicamente, foi um erro virarmos agricultores e gerarmos o ESTADO, porque na verdade não somos feitos – porque ainda somos coletores-caçadores – para se fixar. Marx ficou tão alucinado de colocar a dialética no socialismo, que não prestou atenção a Darwin e ver que a desigualdade é algo evolutivo. Nós não evoluímos moralmente, evoluímos tecnologicamente.


Tecnologicamente dará para manter uma pessoa com deficiência, por exemplo, mas moralmente, sempre se acha que elas estão atrapalhando o bando. A questão não é o proletariado e o capitalista, o socialista o capitalista, o religioso ou o ateu, a questão é o ser na questão moral entre a vontade e o desejo, entre fazer e não fazer. Você não pode mudar o SER porque ele é o que ele é, você pode mudar na educação (mostrar a realidade), você pode mudar no exemplo, mas você não pode coibir um desejo ou uma vontade. Você pode mostrar que a criança não pode ter tudo que quiser – mesmo o porquê, a vida mostrara por si mesmo – você pode mostrar que o amigo de cadeira de rodas não é um amigo do outro mundo, ser diferente não é sinônimo de estranho. As experiências socialistas mostraram que igualar desejos e vontades de todos, não é a solução, uma hora, aquilo “explode”. A igualdade enquanto seres sociais comunitários que desejam igual, que sentem igual, que fazem tudo igual, é apenas uma metafisica, algo, completamente intangível. 



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Machismo e feminismo sem frescura

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Por Amauri  Nolasco Sanches Junior

Há um assunto que me vem incomodando a muito tempo, o feminismo e o machismo, ou seja, eu chamo o machismo de “mimi azul” e o feminismo de “mimi rosa”. Afinal de contas, todos nós somos seres humanos e somos, biologicamente, primatas com o cérebro grande e temos a consciência (com conhecimento), da realidade onde vivemos e o outro. Queiramos ou não, não somos sozinhos na realidade onde vivemos e temos que ter respeito sim ao outro (respeito não significa, sentimentalismo). Pior ainda, somos um cérebro ligado ao um tubo digestivo, porque o tubo alimenta e o cérebro é aquele que capta a realidade. Então, qual a diferença de quem está certo nessa história? Seria como se uma pedra, de repente, tomasse conhecimento de tudo que há em sua volta.

Agora chamo vocês para um exercício de cabeça e imaginar um “machão” que fica com todas, bebe no bar, acha que tem o direito de olhar a mulher do próximo (que é pecado), fica buzinando para a “nadegas” alheiras (também as “mamas”). É daqueles caras que se bobear até travesti traça fácil, mas tem o porem, quando mexem com a irmã, com a filha, com a sobrinha, com a mãe, fica achando que pode ter a moral de ter algum ciúme. O mais ridículo é que quando entra numa loja faz cara feia, grita com a mulher dizendo “não tenho dinheiro para besteira”, fica regulando remédio, fica regulando leite para os filhos, mas, a cerveja, as viagens e o churrasco dos finais de semanas está garantido. Ainda tem o trocado da “casa de meretriz”, para ser mais educado. Não acabou, o pessoal nem encosta no carro do sujeito, ele fica pior que um “pitbull”, mas olhou para mulher dele, nem aí com isso. É homofóbico, acha que homem de verdade é ver futebol (que tem outros homens), ver UFC (que tem homem suado), ou ver filme pornô como se não soubesse como faz. Acha no direito de bater em homossexual, bater na mulher, agredir os filhos e acha no direito de ter outra, a mulher não pode, se a mulher ter outro é “vagabunda”, a mulher “não presta”, mas o homem é o “garanhão”. Esse tipo de homem não chora, esse tipo de homem não pode demonstrar fraqueza, esse tipo de homem não pode demonstrar amor nenhum.

O pior de tudo – sim, existe coisa pior ainda – é metido a conservador, acha que é cristão, acha que a mulher que trai ele (ela teria todo o direito, já que ele faz tudo isso), e ainda acha no direito de ser chamado de racional. A diferença dele com homens pré-históricos, é que o homem pré-histórico não era e nem tinha a nossa elevação moral, hoje temos, mas acham bonito criar filhos assim. Sim. Pior do que achar que todo homem não presta, achar que todo homem é sem vergonha, ou coisa parecida, ainda, cria o seu filho como “machinho da mamãe”. O “machinho da mamãe” deve azarar as meninas da escola (se não ele é homoafetivo), o “machinho da mamãe” tem que ter todo espaço do mundo para comer, não tem obrigações como lavar a louça, lavar as próprias roupas, dar uma grana para ajudar a família e tudo isso, ainda gosta mais do pai do que da mãe que fez dele um exemplo vivo que algo ruim, pode ficar pior. Ela (a mãe), fez dele um protótipo vivo do pai ao quadrado, um “predador” que guarda as irmãs, sobrinhas e filhas, mas ninguém escapa do seu olho, ninguém escapa daquilo que chamam de “catar”. Mulher é um objeto, mulher para ele é uma coisa, mas quando os outros tentam ser, viram “bicho”, acham que se deve defender a honra.

Esse tipo de educação nem pode ser chamada de educação, porque uma educação que acha que o filho é um instrumento daquilo que você espelha, não é uma educação, é criar um “machinho”, só isso. Vale lembrar que educação vem do latim educare que era a maneira que os romanos mostravam aos mais jovens, o que era a realidade do império e o que era ser um romano. Isso queria dizer que um romano tinha que ensinar o seu filho a respeitar os costumes (mores), respeitar a sua origem e ser um cidadão respeitado – claro que havia muita demagogia hipócrita aí. Talvez, quando falamos de educare falamos de paideia dos gregos que eram um pouco mais complexos, porque além de ensinar as crianças ao que era ser um cidadão de Athenas, era uma coisa bem mais espiritual. O ethos, em sua essência, era o caráter daquilo que era ser um cidadão (politikon), da cidade-estado (Polis). Quando o cidadão tem a consciência (com conhecimento), daquilo que ele pertencia que Aristóteles – que os escolásticos interpretaram de forma errada – colocou com virtude (aretê).

Agora vamos para o oposto, pois, se existe um machismo que transforma em homens modernos, com outra moral em homens medievais (como se fossemos seres humanos criados na barbárie), temos o feminismo. Enquanto o machismo vem do patriarcado, onde se sustentam nas culturas arias pré-europeias, o feminismo é a resposta moderna daquilo que se sabe das culturas matriarcais de algumas etnias do passado. Os druidas celtas, por exemplo, eram uma cultura matriarcal, as religiões começaram com o culto da terra (gaia), a Grande Mãe. O que acontece é que todo tipo de ativismo ao invés de atrair, afasta e até amedronta algumas pessoas que fogem da luta. Outra coisa também, se torna algo muito chato você ficar achando que tudo é machismo, tudo agride, tudo é submissão das mulheres e tudo mais. Todo o coletivismo é danoso até mesmo para a causa, que claro, é justa como em alguns casos, por toda as minorias. Acontece que você lutar por direito de ter um salário mais igual ao homem, o direito ao voto, o direito ao trabalho, não deveria ser o mesmo que ir na frente de uma igreja encenar um aborto de Jesus, ter uma exibição de cruzes anais, chamar a si próprias de “vadias”. Todos os seres humanos têm todo o direito de serem o que quiser, só que estamos numa sociedade generalista, se umas poucas querem ser chamadas de “vadias” outras que não querem se sentirão agredidas e vão ser sim contra. Para mim todo radicalismo é burro (no sentido de usar cabresto), toda forma de impor um coletivismo de igualar as pessoas a força, é danoso e pode levar ao conflito até.

Como seres conscientes, nós temos a capacidade de enxergar aquilo que nos oprime. Porém, a sabedoria antiga sempre disse que o universo espaço-tempo sempre trabalha com equilíbrio, o que Aristóteles vai dizer o que é a virtude. Mas o que é a virtude? A virtude é o caráter, o “aretê” como os gregos diziam, o equilíbrio aristotélico entre aquilo que queremos e aquilo que eu posso ter. É o que Paulo de Tarso dizia – num modo bastante aristotélico – tudo posso, mas nem tudo me convém. Porque eu posso querer uma coisa, mas aquela coisa não me convém ter, não é licito ter aquilo e em tudo possamos colocar isso. Eu tenho uma ideia bem clara que o universo além de não está nem aí para você, ele não tem forças binarias, nada é separado e tudo é uma coisa só. Gosto muito da ideia budista que somos o que somos, não interessa se existe vida após a morte ou não ou se Deus existe ou não (se existir não vai ter um gênero só), interessa o agora, o yin e o yang são forças que se completam. Não há nenhum problema em o cara ser daquele jeito, a educação materna e o exemplo paterno construiu esse caráter, o problema é a questão que os outros que não são levam a fama. Porque já se ensina para as filhas que homem é tudo igual, não soube escolher, escolhe qualquer um, depois acha que todos são do mesmo caráter. Daí a menina fica com aquilo na cabeça, acha mesmo que homem é tudo igual, vira ativista feminista; começa a se chamar de “vadia”, começa a achar que a culpa dos homens e mais especificadamente, do pai, é de Jesus (não basta matar o coitado na cruz, tudo de ruim é culpa dele). Viu como uma coisa leva a outra?


