domingo, 26 de março de 2017

mimados com deficiência que nunca crescem!



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Quando eu era mais jovem, minha mãe sempre dizia para mim se virar sozinho porque um dia ela iria morrer, de fato, ela morreu. Tive realmente de se virar sozinho, ainda pior, tive que amadurecer com meus próprios erros sem se apegar a conceitos “adolescentes” que eu tinha. A vida não se resume em ter uma cadeira bonitinha, transar ou ter “vontade” e sim, estar preparado para uma vida e isso não se restringe em fazer um vídeo bem elaborado. Não quero rir. Não quero ver vidas intimas. Não quero saber qual melhor forma de cadeira de rodas. Não quero viajar. Quero, definitivamente, ter uma vida com trabalho, uma casa minha, uma família minha e poder manter essa família. Mas me parece que houve o inverso, pois, somos “bombardeados” de informações que não mais o ser humano trata o outro como ser humano. Ele é apenas uma “coisa”.

A maioria que conseguem uma vida instável são pessoas paraplégicas e isso eu não tenho dúvida nenhuma, conseguem meios de trabalhar, conseguem meios de dirigir, conseguem meios até de conquistar um ou uma companheira (o) sem nenhuma deficiência. Isso mostra que não se aceitam e buscam uma compensação quanto a vida “vazia” que vivem, são na sua maioria, os ressentidos do segmento das pessoas com deficiência. Não tenho a menor dúvida quanto a isso, a minha dúvida recai dentro do que eles divulgam como uma vida feliz. Será mesmo que eles (os paraplégicos) são felizes? Essa dúvida recaiu dentro dos meus pensamentos, quando eu assistir um vídeo de perguntas e respostas no YouTube de uma moça com deficiência paraplégica e seu marido “bombadão” e uma amiga.

Uma pessoa ressentida é uma pessoa que não aceita a vida como ela é de fato, tem muitos pensamentos metafísicos diante da sua própria vida. Nós sabemos o que  fez isso,  foi o pensamento romântico, colocando uma vida idealizada acima da vida real e as escolhas que devemos escolher diante dos inúmeros fatos que seguem nessa mesma vida. Uma vida idealizada em um eterno episódio da “Malhação” não é uma vida, porque a série “Malhação” não é uma vida real de discriminações, descasos, cadeiras de rodas velhas e quebradas. Com esses vídeos que aparecem esses cadeirantes com todas essas cadeiras lindas, todas essas casas bem arrumadas, todas essas produções, me soa muito falsa e coisas que me parecem muitos falsos me enjoam fácil. A grosso modo, eu sempre acho que a discriminação sempre parte daquele que é discriminado, porque o fato da moça cadeirante ter um marido “bombadão” sem deficiência, já é uma discriminação com o próprio segmento. Muitos vão dizer que é sim um modo de inclusão, mas para mim, como um crítico feroz a esse tipo de atitude, uma pessoa que vive numa balada, não entra em nenhum movimento de pessoas com deficiência, ainda, só quer transar com não deficiência – como ter um cuidador – já está discriminando a sua própria deficiência.

Nem esse é o problema, porque acho de verdade que as pessoas devem fazer o que querem, o problema eles ensinarem que a questão do segmento das pessoas com deficiência, a questão da inclusão, se resumem só no fato de transar, falar besteiras no Facebook e achar que o mundo é uma eterna viagem a Disney. Outra coisa, não acho que eu deva aprender nada com os paraplégicos, mas eu acho que eles deveriam aprender mais com quem nasceu com a deficiência. Deveriam ajudar os movimentos de luta (não instituições e ONGs que não ajudam em nada a questão), e não achar que são a “última Coca-Cola do deserto”. Não, não são. São pessoas que “ficaram” deficientes cadeirantes, muito depois de qualquer um que tentam achar que podem ensinar.

Como pessoas que não aceitam a própria deficiência, como pessoas acham que a vida se resume em gozar ou não, em baladas, podem ensinar alguma coisa para alguém? Como pessoas que promovem que mulheres com deficiência ou homens, saiam nus em fotos (atiçando a fantasia de pessoas pervertidas e malvadas), podem lutar contra o assédio de mulheres com deficiência? Não estou preocupado com a moral, porque não me preocupo com o costume e sim o caráter, porque eu me preocupo muito mais com a ética. Se passamos uma imagem que não é a nossa, para mim pelo menos, soa como algo não ético e se não é ético, então, é algo sem caráter. Meus pais deram uma educação que não deveríamos ser “machões” – no caso meu e do meu irmão – mas, pelo menos, temos caráter de nunca mostrarmos o que não somos. Se eu escrevo uma coisa, eu vivo e penso aquilo, eu não quero puxar o saco de ninguém e muito menos, mostrar algo a alguém, para obter “vantagem”. Aliás, meu pai tem horror a essa palavra, o “álibi” para qualquer corrupção. Pessoas sempre sorriem quando veem que podem obter “vantagem” de alguma coisa, alguém, ou em certas situações.


Por que devo acreditar que essas pessoas têm boa intenção? Como devo acreditar que realmente, o “bombadão” ficou com a mocinha da cadeira de rodas por causa do status de “bonzinho”? Existem mil e uma situações que podem ser, mas nenhuma, é tão óbvia quanto essa. 


sábado, 25 de março de 2017

A Ética de Darth Vader




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu acho que o Anakin Skywalker foi o mais ético de todos os jedis e explico, porque com certeza, você ficou horrorizado com isso que eu disse. Por que? Porque as pessoas, pelo menos os ocidentais, tem muito bem definido dentro da sua moral o que é certo e o que é errado, somos uma cultura binaria. E a franquia Guerra nas Estrelas, mexe muito com esse certo ou errado ocidental, colocando a base budista zen como base dos ensinamentos jedis e porque não – já que o George Lucas é budista, mesmo nascendo em berço judeu – uma crítica aos ensinamentos rigorosos de algumas escolas no budismo. Mesmo assim, a ideia central é mostrar que mesmo indo para o lado negro, Anakin conseguiu equilibrar a força matando o Imperador. Por causa do amor entrou, por causa do amor saiu. Na verdade, o amor sempre fez parte dentro da vida de Anakin e foi isso, que fez dele o mais poderoso de todos os jedis.

Pensamos juntos: ele teve coragem de ir ser um jedi e receber o treinamento graças a bondade de correr numa corrida de ipod (não sei se escreve assim), para a nave da senadora Amidala fosse arrumada. No começo já foi aceito com desconfiança – como o mestre Yoda enxerga o medo de Anakin, mas não enxerga que o senador Palpadine é um sisth? Ficou meio estranho essa parte dos mestres jedis e nenhum momento da franquia, isso foi explicado – que gerou um certo stress emocional de rejeição, mesmo o porquê, seu mestre foi morto. Vamos ser verdadeiros, Obi Wan Kinobi ainda estava imaturo demais para treinar Anakin, ainda não passava de um padawan, mesmo passando nos testes. Isso gerou uma baita pressão no Anakin, porque ele tinha que ser perfeito e renegar o seu amor a mãe e ao grande amor da vida dele, que foi a senadora Amidala. Antes de entrar no mérito da mãe dele, quero falar um pouco a minha visão da ordem jedi.

Vejo a antiga ordem jedi como todo sacerdócio – TODOS – demagogos, não fazem à risca o que pregam, não seguem à risca o que diz o escrito fundador, fala com vaidade e desprezo a aqueles que não seguem seus preceitos. A título de exemplo, podemos pegar a regra jedi de não matar e a não ódio, porque quem viu o filme sabe que, nas guerras crônicas, os mestres jedis matavam atacando com a desculpa que estavam se defendendo e defendendo a república. Anakin era verdadeiro, pelo menos ele sempre matou por amor e por aquilo que ele acreditava como ser que vive e não, uma rúcula ambulante. Tanto é, que o Luke – seu filho – vai reformar toda a ordem fazendo uma nova ordem baseada na humanização e para não acontecer como tudo aconteceu por culpa sim, dos mestres jedis. Alguém conversou com Anakin para saber o porquê dos seus medos? Alguém pensou que mesmo sendo o maior dos jedis, ainda sim, Anakin tinha sentimentos? Ter sentimentos não é o problema, renegar esses sentimentos seria tolice, o problema é o sentimentalismo que torna tudo superficial, tolo e sem sentido nenhum. Não acho que renegar o mundo te dê alguma sabedoria ou aceitar sua condição budica, talvez. Aceitar sua natureza te acenciona, não no sentindo metafisico, mas no sentido socrático de ver a realidade última, ver que tudo que você é te faz feliz, mas tudo que você tem não te faz feliz.  

Anakin, por ser passional, por ser ele mesmo sem rotulo e sem promessas vazias, era o mais ético, porque era ele mesmo. Quando ele foi ver sua mãe, viu que o cara que casou, pagou a liberdade dela, foi um covarde de não protege-la, claro, ele tinha que ficar nervoso. Quem que vê a mãe ser aprisionada, torturada e ameaçada, poderia ter um sentimento de não apego e não expressar a sua raiva? No zen, o budismo japonês, existe um ensinamento que você se ilumina não só com a meditação e os sentimentos nobres, você acenciona, com atos do dia a dia e mais, se sentiu raiva, se entregue a raiva. A raiva vai ser sentida com tanta vontade, que ela perde a força e passa. Mas, Obi wan sempre censurava Anakin, negando o direito de ver a mãe, negando de poder amar Amidala Padme. Ela incentivou e foi junto, ela foi companheira, ela o amou e ele o a amou de verdade. Ele matou todos que aprisionaram sua mãe, Anakin com remorso contou para Padme e ela o entendeu. O amor é uma porta para a sabedoria, assim como a virtude é uma outra porta. Talvez, até aquele momento, Padme poderia ter conseguido desenvolver a virtude (em grego Aretê) de Anakin se o Kinobi não fosse “chato”, se os mestres jedis não ficassem filosofando e vendo tudo ruir por causa de um código que nem eles seguiam.