Todo mundo sabe que o mundo muda, todo mundo sabe que cada um tem seu caráter, todo mundo sabe que o homo sapiens é um ser pensante. Só esqueceram do seu cérebro.  



A verdadeira Face do Socialismo 

sábado, 22 de abril de 2017

A religião socialista




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Ninguém pode negar que o socialismo como tal, se tornou um tipo de escolástica improdutiva, ou seja, nenhum socialista buscou melhorar a teoria socialista e comunista. Para mim, que estudo várias teorias e o socialismo é mais uma, há uma coisa bastante seria dentro da teoria socialista que nem mesmo quem acredita no socialismo não viu essa falha (na verdade, quem viu essa falha foi o filósofo cientifico argentino, Mario Bunge e eu concordei): existe menos energia gastada na cooperação, enquanto sociedade, do que energia gastada na revolução. Porém, é muito mais caro reconstruir aquilo que está em pé e foi derrubado, do que melhorar aquilo que já existe, o que para mim, é muito obvio. Outro erro é que o socialismo (principalmente, o soviético) foi muito autoritário que é uma contradição, pois se o regime é um regime do proletariado, então, o proletariado oprime o proletariado? O autoritarismo soviético teve várias consequências que não foram de um regime de preparação ao comunismo, porque não contavam com a vontade humana que dará base para a ação humana e suas consequências.

Quando digo que, às vezes, não acreditam em Deus, mas acreditam em Che Guevara, não quero dizer que o mesmo seja demagogo ou coisa parecida. Mas sim, eles criaram uma idolatria que não é diferente da idolatria religiosa, que aliás, tem suas bases muito bem definida com a teologia do materialismo. O materialismo nesse caso, é o materialismo de que o homem produz dentro da história, o que ele precisa para viver. Mas o que ele precisa para viver? Será que ele precisa de um telefone simples, mais do que um smarthphone? Se sim, então, a sociedade é provida de escolher o que ela quer consumir? O desejo faz ela consumir bens, mas esse consumo são conjuntos de coisas que são muito mais complexos, do que uma simples alienação. Posso querer um celular, mas eu quero esse celular como um smarthphone e não um simples e também, o “eu quero” é diferente do que “eu desejo”.  O “desejo” é aquilo que idealizamos como aquilo que nos falta, o socialismo marxista tem essa ideia, o “desejo” de uma coisa que achamos necessário e não é necessário. Já o “querer” é algo muito mais real, porque você não quer só uma roda, você quer o carro inteiro; portanto, o querer tem a ideia muito mais fisiológica (no sentido concreto), porque é uma totalidade dentro de uma causa que é à vontade. O marxismo não vê, ou não quer ver, a vontade como soberana dentro da ação humana. Assim, o socialismo acaba como uma teoria metafisica de que o ser humano “deseja”, porque o capitalismo induz a esse “desejo”, que não é totalmente, enganoso. Mas, por que existem uns que gostam de Coca-Cola, outros gostam de Fanta uva?

Marx junto com Engels (não Hegel, como disse um juiz em um texto a algum tempo atrás), esqueceram do racionalismo enquanto fenômeno da consciência da vontade, indo apenas, para a dialética de Hegel (agora sim) onde montam um ideário totalmente, utópico sem embasamento do comportamento, humano. Ou seja, a ideia que o ser humano produz ou deve produzir aquilo que necessita é uma ideia não longe de Platão, que achava, que o ser humano desejava aquilo que lhe falta. Você deseja aquilo que você produz? Nem sempre. Um sujeito pode trabalhar na Ford e ter um carro da Fiat, ou da Nissan ou de qualquer marca, porque o trabalho não é o que deseja, mas o que necessitam, um objetivo que é o salário. Porém, tem tantos encargos, que fica difícil o trabalhador escolher onde gastar, porque no cálculo da fábrica (vulgo firma), junto com o salário está a CLT, está FGTS, está a contribuição obrigatória dos sindicatos entre outras coisas. Se perguntar para qualquer RH (recursos humanos), vai ter a reposta do desconto do salário graças a esses “benefícios” que muitas empresas, sonegam ao governo. Porém, existe a taxa do sindicato (que é obrigatória), o imposto de renda (a renda é aquilo que gera lucro, que lucro se tem em um salário?), que é um roubo, sendo o trabalhador está sendo coagido. Há a liberdade com tais taxas? Há uma escolha do que fazer com seu salário? Aonde mesmo existe a mais-valia? Lembrando, que a teoria da mais valia é a teoria que um trabalhador ganha um salário (a venda do seu trabalho), muito menor daquilo que ele produz quando é posto em venda. Mas pondo todas essas taxas, todos esses “benefícios”, o trabalhador que ganha R$ 1.500,00, por exemplo, ganharia uns R$ 3.000,00 mais ou menos por alto. Claro, que a teoria marxista tinha uma visão do século dezenove, onde os valores eram bem diferentes do que é hoje em dia.

Daí entramos no objetivismo da filosofa russa-estudanense, Ayn Rand. Qual o objetivo do ser humano? Falando em forma social, o objetivo do ser humano e ter uma vida mais ou menos, confortável no sentido de escolher o que se quer, porque o desejo é uma forma idealizada. Rand vai argumentar que todos os valores contidos no egoísmo, são valores que estão contidos naquilo que você é. Aliás, Rand soube muito bem o que é um regime socialista quando usurparam os negócios da sua família, humilharam e jogaram a sua família na miséria. Sem a escolha, por um bem maior que reduzia seres humanos a miséria, o socialismo trouxe muita miséria e morte por obrigar o ser humano a ser o que ele não queria ser. Daí a formulação da sua teoria, onde o altruísmo é uma forma de escravização e um relativismo populista em querer igualar aquilo que não é igual. Mas o importante é, que ninguém pode nos obrigar o que não queremos, ninguém pode nos obrigar aquilo que não temos vontade. A título de exemplo, a Coca-Cola (estou com a Coca-Cola na cabeça), pode fazer a melhor propaganda do mundo mostrando e dando as melhores vantagens de beber tal refrigerante, mas se eu não quiser beber Coca-Cola, não vou beber e ponto. A coerção só existe se eu aceito a tal como medida da minha vontade, se a minha vontade for soberana dentro do meu gosto, dentro de um certo equilíbrio entre o ato e a ética. A ética nesse caso, é a ética de não se deixar dominar naquilo que pensa, naquilo que sente e aquilo que sou. Aristóteles – no qual Rand deixa bastante claro que tirou aí sua filosofia objetivista – deixa bastante claro, que a “aretê” (que traduzimos como virtude), depende daquilo que somos e não naquilo que temos. O egoísmo de Rand, não é o egoísmo destrutivo e sim, o egoísmo objetivo (ai ela dará álibi aí Tio Patinhas), que é ter uma certa virtude em não querer dar nada a ninguém.

Em outros termos, o ser humano pode até ajudar, mas a ajuda é aquela que ele quer dar e não aquela ajuda que é obrigado a dar. Claro, que o capitalismo não é um paraíso, mesmo o porquê, herdou muitos problemas de antes dos outros regimes – principalmente, do imperialismo absolutista que ainda ordenava e permitia o que cada um deve ser – que até hoje não há solução. Mas, achar que só existe guerras de classe, achar que existe um poder imaginável do capitalismo de dominar e alienar todo mundo, beira a histeria. Tanto Marx, quanto Engels, passaram por cima de muitos pensamentos e filosofias e colocaram em sua utopia, nitidamente, idealizaram muito mais do que puseram verdadeiramente como materialista. Talvez, herdou isso da dialética hegeliana, assim como, puseram o desejo daquilo que te falta do platonismo. Também ignoraram o racionalismo e até, porque não, algumas coisas recém descobertas da ciência. Esqueceram das bases da filosofia, a consciência (aquilo que sou enquanto ser que percebe), a existência (aquilo que percebo que sou como ente existente).