Vamos ao significado da Padme, que é a “anima” do “escolhido” que aliás, o nome já diz muita coisa. Padme em sânscrito – língua hindu-ariana onde originou o budismo – quer dizer lótus e dentro do budismo o símbolo de lótus é um símbolo muito importante. Porque lótus é uma flor que ao mesmo tempo que é a flor (efeito), também produz a semente (causa), então, a flor de lótus é ao mesmo tem a causa e o efeito, ficando entre o passado e o futuro. A flor de lótus é a representação do presente, uma representação do futuro e do passado ao mesmo tempo, então, quando vimos o personagem de dar uma certa, “alma” naquilo passional que o Anakin tem dentro dele, talvez, entendemos o seu nome. Mas todo aqueles que são tidos como “escolhidos” – isso acontece por causa da saga do herói, onde o herói nega a sua própria natureza – sempre tem aquele que desperta a sua dúvida de conhecer sua própria natureza (Qui-Gon Jinn) e a alma “anima” (Padme Amidala) que dará o equilíbrio necessário. Nesse caso, por medo e por falta de cuidado, os dois morreram e Anakin que não tinha nenhum amadurecimento, se vai para o lado negro pensando salvar a sua alma, o amor que lhe resta e se aniquila dentro do ódio. Aquilo no chão gemendo, sem um braço e uma perna, dizendo “eu odeio você” para seu mestre Kinobi, é o retrato daquilo que chamam inferno. Mesmo assim, com tudo isso e com o seu ódio, todo queimado e se “moendo” de dor, ainda sim, ele está sendo verdadeiro até no seu ódio.


Quando Anakin se torna Darth Vader ele se torna algo não humano, mas seu ódio fez dele um dos mais sucedidos lords sisth da história. Ele deixava o planeta dominado ter sua própria cultura, ele enfrentava sozinho seus exércitos. Ele foi pleno naquilo que acreditava e quando descobriu que tinha tido dois filhos – na verdade só soube que a princesa Léia era sua filha, no final, quando tinha matado o Imperador e iria morrer – arquitetou em ter o império para ele, ele ser o novo imperador. Seu ódio foi pelo amor que perdeu e nunca encontrou nele mesmo – há uma fala de Padme (anima), que dizia para Anakin avaliar dentro dele mesmo o porquê que os mestres jedis não queriam ordena-lo – porque ele não se conhecia e quando viu seu filho ser morto, viu sua senda e equilibrou a FORÇA. Isso é bem Nietzsche, para sermos felizes e superarmos o ressentimento de sermos fracos e sem objetivo real, temos que olhar o abismo. Encarar nossa miséria humana de sermos manipulados, de sermos castrados em ideias, sermos manipulados por morais que não são nossas próprias. Por que devo seguir aquela moral? Por que devo comprar aquilo? Por que não posso gostar do Darth Vader? 



sábado, 18 de março de 2017

Porquê ri de Platão?




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

“O sábio que tudo sabe é aquele que sabe que nada sabe”
(Platão)

Vendo uma aula do professor Sidney Silveira – que existem várias críticas “ferozes” do Olavo de Carvalho – onde ele explica duma forma bem simplificada, as teorias do filósofo clássico Platão. Todo mundo sabe que Platão gostava da religião órfica e parte das teorias platônicas são de origem órficas, então, não há razão nenhum e não vejo o porquê, alunos de filosofia darem risada de Platão. Para mim é uma grande prova da empáfia (uma vaidade sem propósito nenhum) em achar que você entendeu alguma coisa e você não entendeu nada, não leu nada, não sabe nada e deveriam estar em constante aprendizado. Filosofia é a busca da sabedoria e como disse o mestre de Platão, Sócrates, que “Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa.”.

Etimologicamente, filosofia veio de dois termos em grego, um é “philia” que era o amor amizade, ser amigo. Outro termo era “sophia” que se traduz até os dias de hoje como sabedoria, ou seja, a “Philosophia” (como escrevia Heidegger), é a busca da sabedoria através da amizade com essa sabedoria. Talvez, foi isso que o filósofo grego Pitágoras, cunhou o termo “philosophós” quando um governante o chamou de sábio, ele disse que era apenas “um amigo da sabedoria”. Exato! Pitágoras poderia muito bem, gostar do termo ou se auto afirmar dentro da influência que tinha como um sábio de Samos. Mas não fez. Longe disso, se mostrou como apenas um “amigo da sabedoria” que o a acompanha, mas, que ainda não o a conheceu por completo. Se o termo é grego, seu significado ficou universal, quando se descobriu que muitas culturas almejavam chegar a sabedoria. Cientistas antropológicos e historiadores podem ter estudado muitos aspectos culturais – com apoio de outras áreas cientificas, como a psicologia e a fisiologia – e talvez, nós filósofos devemos sim ler suas conclusões, mas não podem saber o porquê o ser humano (homo sapiens) está procurando a sabedoria. Aliás, defendo que os filósofos sejam estudiosos nexislistas (que ligam os nexos ou as conexões), porque existem muitos filósofos que estão se prendendo em ideologias e religiões que não deixam fluir as diversas ideias em outras culturas.