Consciência vem do latim “conscientia” que quer dizer “com conhecimento”, ou seja, ter uma consciência da realidade onde vivemos é ver “com o conhecimento”. Isso entra dentro da epistemologia ou se preferir, a Teoria do Conhecimento, onde entra a consciência.  Descartes foi o primeiro que viu que há um ente que percebe, mas não teríamos certeza se realmente, estamos numa realidade que pensamos estar. Cheiramos com nosso olfato, vemos com a nossa visão, sentimos com nosso tato e escutamos com a nossa audição. Mas, como penou Descartes, como posso garantir que aquilo não é uma ilusão? Podemos ter aprendido que uma arvore é uma arvore, mas, mesmo assim, posso estar enganado sobre a arvore e não ser uma arvore. Mas eu nunca, em hipótese nenhuma, posso duvidar da minha própria existência (logo explico a parte da existência). Daí entra a parte da consciência, onde o primeiro conhecimento que temos é que nós existimos e se nós existimos, nós percebemos e lhe damos com a realidade, então, logo pensamos a parti da consciência que nos fez perceber o mundo. Se existo, se não negarei a minha existência, logo eu sou e se eu sou eu estou interagindo com a realidade. Então, não percebo que estou ganhando menos daquilo que mereço ganhar? Não posso recusar uma oferta menor do que aquilo que sou e devo ser pago? Não sejamos ingênuos, o socialismo nega que somos seres racionais o bastante de recusar ofertas (no caso de quem não tem estudo, essa aceitação é porque não tem consciência daquilo que está escolhendo, não que não tenha escolha).

Mas o que se define como realidade? Ora, a definição de realidade é tudo que se define como algo externo e algo externo, como eu ter que apertar as teclas do teclado do computador para escrever esse texto. A existência é a base da nossa consciência que estamos inseridos dentro de uma realidade, porque a cada realidade, deve ser vivida conforme a nossas escolhas. Nessa linha, que Sartre desenvolveu tão bem, a existência procede a essência porque não há uma essência universal dentro do que somos e sim, uma essência individual. Sartre vai contra a filosofia escolástica – muitos professores no Brasil dizem Aristóteles, mas não era Aristóteles propriamente, mas o que os escolásticos (principalmente, os tomistas), fizeram com a filosofia aristotélica – que colocava essa essência como uma essência universal e não individual. Ou sejam tanto faz se o homem existe ou não, tanto faz para o universo que nós existimos, com isso, podemos fazer escolhas, porque não existe nada certo e concluído. Daí ele usa a fenomenologia de Husserl, onde a percepção da realidade é um fenômeno direto dessa realidade e dentro disso, dentro do fenômeno em si, realizamos a leitura da realidade. O próprio Sartre disse, que o marxismo tinha saturado porque não pôde captar que o ser humano faz escolhas, o ser humano tem a sua essência individual e não pode achar outro meio para isso. Por isso mesmo, que Sartre vai dizer a famosa frase, estamos aprisionados a sermos livres e sendo livres, estamos fadados as nossas escolhas e as consequências dessas escolhas.

Se temos a consciência (com conhecimento) e a existência (poder de escolha), por que ainda os socialistas acreditam que o ser humano não é capaz de fazer a escolha? Porque, veja bem, para o socialista o ser humano não é racional e se leva a ser enganado com meras propagandas, como se o ser humano não devesse ter ambição. Qual sociedade não tem ambição? Até mesmo os socialistas têm ambição, porque para você querer a transição pela revolução, você deve ter uma certa ambição para isso. Por outro lado, toda teoria coletivista é uma teoria forçada, uma teoria imposta, uma teoria que mostra um altruísmo obrigatório onde os fracos e ressentidos apoiam. Os que verdadeiramente defendem a humanidade, não forçam a humanidade a compartilhar aquilo que conquistaram, não conseguem entender que não é pela coerção que se iguala a humanidade, mas pela cooperação.


Quem ainda acredita no socialismo ainda?



quarta-feira, 19 de abril de 2017

Como sair da “bolha ideológica”



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Como sair de uma “bolha ideológica”? Essa “bolha ideológica” é uma tática do Facebook – com seu algoritmo que faz você só vê aquilo correspondente do que você posta na rede social – para sempre te lembrar que existem assuntos ligados do que você posta, seja de cunho religioso, de cunho político, de cunho até de gosto pessoal. Você nunca enxerga o outro lado, o lado que é controverso a aquilo que acreditamos, aquilo que pensamos ser. Isso veio na minha mente, porque estou estudando as obras de Karl Marx que faz uma contramão no que acredito e não concordo em partes; mesmo assim, temos que reconhecer sim a importância de Marx dentro das teorias políticas, econômicas e porque não, na área administrativa. Mas se nossa juventude, não tem um ensino médio de boa qualidade, isso é normal em deixar levar hora para a esquerda, hora para a direita. Pensamentos ideológicos não são pensamentos diferentes dos religiosos – pelo menos os fanáticos – que sempre encontram um fio condutor de manipulação massificadora e isso, é bem evidente.

Concordo com Mises que quando falamos em economia ou produtividade, falamos de Ação Humana e essa ação é além das forças alienantes. Se o ser humano não quiser produzir um carro, não há razão dele trabalhar numa montadora de carros, porque sua vontade é soberana diante o fato determinado; além disso, a economia trabalha com o fato estatístico que é um erro, porque o fator ação deveria ser levado a sério, pois, sem a vontade e o desejo humanos, ninguém ganha e tudo se perde. Claro, que existem mecanismos que temos que levar em consideração de dominação da ação humana enquanto tal: somos levados a aprender que um homem deve ter uma família, uma mulher realizada deve ter filhos e com isso, trabalhar para sustentar esses filhos. Podemos até dizer que isso é uma manipulação cultural para colocar o ser humano como “refém” das escolhas que ele próprio faz, mas mesmo se ele estiver alienado – alienar-se e se esquecer do mundo e criar uma realidade que não existe, como os gregos antigos chamavam de “idiotike” – ele faz essas escolhas e aceita as fantasias que colocam na sua cabeça. A Globo coloca uma “arma” na cabeça de cada pessoa em acreditar que o BBB é verdadeiro? Claro que não. As pessoas acreditam porque mentem para si mesmos, mentem para alimentar os seus próprios egos e por isso, não acredito em NADA que me queiram impor ou queira que eu “compre” a ideia. Aí chegamos a ideologia, porque a ideia por trás daquilo que querem passar, foram ideias estudadas para manipular uma certa parcela da população – mesmo o porquê, você não convence todo mundo -  para comprar, para consumir, para comprar até a ideia, que a privatização, por exemplo, é uma venda do patrimônio do país. Mas cadê a nossa parte? Cadê as melhorias da infraestrutura do Brasil graças o dinheiro dessas empresas?

Isso me faz pensar que no Brasil temos ideologias “tunadas”, religiões “tunadas”, até mesmo, moral conservadora “tunada”. A maioria das pessoas sabem muito bem que um carro “tunado” é um carro com peças de outro carro, assim como esses carros, uma ideologia “tunada” é uma ideologia que pegam partes de outras ideologias. Fica claro que a ditadura militar nunca foi totalmente de direita, porque se fosse, não estatizava a maioria das empresas brasileiras da época. Aliás, temos uma cultura que prioriza o ESTADO inchado e não deixa o mesmo ESTADO diminuir, aumentando os juros, achando que com isso, a economia anda. Será mesmo? Os países desenvolvidos têm os juros baixos ou alto? Tem menos impostos ou mais impostos?  Além do mais, tirando ideologicamente o DEM (o antigo PFL), a maioria dos partidos da nossa nação – de tamanho continental – é de cunho da esquerda. Mas, cuidado, nem toda a esquerda é socialista. Esquerda é sinônimo de mudança, se é mudança, não há nenhum governo de esquerda e isso explica como o PT (Partido dos Trabalhadores), quando governou, teve uma outra agenda.