As coisas poderiam ser outras se não achássemos que uma só religião poderia salvar nossa alma, assim como, uma ideologia pode salvar a humanidade da injustiça. Mas, na verdade, sempre generalizamos e achamos “engraçado” tudo aquilo que não entendemos ou tudo aquilo que achamos como menor. Como você pode achar que Platão é um filósofo menor? Como você pode abrir um livro de Kant (filósofo prussiano do século dezoito), por exemplo, um Crítica da Razão Pura, e achar que você descorda de alguma coisa? Refutar, todos podemos refutar, mas temos antes de tudo, entender com detalhes tudo aquilo que o autor escreveu. Garanto que nem 10% dos alunos que estavam ali naquela aula, sabia sequer o que era metempsicose para acha engraçado tudo aquilo, e mais uma vez, tudo aquilo que não entendemos, rimos. E se rimos de tudo é um sinal de desespero, como diz o cantor Frejat em uma das suas músicas, porque ficamos com medo daquilo que não entendemos. Sócrates, pegou uma frase no Oraculo de Delfos, disse para conhecemos a si mesmo e descobri o que nós temos de mais importante. Um filósofo deveria saber que o Mundo das Ideias não é uma coisa intangível (fantasia), mas algo que vem primeiro do objeto e a ideia em essência, se torna algo tangível (objeto).

A “PhiloSophia” só existe graças a três princípios: aquilo que era (origem), aquilo que é (existência) e aquilo que será (caminho ético). Aquilo que era é uma resposta à pergunta: de onde viemos?  Ora, Tales de Mileto, nos disse que foi na agua, que por termos corpos húmidos, temos que ter originado na agua. Diferente de vários mitos que dizem que somos obras dos deuses ou de um só “deus”. Só abrindo um parêntese, o politeísmo (crença em vários deuses), não descartava uma Divindade mais poderosa que tudo criou, mas que essa mesma divindade era inacessível e tinha que ter intermediários que em alguns casos, não deixamos de acreditar. Continuando. A origem tem que ser lógica dentro da filosofia, como Tales fez ao olhar os corpos e ao olhar os corpos, concluiu que vinha de uma substancia húmida que na lógica é a agua. Ou a noção de Tales seja uma noção de mistificar a agua como uma substancia de origem universal – que mesmo os cientifistas descordam de mim, faz todo o sentido de tudo que foi descoberto na área biológica – pondo ela, como uma substancia divina como um instrumento para uma causa e que, haveria de ter um efeito. Ou Tales se via diante de aparecimentos de insetos na agua e pensou realmente que a vida surgia lá.

Hoje em dia, sabemos que as espécies evoluíram de outras espécies e que evoluiu de células que tem origem nos ácidos que surgiram com os elementos e fica, mais ou menos, fácil “concluir uma hipótese”. Acontece que a hipótese é uma suposição daquilo que observamos, como supor (tendo uma hipótese), de um comportamento de determinadas pessoas porque sabemos que pessoas tem reações a alguns comportamentos. Ora, a comprovação que todas as espécies vivas do mundo (Terra), ter evoluído de um punhado de células não resolve o problema e não descarta a geração espontânea, tem mais essa. Por que? Simples. Ter células evoluindo para seres mais complexos – do simples ao complexo – não nos esclarece se os seres tiveram geração espontânea (vários fatores colaboraram com isso), ou uma inteligência superior implantou aqui. Extraterrestres fizeram isso? Cientistas de outras dimensões? Cientistas espirituais? Seres divinos? Mesmo chegando a uma das respostas a pergunta, vai ser hipóteses, porque não vamos conseguir chegar a nenhuma conclusão. Só se chegarmos a uma conclusão razoável, encontrando uma capsula onde vieram a células, ou encontrar algo que colabore com isso. Algum tempo atrás, encontraram esferas de aço – dizem que é de um metal raro na Terra – que são ocas e que se desconhece a origem. Quando abriram, encontraram um pó estranho, mas quando foram ver, eram os mesmos ácidos que constituíram as células orgânicas. Mesmo que algum blog desmascarar (que só vai ser uma hipótese, porque não sabemos a verdade), é uma hipótese plausível. Outra hipótese é que Marte também teve vida e em algum momento, um impacto fez que alguns pedaços viessem para a Terra a ponto de eclodirem aqui. Cometas também tem vírus e bactérias congeladas em seus corpos, como se concluiu, pesquisas. Existem trilhões de hipóteses que podem ser e podem não ser.

Quando pensamos “aquilo que era”, pensamos naquilo que originou algo e com o passar do tempo, não tem a mesma forma. O Universo se originou de um ponto, mas ele não é mais um ponto, vários pontos originaram vários universos, mas nenhum deles, é um ponto. A modificação não é a resposta de não existência de um ser inteligente, mas a resposta de um ser inteligente que molda como se fosse um escultor. Talvez, Espinosa esteja certo (que Einstein adota também essa visão), que o que chamamos de “Deus”, esteja em tudo que vimos e percebemos. O motor perpetuo aristotélico que comenda tudo pelo pensamento – que a igreja romana adota – onde todas as coisas são perfeitas. A ideia de perfeição vem dos gregos, mas voltarei depois nisto. O que quero dizer é que não se pode concluir como verdade o que é uma hipótese, apenas. Então, não podemos concluir se Platão estava ou não certo, se existe mesmo alma ou não, se reencarnamos ou não em animais ou em outros humanos. A questão é se a ciência como detectora do conhecimento (aliás, o termo ciência vem do latim scientia que quer dizer “conhecimento” ou “saber”), não está sendo um meio de entravar o ser humano ao conhecimento verdadeiro, ao conhecimento da sua própria natureza. Ninguém tem a “verdade” e nem as “verdades” são absolutas ao ponto de não mudarem.

Se nós não chegamos a responder “aquilo que era” (nossa origem), como poderemos responder “aquilo que é” (a realidade)? Será que estamos na realidade ou isso tudo não passa de uma ilusão? Se botarmos na questão ética (caráter), podemos dizer diante de várias teorias e pesquisas cientificas, que não passamos de coletores e caçadores pensando ser modernos. Assim, todas as culturas que criamos nos últimos 10 mil anos, são apenas ilusões de um bando de homo sapiens que fizeram acreditar ter evoluído. Nós não evoluímos. Nós não cuidamos dos entes idosos (raras exceções por causa de uma certa educação), continuamos a rejeitar pessoas com deficiência pelo medo de doenças (ué, a ciência não fabricou vacinas?), se continua a achar que a guerra é a melhor solução, a dominação do mais fraco, a dominação e a discriminação da mulher. Então, todas as ideologias (que chamo e vários cientistas também, de religião humanista), não resolveram porque não passam de ilusão. O comunismo é uma ilusão, o liberalismo é uma ilusão, o nazismo foi uma ilusão, o fascismo foi uma ilusão e o nacionalismo é uma ilusão. No final das contas, não sabemos nem quem somos.

Se não posso nem responder quem eu mesmo sou, porque eu devo rir de Platão? Se não respondi uma questão primordial dentro da “PhiloSophia” que é “aquilo que era”, porque eu devo fazer “escarnio” do orfismo? Ainda mais longe vamos quando perguntamos: Quem nós somos? Ora, se Tales de Mileto (o primeiro a questionar a ordem mítica grega), disse que os seres vivos vieram da agua (incluindo nós), Sócrates vai propor duas questões primordiais dentro da questão “aquilo que é”. Primeiro, que uma vida sem ser examinada, não vale a pena ser vivida e é uma questão, ética. Por que examinar a vida? Por que devo questionar a minha conduta num mundo que acho ser cruel e que me faz sofrer? Daí entra a outra questão socrática que coloquei lá trás, conhecer a você mesmo, conhecer seus limites e sua própria natureza. Se examino a minha vida, então, eu posso vir a me conhecer? Pode ser que ao me conhecer, eu descubro que a realidade não existe, que me enganaram ao longo da minha vida. Porque não sou a cadeira de rodas cara que tenho, não sou as marcas de roupa que eu uso, o tênis que eu calço, eu sou um ser que gosto de ser eu mesmo. Minha personalidade vai sendo construída a partir das questões que vou respondendo e assim, vou construindo minha própria realidade. Não interessa se a maioria está usando uma Ottobock (falando de cadeira de rodas), eu estou satisfeito com a minha Ortobrás 1996 que a minha noiva me deu, não interessa que a maioria usa a Nike, eu estou satisfeito com meu tênis simples. Porque a publicidade não faz e nem nunca fez a minha cabeça, porque as pessoas são muito facilmente manipuladas. Não me interessa que a maioria gosta de Funk Carioca ou pagode, eu gosto de rock metal.