Como pensar fora da “bolha ideológica” que estamos acostumados? Vamos voltar ao algoritmo do Facebook: se postamos sempre as mesmas coisas em todo o momento, vai só aparecer aquilo na sua “timeline”. Mas o que fazer? Mudar o foco todo os dias, porque o algoritmo não pode padronizar um só assunto e eu, como um bom filósofo orgânico (que gosto de tratar assuntos de verdade), sempre vou mudando conforme o que vou lendo e me aprimorando. O perigo, e isso é evidente nas discussões binarias, se discutem pessoas e não se discutem ideias e quando isso acontece, muitas pessoas começam se fechar na sua “bolha ideológica”. Por que devo atacar a pessoa se a ideia da pessoa que está na discussão? Por exemplo, acho que Marx está errado, mas eu não fico chamando ele de “vagabundo”, nunca trabalhou e coisa e tal. Agora, eu posso dizer que o modo de pensar do ser humano independe da classe social que ele está, o que determina uma economia com alto índice de êxito é uma questão da ação humana, a vontade e a produção humana enquanto um ente que pode ter vontade própria. Sem sentimentalismo, sem hipocrisia. 



domingo, 16 de abril de 2017

O niilismo do mundo e o suicídio sem hipocrisia




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Pessoas niilistas são pessoas que não acreditam em nada, aquelas que acham que estão vivendo como se fosse obra do acaso. Mas, duas perguntas ficam no ar: você acredita verdadeiramente no que você acredita? O que seria o acaso e o que seria uma causa? Um ato por acaso é um acontecimento casual, uma coisa que acontece por um mero acidente, que talvez, poderia não ter acontecido. Já uma causa, seria uma inteligência por trás disso tudo ou um princípio que ocasionou o ato em si mesmo. Por que a vida não seria previsível? Por que a vida teria um significado? As pessoas, na verdade, nem sabem o que estão discursando, mas, mesmo assim, eles discursam como se aquilo fosse a verdade absoluta das suas vidas e ninguém tem o direito de discordar. Talvez, as pessoas devem acreditar naquilo que elas precisam acreditar e não, o que elas acreditam de verdade e o que elas são de verdade. Elas não acreditam que tem um propósito para a vida, isso se deve e muito, ao conservadorismo que não cabe mais na nossa era e não adianta me xingar nos comentários, as coisas vão mudar queira você ou não.

Jogos do suicídio ou da baleia azul, drogas, doenças e outras coisas, são a coisificação que o ser humano faz com o outro. Dane-se o que o outro pensa, dane-se o que meu filho sente, dane-se o que meu irmão ou outra pessoa está sentindo, as outras pessoas só me servem quando eu preciso delas. Depois, fica se perguntando: “onde foi que eu errei? ”, mas dá de tudo para eles para não encherem o saco, não atrapalhar seu “momento as sós” com o companheiro, perguntam o que querem. Por outro lado, ser um conservador de tradições antigas e que não servem mais, não é o que serviria como solução. Eu gosto de pensar com o conceito de niilismo de Nietzsche, filósofo do século dezenove, que dizia que o europeu tinha acabado com sua cultura, os verdadeiros valores que tinham sido construída a cultura ocidental. Um niilista, para o filósofo, era o acusador, era aquele que aponta o dedo para o outro para acusar do seu erro, seja sacerdote, seja os fascistas (por isso é estranho ele ser chamado de nazista), sejam os socialistas, sejam os conservadores e todas as seitas acusadoras que acham que a culpa do outro do seu fracasso. Eles são os ressentidos, aqueles que eles acham ser “vitimas”, mas choram quando caem no abismo, são covardes.

Acho, sinceramente, que o niilismo no qual o filósofo acredita, é uma forma clara de poder e controlar o ser humano o bastante para manobrar onde quiser. Não é mais fácil culpar a escola sobre a educação do seu filho, sendo, que a culpa da educação dele é sua? Não é mais fácil culpar o capitalismo pela sua pobreza, se você não quer estudar e ter uma vida melhor para você e seus filhos? Culpar os outros pelo seu próprio fracasso, não é a solução e sim, só vai levar o problema para debaixo do tapete até lá ficar cheio e você terá que jogar aquilo fora. Quando o filósofo diz que temos que cair no abismo dançando, quando nós desafiamos a morte, quando desafiamos tudo aquilo que sangra dentro de nós, nós teremos alguma razão de existir. O valor da vida é aquilo que temos vontade de fazer enquanto ser feliz, estar em paz consigo mesmo, em achar que as coisas são muito pequenas para ser o motivo primordial da nossa vida. Se quer sai da pobreza extrema? Estude, leia bons livros, queira aprender a escrever e sempre querer progredir. Descubra dentro de você mesmo o que você é, você não é o tênis da moda, você não é o filme da moda, você não é a cadeira de rodas da moda (sim, nós deficientes também somos niilistas), somos a existência banhada na essência da nossa própria escolha.

Enquanto eu fico feliz em fazer o meu próprio sanduíche, comer onde eu desejo comer, jovens não sentem nada com a vida e querem se matar. Por que eu sinto feliz de comprar um sanduíche ou fazer ele? Por que eu fico feliz em dar beijo na minha noiva? Por que algumas pessoas se sentem assim ou outras se sentem vazias? Por causa do que aprenderam, uma vida fácil é uma vida vazia, uma vida fácil é uma vida sem sentido nenhum, mas a felicidade é fazer o que tem vontade. Eu sou grato por poder viver, mas essa juventude não é grata por nada, porque não merece e não se dedica ao que é verdadeiro, porque aprendeu assim na sua casa. As redes sociais são sua educação, as novelas e series são seu passatempo, não há dedicação aquilo que importa, aquilo que elas são. Muitos jovens acharem que o filme e o livro “Como eu era antes de você” lindo, já demostra a estupides de seguir uma modinha, sem refletir sobre aquilo. Como um cara como o Wil pode culpar a vida se o único culpado do acidente foi ele mesmo? É mais fácil ele se matar, sair pela “porta dos fundos” do que encarar o que ele fez com ele mesmo, se sentindo um nada, um ninguém, um pobre pedaço de carne jogado em uma cadeira de rodas.

Prefiro ter como ídolo uma pessoa que se dedicou, trabalhou e sentiu que a sua deficiência não atrapalharia a vida, que existem várias. Uma delas é Stephen Hawking, nunca deixou sua deficiência atrapalhar o que ele tem para passar. Casou três vezes, trabalhou dedicadamente sua teoria dos buracos negros, tem filhos e netos e vive na sua casa sozinho com alguns enfermeiros. Ainda disse: “não importa o quanto a vida pareça ruim, sempre há algo que você pode fazer e ter sucesso. Enquanto há vida, há esperança”. Ele não está certo? Não é assim que deveríamos falar da vida? O suicídio é a dor levada ao desespero, a dor levada a última estancia e sendo, uma dor levada aquilo que ela não é. Um suicídio é a coisificação da vida, foi fácil nascer, foi fácil viver, é muito fácil morrer. A vida é uma coisa, eu não sou famoso, não tenho nada da moda, não tenho nada além de ler tragédias, mortes, guerras, apenas demasiados humanos.


Quem acho o filme “A Teoria de Tudo” lindo? Ninguém. Ninguém acha um cara torto, numa cadeira de rodas, apenas teorizando coisas que ninguém entende, digno de viver, porque é mais heroico se matar. A morte fascina tanto os humanos, que se dedicam toda a sua vida a morte de Jesus e não seu legado moral, seus ensinamentos, seu lado espiritual. Estamos nos afundando na lama do niilismo cada vez mais. 


sábado, 15 de abril de 2017

Marcos e Mayer e a ética Global





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Vamos falar sério mesmo: vocês acham que o Big Brother Brasil é verdade? Vamos imaginar se realmente acontece tudo aquilo que está lá, seria muito complicado para a própria emissora Globo, ter que encarar tantas agressões sem rolar processos inúmeros. Mas como toda novela – porque aquilo só pode ser classificado como novela em tempo real – tem sempre uma história para levantar a audiência, para claro, o programa ter muito mais patrocinadores e com esse patrocínio, ganhar muito mais. Por exemplo, quem paga as novelas são os patrocinadores e não o canal, porque todos os cenários, todo figurino toda a estrutura é muito cara. Mas vamos imaginar que aquilo fosse verdade, aquela imagem de homem que é afeiçoado, medico, “quarentão” e como a maioria dos homens da nossa nação, o “machinho da mamãe” que pode fazer o que ele quiser. Ainda pior. O “personagem” Marcos (com S ou não, não importa), é o tipo de homem que foi criado com tudo no colo, com mimos, videogames, cheio de marras e vontades. Porém, porque adoro ser o advogado do diabo como bom filósofo, o “personagem” Emily também não podemos dizer que foi traumatizada, porque chorou com a saída do seu algoz.

Claro que podemos até dizer que é uma contestação sobre a violência contra a mulher, ou coisa parecida, mas não vimos isso em inúmeras novelas, programas e coisa e tal. No caso do ator Jose Mayer, que foi acusado por uma figurinista de assédio (ele colocou a mão na “cumbuca” da moça), ele não foi expulso da Globo. Talvez, até podemos dizer, que é um modo ético que a emissora querer apurar mesmo os fatos para logo após, ter uma postura sobre. Mas, então, por que a moça, assim, de repente não quis prestar depoimento? Qual “força” maior está por trás disso tudo? Não acredito em teorias conspiratórias, então, acho que o medo de ser “despedida” foi muito maior do que o ponto ético da questão. E é muita “canalhice” da Globo ficar fazendo campanha para dizer que todo homem – como disse, a maioria faz e faz pior – faz o que um “galã” global, que teve todo o prestigio, que teve todas as mulheres, fez. Mas o que essas duas “figuras” tem em comum? O ponto ético da nossa nação que homens são dignos de serem respeitados, as mulheres são “putas” e merecem apanhar, serem estupradas, serem assediadas e tudo mais. Afinal, foi uma mulher que iniciou o “pecado original”, não é?