Conhecer a si mesmo sempre foi a saída para fazer com que o homem veja a realidade, como no Mito da Caverna de Platão, que o homem acorrentado se solta e vai ver a luz. Então me vem uma outra questão: será que tudo que tenho e tudo que gosto, também não é uma ilusão? No budismo (doutrina de Sindarta Gautama que se torno Buda que quer dizer, “o iluminado”), se ensina que todos os sofrimentos vêm do nosso próprio EGO e devemos deixar esse EGO que é a fonte do desejo. Para Buda, esse EGO que quer uma Ottobock na verdade, é um falso EGO. Na verdade, o termo EGO é latim, assim, o termo em português é EU. Esse EU é o EU falso, pois o problema não é ter uma Ottobock, é achar que a sua vida depende da Ottobock para viver, deixar você mais bonito, mais aceito, menos discriminado. Tudo isso é uma ilusão, tanto a Ottobock, como tudo que falaram que ela iria trazer, porque ela é só um instrumento de locomoção. É uma tecnologia, nada mais do que isso. Nós somos pessoas com alguma deficiência, mas ainda assim, pessoas que estamos inseridas com a espécie homo sapiens. Enquanto eu não olhar a minha deficiência e perceber que sou parte do universo, não posso responder à questão “aquilo que é” e não posso seguir e não posso rir de Platão.

A questão só será respondida quando respondemos “aquilo que era” – os existencialistas tentaram responder, mas falharam – não podemos responder “aquilo que é”, não podemos encontrar o meio termo entre a nossa origem e o que somos. Mas se descobrimos quem somos, não vamos descobrir onde viemos? Não foi isso que Sócrates disse para conhecer a si mesmo e Jesus disse para encontrarmos a verdade? Podemos dizer que conhecer a verdade é conhecer a si mesmo, conhecer quem somos e nunca se apegar ao que não somos. Não somos etiquetas, não somos rótulos, não somos nada além do que primatas que inventam tecnologia. Existe a alma? A alma diferencia o homem dos ouros primatas? Pode ser que a existência proceda a essência, mas a essência garante que a percepção da existência aconteça. Pode ser que eu renasça em um animal se eu fizer algo mal, por que não? Algumas religiões animistas acreditam nisso – como algumas derivações do budismo, o hinduísmo, a religião antiga egípcia, a religião órfica entre outras – que podemos ser lobos, podemos ser crocodilos, podemos até renascer em uma vaca ou num boi e ser comido. Por que não? Quem garante? Afinal, não encontraram resposta nenhuma do “aquilo que era”, a ciência não respondeu e não fez feliz, até agora, 7 bilhões de pessoas como prometido. Ainda vejo vultos e não uso nenhuma droga ou sou esquizofrênico, mas sempre acham graça e me refutam com uma risada, mesmo que a ciência não tenha encontrado nada. Sócrates ouvia uma voz, nem por isso era tido como louco (o caso dele foi político), Jesus falou com Moisés e Elias e sua mensagem ética foi dada sem que ninguém o veja como louco ou esquizofrênico.  

Se ainda não respondemos “aquilo que era” e ainda não encontramos “aquilo que é”, podemos ou não, responder “aquilo que será”. Por que podemos responder? Dentro da filosofia, o porvir já foi muito discutido, mas o filósofo que começou foi Heráclito. Para Heráclito, o ser não se molha com a mesma agua duas vezes ou não pisa na agua de um mesmo rio duas vezes seguidas. Simplesmente, porque a água não é mais a mesma e, nós, mudamos nossa percepção sobre o porquê você deve atravessar o rio duas vezes. Outra coisa, não menos importante é: tudo que fazemos no presente vai refletir no futuro, tudo que eu faço hoje eu vou fazer refletir lá na frente. Isso não é um pensamento metafisico, é um ato que pode haver consequências depois. Se eu corro muito com minha cadeira motorizada, uma hora ou outra, vou causar um acidente ou comigo ou com outras pessoas. Claro que existem pessoas que acreditam – que também não passa de uma crença – que o fato de eu causar um acidente houve outras causas a não ser eu correr com a cadeira motorizada.

Tanto no budismo, quanto ao espiritismo kardecista – que é uma ala do cristianismo que segue a moral de Jesus, mas não enxerga ele como Deus – nos diz que há causa e há o efeito, se eu faço algo hoje, amanhã vou ter as consequências desse ato. Atravessar o rio é um ato, pisar na água duas vezes, é a consequência e se essa água não é a mesma, é a mudança. Mas podemos refutar Heráclito – respeitando, lógico, a importância dele na “philosophia” – dizendo que a água de todo mundo é a mesma, que o que chove é a mesma água que eu pisei um dia. Talvez, ele (Heráclito) tivesse querido dizer, que o fluxo temporal é constante e não pode ser quebrado, tanto é, que o fragmento mais famoso dele seja “tudo flui” (panta Rey) ou seja, tudo está em constante mudança. É o que o budismo diz e de alguma maneira, o espiritismo também diz, que tudo que você sente no presente irá fazer em ato, vai acontecer lá para frente. Mas o que isso tem a ver com Heráclito?  Tudo flui porque o tempo não existe, ele depende da ação humana dos fatos ocorridos, porque os fatos podem mudar. As coisas boas ou as coisas más, dentro dos valores que contem a cultura étnica, são ações humanas e então, não depende de nenhuma força metafisica ou força extra-humana (no caso extraterrestre), que faz determinada coisa acontecer. Se pensarmos bem, tanto teístas (que acreditam em Deus) e os ateístas (que não acreditam em Deus), estão errados. A fome, a guerra, as catástrofes, não são atos de um Deus ou atos do acaso, são consequências puramente, humanas.