Mas não estou preocupado com a moral, estou querendo ir para o lado ético, porque um homem que faz isso não foi ético. Afinal, um homem que não respeita a propriedade alheira – afinal, o corpo de uma mulher é propriedade da própria mulher – não pode ter nenhum caráter, e aquele que não tem caráter, não pode ser chamado de ético. Aristóteles diria que um homem ético é aquele que busca o equilíbrio, ou seja, nem o “personagem” Marcos e nem o Mayer deveriam ter feito aquilo, deixaram seus sentimentos aflorarem e não terem nenhum equilíbrio. Daí entra o grande filósofo grego Sócrates, que dizia que o homem era bom porque espera algo disso, ele não é bom ou inspira bondade por mera essência da bondade, mas porque busca levar prestigio nisso. Sócrates dizia que o ser humano iria praticar a verdadeira bondade dentro do que os gregos antigos chamavam de “aretê” que em português significa virtude, a bondade enquanto fazer tudo sem esperar nada.  Mas o que vimos, além da cultura machista e hipócrita que estamos, ainda se criou uma cultura que tudo é descartável como ética, sentimentos, verdade, a coerência e etc. Além do mais, tudo ficou automático, tudo ficou imediato, tudo ficou como se tivéssemos consumindo uma coisa, ou seja, as pessoas ficaram objetos. Objetos descartamos, objetos quando enjoamos nos esquecemos dele e a objetivação do ser humano, é um fator completamente, educacional.

Para o “personagem” Marcos, a Emily é apenas um objeto que ele usa, ele faz o que achar necessário – em um jogo, isso é normal – depois descarta, depois acha que tem o direito de mandar ela se calar. Porque ela é o seu objeto, uma boneca que ele usa, ele faz seu show, ele acha que é certo, ele foi criado assim, mulheres são objetos. Quantos homens não fazem assim? Quantos homens não agridem mulheres por serem mero objeto? Mas não é só homens, mulheres acham que podem mandar, porque vê ele como um objeto de uso. Na verdade, o ser humano se tornou alguém que vê o outro como apenas um objeto para alcançar um fim último, o seu próprio prazer e não mede esforços para isso. José Mayer se fez isso, viu a figurinista como só um objeto para o seu prazer e só, nada pode te convencer que ela é um ser humano.

Mas o que é um homem virtuoso? Qual o desenvolvimento que se deva ter, para se trazer virtude? A virtude são valores aprendidos com uma boa educação, mas não só a educação escolar – que aliás, que apenas um complemento – e também, uma educação familiar. Não se pode delegar aos outros o que você tem como obrigação, educar o filho não é ensinar só valores morais (costumes), mas também se deve educar o filho em um princípio ético (caráter). Por que estamos numa deficiência ética dentro do poder político? Porque educamos o futuro do nosso país sempre visando o nosso próprio bem-estar, como ele ser médico porque eu quero, ele ser criado com os programas da televisão, dentro das redes sociais, aprendendo valores errados. Aprendem a ser o “machinho da mamãe”, aprende uma moral hipócrita, aprendem que não se deve perguntar, aprendem que não se deve questionar, aprende que não se deve aprender e sim, decorar. Aprendem que só eles são humanos, os outros são “coadjuvantes” do seu show da vida, apenas coisas que usam e jogam fora. Isso é educação.


O fato de usarem um momento sentimental para induzir o “personagem” Emily para ganhar um jogo, que por razões obvias, foi escolhida, não é novidade. O sentimentalismo hipócrita esta engendrado na nossa cultura humana e é a arma perfeita para induzir, para manobrar a massa e fazer o que quiser com ela. Não é à toa, que políticos enganam, políticos falam o que querem, porque o “povo” não quer sair da sua caverna e ver um mundo lá. O BBB não vai fazer diferença nenhuma, mas as contas do final do mês, sim. 


quarta-feira, 12 de abril de 2017

Deus e o diabo sem hipocrisia






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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Para começar esse texto, queria esclarecer algumas coisas aqui. Para começar, quando digo Deus eu não me refiro Jesus de Nazaré que ficou o deus-homem do cristianismo tradicional, mas eu me refiro a força criadora que construiu a realidade no qual conhecemos, sem partir de religião nenhuma (mesmo o porquê, as religiões mais confundem do que esclarecem por motivos óbvios). O Deus que me refiro é o Deus que criou as coisas a partir do nada e por alguma razão, ele se entediou e fez tudo para não terminar em si mesmo por toda a eternidade. Ora, Deus não quis ser egoísta (na essência do termo) e ficar somente nele a eternidade, então, fica difícil conceber um Deus que julga seres humanos – que entre bilhões de estrelas é um ser entre milhares de seres que povoam o universo – como se ele tivesse dado a vida para ser reverenciado. Esse deus-rei é claramente um deus medieval ou um modelo de um deus judeu da época dos reis, que ordenava o povo a reverenciar sua gloria eterna. Mas que tipo de deus iria fazer um ser para te reverenciar? Deus muito pequeno, porque se Deus é magnânimo, onisciente, onipotente e onipresente, não iria ter um sentimento tão humano.

Muitos acham que há um paradoxo entre o deus abraâmico e o deus amoroso jesuítico e essa discussão do mal foi uma discussão teológica por muitos séculos. Mas antes mesmo dos cristãos os filósofos gregos já estavam nessa discussão, porque há uma ilógica achar que um deus que transmite bondade, fez todo o universo tenha feito também o mal. Epicuro foi um desses filósofos que fez esse paradoxo, pois se deus é bom, se deus fez todas as coisas para dividir essa bondade, por que ele fez o mal? Talvez, aumentando o paradoxo epicurista (já que foi de Epicuro), o mal é feito por Deus e Deus é mal. Mas como pode ser? O mesmo paradoxo pode sim ser acoplado dentro do espiritismo, pois, se o espirito nasce simples e ignorante, Deus um dia foi simples e ignorante. Então, se há ignorância e dessa ignorância, há o mal, como Deus pode ser onisciente?

O cristianismo resolveu isso com uma leitura enganosa ou tendenciosa, esse problema. Colocou um texto que eram reis – já que o termo hebraico “heliel” é um termo de elogio que foi traduzido para o latim como “lucifere” e que em português Lúcifer que significa “portador da luz” – como se fosse um querubim (os querubins são guardiões do trono de Deus) que era o portador de luz, sendo que, se ele era um querubim, não poderia ter sentimentos humanos. Na história, não só do ocidente, deuses ou seres divinos sempre tiveram sentimentos humanos e para mim, é muito estranho, pois, se são divinos e estão em um outro plano, deveriam já ter superado. Mas essa “inveja” que esse querubim teve de Deus é um sentimento de seres “caídos” ao materialismo e por outro lado, Lúcifer segundo a história que contaram ou uma delas, é que ele era o querubim mais querido e o mais perfeito. Ainda mais, foi ele que fez o mundo e ele deveria governa-lo, mas não foi, Deus preferiu amar um ser vindo do “pó” (sempre lembro da afirmação de Carl Sagan que viemos do pó das estrelas) e ele, Deus, lhe deram a alma. Na verdade, essa história está mal contada, porque em Pedro quem é Lúcifer é Jesus e em João, quem está no lado direito de Deus, como o “verbo” – que aliás, o termo grego “logos” é um termo bem abrangente para demonstrar até a “ciência” – era Jesus. Ainda por cima, dentro do espiritismo, há uma forte tendência de achar que quem construiu o planeta foi Jesus, portanto, o portador de luz é Jesus.

Os yazdi (curdos), tem uma visão interessante e ao mesmo tempo, essa visão é motivo para os islâmicos matarem eles. Esse querubim é o comandante dessa horda celeste ainda, ele é o mais poderoso e que não admitiu ajoelhar diante da criação de Deus e Deus o reverenciou dizendo que estava certo. É o Melek Taus ou melhor, “anjo pavão” que tem a ver com a origem do universo. Eles são acusados de adorar o “demônio” e muitas tribos ou clãs, acabam morrendo pelo fanatismo e da ignorância. Mas diante disso tudo, como posso conceber um ser divino, que tem inveja daquele que lhe fez e esse ser divino o ama? Quer dizer que não fez o que ele quis, o amor acabou e ele fica fazendo “pirraça” com a criação do seu “pai”? Então, é um querubim mimado que quer tudo para si, quer tudo que não pode ter? O problema é que quem tem uma natureza elevada nunca regride, porque você estuda e não deixa de estudar e volta para a ignorância.

Mas o que é conhecimento? O que é a ignorância? Sim, com o conhecimento vimos uma outra realidade – Platão expos isso em seu teorema da caverna – que não poderíamos perceber dentro do mundo social, porque o senso comum não há o que pensar. Na verdade, tudo que sabemos, tudo que somos e tudo que evolve a sociedade são meros pensamentos engendrados pelo poder dês de quando o ESTADO foi criado. Não sabemos o que é a realidade, não sabemos nem o que somos e nem se aquilo é verdade mesmo e se realmente aconteceu. Não podemos saber se o homem pisou mesmo na lua, se realmente, houve um ataque americano na Síria, isso é um ato de fé. Temos fé que o que nos informaram que o homem foi a lua, temos fé que informaram que o governo americano atacou uma base na Síria, porque não estamos lá. A verdade sempre é aquilo que colocamos como o que nossos olhos captam, porque se não for assim, podem te enganar como enganavam os humanos acorrentados na caverna como bem disse Platão. Aliás, um dos poucos pensamentos de Nietzsche que não concordo, é atrelar esse pensamento de Platão com a ideia metafisica e não é verdade. Platão estava falando em fatos concretos e diante dos nossos olhos, como mostrou o filme Matrix, não há uma realidade além o poder quer que tenhamos essa realidade como verdade.

Entre o conhecimento e a ignorância, há um mundo que nos aprimora ou nos aprisiona. No budismo, por exemplo, há o conceito que quanto mais temos o conhecimento, mais elevamos nosso ser e quando elevamos nosso ser, menos “tarefa” temos que praticar e se vivemos na ignorância, estamos sempre atrelados na roda de samsara. O futuro não interessa, mesmo o porquê, o futuro é o agora, nesse momento, neste instante que estou escrevendo esse texto que já se tornou, passado. A questão do budismo é o nosso ato enquanto ser que existe, porque a culpa de algo sair de errado é sua, se o seu futuro está errado foi o seu ato aqui no presente que descambou nesse futuro. Mas também, não interessa o futuro, não interessa se tenho milhões ou não, se tenho carros ou não, interessa o que eu sou e não o que a sociedade quer que eu seja. O “bem” para o budismo é o conhecimento que aquele ouro é uma ilusão, ele é só um minério e quando você morrer, não levara. Mas os budistas nem estão preocupados com a morte, porque o apego é o mal que gera o medo da perca, pois, o medo gera a raiva e a raiva te leva ao estado da ignorância. Parecido com o pensamento do mestre Yoda? Isso porque, os jedis foram construídos dentro do budismo, então, o conhecimento da FORÇA é importantíssimo, pois, a FORÇA vive dentro de nós.

Então, Deus é o conhecimento e o diabo é a ignorância? Se for assim, por que Deus proibiu de comer o fruto da ciência? Por que Prometeu foi castigado por Zeus por causa do fogo do conhecimento? Os gnósticos fizeram um engenho nisso para resolver isso, ou seja, quem fez tudo é o deus mal e por misericórdia, o deus bom mandou Jesus. Assim, o deus do velho testamento que matava, que tinha ciúmes, que sentia ódio, eliminava quem não concordava com ele, era o deus mal e o deus que mandou Jesus, é quem chamava de “abba” que era um termo aramaico que significa “pai”. Na verdade, essa história é muito confusa. Para eles existe um Deus maior que não pode entrar na matéria, ele criou o pleroma e junto se criou Sophia (sabedoria) e que ela queria muito conhecer esse deus, mas a membrana não poderia ser quebrada e ela cai no abismo. Nessa queda ela fica gravida de um outro deus e esse deus, continuou a criação. Ele é o deus que acha ser o deus verdadeiro, o Demiurgo que faz o mundo e tudo que conhecemos e ignora Sophia. Mas ainda assim, Sophia engendra o nosso lado espiritual (pneuma), onde manda Jesus para levar o ser humano para o lado de Sophia.

A questão gnóstica é bastante clara quanto o papel da sabedoria na elevação do ser humano a realidade, porque a realidade pode ter um outro lado, deve ter alguma porta para fora. A questão é que a sabedoria (sophia) quer penetrar o véu além da nossa realidade (pleoma), e nesse penetrar, a sabedoria cai num abismo e meio que ilude com outras coisas gerando o Demiurgo, que seria tudo que nós construirmos dentro dessa realidade, nosso ser falso, nossas coisas ilusórias. Jesus vem meio que para mostrar o caminho ao ser humano onde está a sabedoria, onde se tem que penetrar para encontrar a nossa origem. Então, chego à conclusão que Deus e o diabo simplesmente, é uma maneira de enxergar apenas algum sentido da vida e o dualismo gnóstico, ainda persiste de algum modo sem o simbolismo que fizerem eles serem eliminados, porque ninguém entendeu nada.


 Deus e o diabo é meramente humano e limitado em teologias rasas, porque existem gamas de coisas muito mais profundas do que isto. Acho que os budistas têm razão, o que importa é o agora, porque não há nada no mundo além do presente, aqui e o agora. O que achamos que tempo é uma entidade e não é, o tempo é somente gravidade e uma distorção do espaço como demostrou Einstein, então, o tempo que nos envelhece faz parte da realidade. Também, acho que Deus (vamos assim chamar), não é um velhinho em um trono de outro com um monte de gente dormindo em baixo, isso é apenas um simbolismo simplista. Acho que é a força criadora que não pode ficar na matéria, porque não se pode ficar dentro daquilo que criou. Porém, fica a dica, eu não sei se isso realmente é importante, porque o que estou buscando é o nosso aperfeiçoamento diante de tudo. Buscamos a verdadeira sabedoria e nessa busca, temos a ignorância (diabo) e depois, com vários erros, temos o conhecimento (lucifere), com a sabedoria (Deus) alcançamos a evolução verdadeira e definitiva. Mas concordo, a vida não tem propósito nenhum a não ser, nosso aprimoramento. 



sábado, 8 de abril de 2017

Redes sociais tem “glamour”?




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Vendo toda essa polemica do ataque norte-americano na Síria – após um suposto ataque químico do ditador Assad a população – lembrei da frase de um dos membros do ANER (Associação Nacional de Editores de Revista) que saiu numa matéria online do jornal Meio&Mensagem de 4 de abril. O então membro (Marcelo Rech) disse: “Pós-verdade parou glamour das redes sociais” e outras coisas foram ditas nesse mesmo evento como a frase de Carlos Eduardo Lins da Silva, que foi ombudsman da Folha de S. Paulo e é jornalista: “Notícias falsas sempre existiram, mas criou-se uma indústria da pós-verdade com as mídias sociais, que utilizam recursos de geolocalização de anúncios e remuneram quem tem mais compartilhamentos”. Será mesmo que estão preocupados com a “pós-verdade” ou estão preocupados da superação das revistas e jornais? Vamos ser verdadeiros, quem espalha tão sinistramente, explorando o medo da população do que a mídia em geral? Quantos links abrimos para saber o que estava escrito nos jornais online e não era nada daquilo que estava sendo mostrado no nome? Isso eram veículos respeitados e de bastante tradição no meio da comunicação.

Nós podemos até analisar de forma crítica – como bons amigos do saber – o que seria “pós-verdade” e o impacto que ela tem dentro da informação nas redes sociais. Dizemos o que é “pós-verdade” tudo aquilo que se quer passar com uma dose bem exagerada de sentimentalismo e não de forma apenas, como informativo racional. Depois que um site cientifico, Universo Racionalista, anda postando notícias e textos de pós-verdade, nada me surpreende nessa internet. Na verdade, o termo “pós-verdade” virou uma espécie de “clichê” para notícias que não são verdade, mas histórias que estão além daquilo que é mostrado. Como os milhares de teorias da conspiração, várias teorias das famílias que dominam o mundo, milhares de teorias ufológicas e por aí vai ao infinitum. Mas não é nada disso, um termo como “pós-verdade” é muito mais refinado, são informações que tem um exagero sentimental muito grande. Será que é só blogs de “fake news” fazem isso? Será que hoje os veículos de comunicação não usam isso para serem mais lidos?