Por isso que o budismo vai ser classificado como uma religião ateísta, porque para eles não interessa se existe ou não Deus, mas existe uma energia que faz o ser humano viver e se ele focar no presente, não haverá motivo nenhum de se preocupar com o futuro e nem o passado. O passado passou e é só uma lembrança (não dá para mudar mais), o futuro não aconteceu e acontecerá graças ao que fazemos hoje e então, se preocupamos com o presente. De alguma maneira, Jesus disse isso também quando diz: “(...)não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações. É suficiente o mal que cada dia traz em si mesmo”, ou seja, cada mal que fazemos é nós que fazemos. Por que se preocupar com o futuro se o futuro depende do nosso presente?

Se ainda não respondemos o passado (origem), presente (agora) e o futuro (amanhã), como podemos responder as outras questões? Como existem pessoas que podem rir de Platão? Como podemos rir de uma teoria se nem podemos refutar ela? Esse, meus amigos, é o academismo brasileiro.



sábado, 11 de março de 2017

Inclusão no “Mundo Fantástico de Bob”






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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Quem nunca assistiu o desenho animado “Mundo Fantástico de Bob”? É a história de um menino (no caso, Bob), que enxerga o mundo adulto como se fosse o que ele imagina, sempre com soluções fantásticas de um menino de seus, 5 anos. O desenho mostra como nós, os adultos, vemos as coisas de um outro prisma diferente de um menino de seus 5 anos de idade. Nada tenho contra a imaginação dos meninos e meninas de 5 anos, que as vezes, nos falta em certas situações (no Facebook está cheio de frustrado e gente que não tem a menor imaginação de transcender essa realidade chata de um cotidiano medíocre). Não é isso: é construir mundos que não existem na realidade dentro das “desculpas” e “álibis”, que querem empurrar para cima do segmento das pessoas com deficiência. O “Mito da Qualificação” é um deles.

Você pode pensar que meu modo de ver pode ser diferente do Bob, mas não é muito. Na verdade, quando trabalhamos com idealizações não temos a capacidade de ver a realidade e não a “realidade inventada”. A ideia é simples, a realidade é o que mostra os fatos e os fatos nem sempre, ou não são mesmo, eternos. Se no mundo antigo se matava pessoas com algum tipo de deficiência, hoje, temos os Direitos humanos para garantir a vida e autonomia das pessoas com algum tipo de deficiência. Porque hoje se tem tecnologias melhores, se tem uma maior variedade de tratamentos, uma variedade de resoluções que não deixa isso acontecer (menos nos países que os radicais mulçumanos estão no governo). Mesmo assim, como um cético que sou, isso não passa de mito e os mitos são fabricados para acreditarmos em tudo isso. Pelo menos no Brasil, num modo bem fisiológico, existem pessoas que não tem uma cadeira de rodas, não tem uma muleta, não tem qualquer possibilidade de autonomia de uma vida digna. Vocês acham que as mulheres com deficiência não sofrem abuso sexual, abuso psicológico, abusos não diferentes, dos abusos que sofrem todas as mulheres? Se vocês acham que não, vocês são como todo ser humano, acreditaram nos mitos que se espalham a séculos. Como disse nos outros textos, um mito não é uma mentira, um mito é uma ficção para coagir e fazer acreditar em coisas que não existem de verdade. Na realidade, vamos ser sinceros até consigo mesmo, ainda somos os mesmos caçadores-coletores de antes, nossos genes não tiveram tempo ainda de mudar para uma outra fase. Ou seja, ainda achamos que as pessoas idosas e as pessoas com alguma deficiência, atrapalha a sociedade, a única diferença, é que no viés cristão, todos são iguais. Mas é um mito, apenas.

Numa realidade nua e crua, num modo bem nietzschiano, a vida não tem sentido nenhum e não temos nada de iguais. Eu posso gostar de comer num lugar, minha noiva, pode gostar de comer em outro lugar, porque os gostos são diferentes e essa diferença é marcante dentro da consciência do homo sapiens. Quando digo que somos caçadores-coletores, além do modo de desenvolver os preconceitos e discriminações – o preconceito é uma pré-ideia que se torna um mito e a discriminação é o ato de rejeitar graças a essa ideia do pré-conceito – também tem o fato de criarmos mitos como capitalismo e socialismo, criarmos o mito monárquico (que a milênios vem assombrando o ser humano), porque vivíamos com pouco mais de 150 pessoas por bando. Mais do que isso, só inventando mitos para segurar as vontades da maioria, porque a maioria não convive com mais do que isso. Se o intuito do ser humano, como espécie, é evoluir, então tiveram um erro crasso de serem agricultores e isso é evidente. Mas, já que o erro foi feito, vamos analisar mais a fundo.