Quando uma notícia de uma das minorias – no qual faço parte como uma pessoa deficiente física – sempre há um ar de sentimentalismo por causa da condição que se criou em volta dessa minoria. Por exemplo, sempre há pessoas com eficiência que choram ou contam sua vida como se interessasse para alguém a vida de um cara ou uma moça, que tem alguma deficiência. Claro, que um caso ou outro, não acho errado, mesmo o porquê, há casos que se tem que relatar para acontecer uma certa conscientização, mas achar que o mundo tem que chorar por isso, chega a ser doente. Sempre o problema da humanidade e o sentimentalismo, a maneira meio “piegas” que as pessoas ainda enxergam essas situações. De alguma maneira, essa briga política no meio facebookiano, é uma derivação dessa visão sentimentalista de defender aquilo que está em voga ali naquele momento. Mas você pode muito bem perguntar: como assim? Como a discussão de direita e esquerda pode ser um sentimentalismo? Só pelo simples fato de acharmos que um ato de corrupção só estará em um partido e em todo ele – há membros realmente, honestos sim – já prova que há um dever moral de levar a discussão num parâmetro totalmente, pessoal. Política não é algo pessoal, porque é um assunto coletivo, um assunto que envolve o bem-estar de bilhões de pessoas em todo o planeta Terra, e estará, além da calçada da sua própria casa. A polarização de um assunto tão importante é sim, sentimentalizar esse assunto.

Você jogar um suposto “glamour” onde nunca houve nenhum, é sim, tão tendencioso quanto você usar o sofrimento de pessoas, num sentimentalismo sem noção nenhuma. Esse assunto sempre entrou na pauta da mídia e sempre vai entrar, porque todos nós sabemos, que editores sentem medo das suas profissões acabarem. Por que será que o Orkut despertava tantas polemicas? Por que será que casos de pessoas que se conheceram nas redes sociais, viravam manchetes nos telejornais policiais? Eu sei e você sabe, muito bem, que pessoas que se conhecem pessoalmente de uma rede social, são de menor número do que pessoas que se conhecem em uma balada, por exemplo. Então, essa “implicância” com as redes sociais são coisas tendenciosas sim, mas é claro, que existem pessoas que usam as redes sociais para fazerem certas coisas não éticas. Está cheia de pessoas misóginas, pessoas pedófilas ou pessoas de qualquer tipo de caráter (sim, isso tem a ver com o caráter, aquilo que ele é), mas não muito diferente do que uma saída para tomar cerveja num barzinho, ou numa balada, ou até num “rave” de uma turma de faculdade. Tratar isso num nível não racional e sim, num nível problemático e nojentamente, sentimentalista, não é o caminho.

Agora, num modo muito mais racional da frase, claro que estamos na era da pós-verdade e isso é incentivado sim, pelas revistas que o condenam. Quantas matérias da própria Veja são exageradas? Quantas matérias da Carta Capital, são tendenciosas? Quantas matérias da Folha de S. Paulo (online são impossíveis de ler com tanta burocracia da Folha), são matérias para vender jornal apenas? Eu até acho “graça” quando um editor solta uma frase dessa que mostra o quanto estamos caminhando para o fim, o fim da era da mídia escrita que não é bom ou ruim, é a evolução inevitável. Como publicitário – o meio não me aceitou por causa de aparências que não compota um publicitário – acho que a comunicação e a informação são meios importantes dentro de qualquer povo. Não à toa, os reis antigos deixavam seus bardos entoarem canções, os primeiros cristãos levaram a “boa nova” para longe, Roma construiu um império se comunicando de algum modo. Esses exemplos mostram, que a comunicação era e é importante ´para a humanidade e não pode estar fechada a alguns interesses do 5º poder. E sinto decepcionar o caro editor de revista – de algum modo, somos colegas porque sou editor do meu blog – as pessoas não estão nem um pouco interessadas em notícias e sim, estão interessas na vida do outro, na vida do seu ídolo. Muitas poucas pessoas estão interessadas em política, muito poucas pessoas estão interessadas em aprender alguma coisa na internet, muito poucas pessoas sabem usar as ferramentas de procura. Eu, sinceramente, nunca vi glamour nenhum em nada popular ou que tenha caído no gosto da maioria – vide o Orkut que teve um fim trágico e solitário – porque se começa a ser vinculado falas e pensamentos que só ficavam em periferias e isso, ao meu ver, não tem nada de conhecimento.

Ai que se gera a confusão, conhecimento é diferente do que informação. Conhecimento é aquilo que se aprende entendendo a informação, que só tem o papel de informar um dado fato que esteja acontecendo. A pouco tempo atrás, eu não sabia que existiam bandas africanas e eu aprendi no MuseuAfroBrasil aqui de São Paulo, que tirou esse preconceito de mim e fez eu me informar e dessa informação, eu fiz disso um conhecimento. O termo informática (computing), tem como significado informação automática, que pelo visto, o editor que quer glamourizar as redes sociais, não sabe. Mas informar é diferente do que ter o conhecimento daquilo, informar é narrar um fato acontecido e saber que aquele fato narrado, teve alguma história por traz. Então, por outro lado, não podemos ser ingênuos em achar que as redes sociais foram idealizadas e construídas para o “bem da humanidade” ou para informar o mundo de tudo e de todos; mas a maioria, foram redes de comunicações comerciais, foram experiências tecnológicas para ganharem dinheiro. Vendo a história do Facebook, por exemplo, que glamour existe em uma rede social que começou com a exposição da garota que não quis nada com seu fundador? Que glamour existe numa rede social de cento e alguma coisa caracteres que nem dá para glamouriar muito? Patético!


A questão é que empresas de mídia sempre acham que somos ingênuos em não perceber que a questão é muito além. As revistas e meios de comunicação não são concessões governamentais?  Sem o financiamento do governo, um meio de comunicação não é nada e por outro lado, o ESTADO brasileiro tem uma obsessão fantástica de ser controlador em tudo, burocratizar tudo. Vai que eu contrario interesses, né? A “glamourização” das redes sociais tem seus interesses, tem sua lógica, tem a sua “imposição”. 


quinta-feira, 6 de abril de 2017

Ciência ideológica: libertários contra a ciência?





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tradução: "Não pise em mim"



Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Estava lendo um artigo do blog cientifico, Universo Racionalista, que na verdade é uma tradução de um artigo do The Guadian (jornal diário britânico), chamado “A ideologia libertária é a inimiga natural daciência”. Fiquei bastante surpreso pela ignorância do assunto, mas não surpreso pela oposição dos britânicos, já que eles são bastante conservadores na sua maioria. Mas, acho, que há uma certa confusão enquanto a política liberal e o libertarianismo que é uma derivação da Escola Austríaca, no qual, Ludwig von Mises é o principal teórico.

Para começar há uma terrível confusão dentro do que é política. Eu, pessoalmente, gosto da definição do filósofo Aristóteles que definia o homem como um animal político. Na verdade, etimologicamente, política vem do grego “politikon” que eram aqueles cidadãos das cidades-estados, que se preocupavam com a polis. Então, não haviam políticos como conhecemos, mas eram os “politikons” que decidiam toda a manutenção e o funcionamento da polis. Agora, hoje em dia, há políticos que são escolhidos – mesmo o porquê, os países ficaram maiores e não há mais meios de se ter “Àgoras”, que eram praças de discussões – para decidirem por nós (depois voltarei a essa questão). Acontece que quem escreveu o artigo, se esqueceu que nem sempre a política é feita só ideologicamente, mas as ideologias muitas vezes, é tentada também. Eu não vejo a ciência (conhecimento) acima da política, mesmo o porquê, há as ciências políticas que estudam as diversas ideologias que foram ou ainda não, tentadas.

Também há erros dentro da ideia que você como cientista, isso é a ideia que passa o texto, é um ser ético e que não se tem nenhuma ideologia dentro da ciência. Ora, por muito tempo houve estudos científicos antropológicos que deveriam colaborar com as políticas racistas norte-americanas, houve pesquisas cientificas dentro do governo nazista e fascista – tanto no plano biológico, quanto na tecnologia de guerra – se teve pesquisas soviéticas para provar que o socialismo é uma ideologia perfeita. Até mesmo, houve dentro da guerra fria (isso não foi uma guerra ideológica?), uma corrida cientifica para a hegemonia, hora da democracia norte-americana, hora do socialismo soviético. Diante disso tudo: ainda existem pessoas que acham que a ciência não há ideologias? Fora a bomba atômica, que o Sr Oppenheimer manda um “oi” para todos. Até acho, se o editor do texto não reparou, que esse começo ficou muito libertário colocando a ciência a parte do resto, como se a ciência fosse “propriedade” dos cientistas que pesquisam. A gente sabe que não é, mas é apenas um conjunto de conhecimentos que transcende a questão.

Na sequência eu tive certeza do que falou Thodore Dalrymple no livro “Podres de Mimado: As consequências do sentimentalismo toxico”, que a educação britânica está “mal das pernas”. Você confundir políticas liberais com egoísmo é uma forma de ignorância bastante grave, mesmo o porquê, o liberalismo econômico, não é um sistema ético e sim um sistema moral. Pelo simples fato de você não se preocupar com o caráter de cada indivíduo, mas mexer diretamente com os costumes de uma determinada cultura. Pode ser, por exemplo, que alguns povos africanos nunca tenham visto uma garrafa de Coca-Cola, mas se apresentarmos uma a eles, vai mexer com sua cultura e até pode haver um comercio de coca ali. Eu acredito que o direito de um ser humano de escolher, está além do direito de propriedade, está na própria natureza humano. Claro, como toda invenção humana, há falhas (inclusive a coroa da eterna rainha, Elizabeth II), e nessas falhas, há sim ideologias que colocaram como interesses difusos. Como o conservadorismo, que vem dos interesses religiosos protestantes, como medidas mistas, que há interesses governamentais e das industrias,

Ou seja, o liberalismo é uma doutrina de uma corrente política que abrange diversas ideologias históricas – ideologias acumulativas de anos de desenvolvimento humano dentro da história – onde se objeta uma só forma que o governo preserva, da liberdade individual. Daí que a essência do liberalismo contrasta com o conservadorismo, porque ele assegura o direito de cada um, a preservação da liberdade individual de favorecer a discordância de credos ortodoxos e das autoridades estabelecidas em termos políticos ou propriamente, religiosos. Assim, na essência até do próprio termo – já que liberalismo vem do termo latim “liber” (livre) – os liberais, de todas as correntes, podem ser chamados de amigos da liberdade e sendo amigos dessa liberdade, lutam para que ela continue no meio social. A origem do liberalismo é no iluminismo, que colocaram, como oposição ao feudalismo e o mercantilismo. Já no século XX, entre diversas outras correntes, fizeram (com um discurso mais radical da Revolução Francesa), oposição ao socialismo e ao comunismo. Alguns dos liberais sociais, simpatizaram com alguns dos objetos e métodos da democracia social.

Sendo assim, como o liberalismo (sendo uma corrente derivada do próprio iluminismo), pode se opor a ciência e não deixar a própria ciência trabalhar? O grande Colisor de Partículas, não foi construído por governos liberais? Os grandes avanços das diversas áreas do desenvolvimento humano, biológico, tecnológico, ecológico e etc, não foram desenvolvidos nos governos liberais? Lógico, os governos dito liberais, não seguem muito à risca o que diz o conceito do liberalismo, por motivos óbvios de interesses. Ou temos liberdade em tudo, ou não é liberdade e ser um liberal conservador, é contraditório e não há, em todas as explicações possíveis, para tal soma. Acho que temos muito mais de subtrair o conservadorismo dentro das políticas liberais e muito menos, acreditar que elas podem ser harmonizarem. Talvez, uma das minhas críticas mais acirradas contra aqueles que não entenderam o que é o liberalismo ou o libertarismo.

Não tenho a menor dúvida que as pessoas não conhecem o libertarianismo ou o libertarismo, porque dentro da ideia se cria vários mitos. Primeiro, ser um libertário – já que o libertarianismo é uma concepção de liberdade em sua essência, que alguns chamam de anarcocapitalismo - não tem a ver com ideologias e muito menos ideologias morais, porque o libertarianismo é uma corrente de teorias econômicas e não ideologias éticas ou morais. A Escola Austríaca (onde mais se derivou pensadores), surgiu de uma ideia de escolásticos tardios do século XV que eram da Espanha e tomistas (seguidores de Tomás de Aquino).  Eles perceberam que haviam leis econômicas, que eram forças inexoráveis de causa e efeito da mesma maneira ou parecida, as forças naturais. Também, defendiam a propriedade privada e a liberdade de comercio e de contrato.  

Quem na verdade fundou a Escola Austríaca foi Carl Menger (1840-1921), com seu livro “Princípios da Economia Política” de 1871, ressuscitou a abordagem franco-escolástica, e acentuou em pilares muito mais firmes e concretos.  Junto com a economia franco-escolástica, também Menger, colaborou com a tradição britânica que teve uma força bastante acentuada. Menger decifrou o teor subjetivo do valor econômico e explicou, pela primeira vez, a teoria da unidade marginal. Essa teoria marginal consiste quando maior o número de unidades de um bem que um indivíduo possa possuir, menor é o valor ele dará a cada uma das unidades adicionais. A título de exemplo, se tenho um maior número de chocolates, eu não pagarei a mais daqueles chocolates, porque já tenho os chocolates que necessito; se tenho uma loja de doces, um outro exemplo, eu sempre pagarei a menos daqueles que possuo. Ou seja, quanto mais um produto está sempre comprado e consumido, maior é a tendência de esse produto baratear. Além do mais, Menger mostra como surgiu o dinheiro e defende (com razão), que foi no livre mercado, quando o “commodity” (antigamente era um termo que designava qualquer produto, hoje significa qualquer produto virtual dentro da bolsa de valores), mais vendido se torna desejável, não para ser consumido, mas sim, ser usada como meio de troca por outros bens.

Ludwig von Mises (1881 – 1973), foi um grande seguidor de Carl Menger, tanto que afirma que foi Menger que fez dele um economista. Sua abordagem mais significativa é se opor a teoria marxista e defender o livre mercado (como Menger). Fora outros teóricos como Hayek (que foi aluno de Mises), Murray Rotthbard, só para mostrar os principais. Na verdade, há um grande erro em achar que o libertarianismo é conservador ou é de direita (já que é um tipo de anarquismo capitalista), porque o livre mercado nem sempre tem que conservar o mesmo plano econômico. O que foi bom nos anos 80, por exemplo, não cabe dentro de uma economia mundial de hoje. Assim, o libertarianismo (que o editor do The Guardian insiste em atacar), é contra a intervenção governamental, sendo uma liberdade de mercado total e a defesa irrestrita da propriedade privada que Rotthbard, colocara como o fim do ESTADO. Quer liberdade? Acabe com o ESTADO!

Ora, já pensaram o quanto a ciência poderia produzir sem a intervenção do ESTADO? Quantos inventores podem inventar coisas para a humanidade sem que o ESTADO tenha que interferir e burocratizar essas invenções? Na questão do aquecimento global – que o editor do The Guardian disse que nós libertários, somos egoístas – podem facilmente, boicotar empresas poluidoras e não usar nada de carvão ou petróleo. Por que somos obrigados sempre usar carvão e petróleo? Pela intervenção do ESTADO, o ESTADO induzi porque atende interesses dessas corporações (que o diga, a família Bush). Por outro lado, a questão climática com o libertarianismo, ficaria sempre como uma escolha, porque poderíamos não comprar e pronto. Num estabelecimento, para citar outro exemplo, que expulsasse por preconceito, não iriamos comer lá e nem haveria preconceito, pois, o ESTADO que faz essas separações. O ponto ético e moral que o texto aponta, não existe no liberalismo ou no libertarianismo,   sim, numa economia baseada da coerção  de um ESTADO que atende interesses e cobra para impor curas e tecnologias inúteis. Ainda o texto aponta a teoria do egoísmo positivo de Ayn Rand, que não se baseia no egoísmo negativo (aquele que só há você mesmo), mas um egoísmo de preservar a si mesmo e seu patrimônio. Em outras palavras, para a filosofa, há sim uma virtude dentro do egoísmo.

O objetivismo de Ayn Rand não é um egoísmo clássico (que é o fechamento de si mesmo), mas um individualismo que defendia Aristóteles, seu filósofo favorito. Um exemplo para entender o objetivismo é entender que todo ser humano e um ser autônomo por natureza, ele é o que ele independente onde e o porquê ele vive. O problema, para Rand, não era o homem ajudar um outro e sim, o auto-sacrificio no qual, se pautou com o governo socialista (não chegou ser um comunismo por motivos óbvios), que jogou a sua família na miséria. Afinal, a evolução bolchevique não era um auto-sacrificio em nome de uma ideologia? O nazismo não era um auto-sacrificio do povo alemão por uma ideologia que iria salvar o mundo (na mente do Firher)? A indução a isso é errada, mas a ajuda voluntaria e movida pela vontade não o é. Cada ser humano era um ser em potencial em construir a sua realidade e se preocupar consigo mesmo, com seus bens (por que não?) e os seus entes queridos. Na ciência, o objetivismo é necessário, porque um cientista deve defender a sua tese e não deixar que outras pessoas se apropriem do seu trabalho. O editor do The Guardian, iria gostar que esse texto fosse traduzido e copiado sem dar seu devido credito? Claro que não. Não trabalhamos dentro de qualquer coisa, sem ser reconhecido, nem ser editor no The Guardian.

 O ESTADO é o grande inimigo de qualquer liberdade ou o conhecimento, porque não se pode pensar livremente sem que o ESTADO tente dominar o pensamento e atender interesses. Quanto mais pessoas puderem exercer algum tipo de comercio, algum tipo de invenção ou algum tipo de ideia. A liberdade se faz necessária, até mesmo, dentro da ciência.

Bibliografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Commodity
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=35

http://www.liberal-social.org/liberalismo