O Mito da Qualificação vem junto do Mito da Ciência e do academismo moderno. Nietzsche já no século 19, tinha nos alertado que o ser humano iria deixar de acreditar em forças divinas e iria colocar toda essa esperança de salvação, na ciência. Se na idade média, e depois até o século 18 mais ou menos, nós humanos, acreditávamos na Graça Divina para a redenção da raça humana, a “graça” para a modernidade é a ciência e junto dela, a tecnologia. Mas já faz um tempo, que venho escrevendo, que a tecnologia nos últimos 70 anos, avançou muito mais rápido do que a nossa evolução ética e moral. A tecnologia pode ser usada para aprendizados, dar uma vida mais digna as pessoas com alguma deficiência, mas pode ser uma arma mortal para pessoas que querem fazer maldade. No mesmo modo que construíram o telescópio Hubble, os norte-americanos, construíram duas bombas atômicas e testaram no Japão. Pois, a verdade é, que os yankes pouco estavam ligando para o mundo.

Isso poderia ser uma redenção de sairmos da ignorância e entrarmos na era do conhecimento, a era onde o ser humano poderia se conectar a todos os seres humanos no mundo todo. Isso é um mito, pois nem todo mundo troca informação nenhuma e sim, trazemos o cotidiano cultural para as redes sociais. A ciência pode ter nos dados cadeiras de rodas melhores (outras adaptações diversas também), mas nos obrigou a se adequar a um academismo que nem sempre, temos condições de pagar ou, conforme o cargo, precisão para isso. O academismo, na verdade, foi uma exigência governamental sob pressão dos industriais de se adequar a ideia do conhecimento como base de alguns cargos. Um filósofo, por exemplo, pode muito bem ser um filósofo sem precisar de um diploma, mas o governo (o ESTADO), quer ensinar os mitos que um filósofo deve pensar ser verdade. Daí sai baboseiras imensas que filósofo não pode xingar, que filósofo tem que defender uma posição, que filósofo tem que ser ateu e cético. Mas, bem da verdade, um filósofo é avesso a tudo isso e fico imaginando se Sócrates não iria rir dos filósofos de hoje, medíocres e chatos.

Daí, quando se faz uma lei como a lei de cotas – que faz as empresas darem uma porcentagem de vagas as pessoas com deficiência – se esquecem das mesmas resoluções que tomaram no passado, só trabalha quem tem qualificação profissional.  Acontece que isso a uns 15 anos atrás – quando a lei tinha uns 10 anos – poderia até “colar” como uma desculpa das empresas de não quererem se adaptar para tal, mas hoje, com muitas pessoas com deficiência qualificadas, é difícil querer convencer pessoas que não estudaram segurando seus diplomas. Mas eu estou muito mais preocupado em analisar atos éticos (de caráter), do que morais (de costumes) e digo com bastante vigor, há de analisar a Lei de Cotas num viés de caráter daqueles que não querem contratar e usar o meio governamental, para dar a “desculpa” da “qualificação”. Será mesmo que o problema aí é mesmo a “qualificação”? Alguém já parou para pensar que o problema não é a “qualificação”, mas a nossa própria biologia de ainda rejeitar aquilo que atrapalha o bando? Mas, claro, as revistas e os “exemplos de superação” podem argumentar comigo: “Ah Amauri, existem pessoas conscientizadas que contratam pessoas com deficiência sem mesmo, pedirmos! ”. Tá ok. Senta lá “Claudia” que o tio vai explicar uma coisa de uma maneira bem adulta, ok?

Quem contrata pessoas com deficiência são de duas categorias apenas (mais do que isso, passa a ser idealização):  A primeira categoria é quem tem exemplos de deficiência em casa ou tem algum parente, porque se não for assim, não existe ninguém que convença uma pessoa que uma deficiente pode ser um bom profissional. Outra categoria e por indicação de alguém dentro da empresa, assim, as coisas são o que são sem hipocrisia. O “jeitinho” sempre se virou, até mesmo, quando se trata da lei de cotas. Num viés ético (até mesmo do caráter aristotélico), ou uma lei deve ser cumprida ou ela não existe, porque se um empresário tem um monte de direitos, ele também tem um monte de deveres diante a sociedade de fazer a economia rodar. Esse direito e dever tem muito a ver, com o caráter de cada um, não só do mais necessitado. O empresário não está acima da cidadania, ele é cidadão como todo mundo, se existe leis e tem uma conduta ética dentro dessa lei, deve ser cumprido. Então, não adianta revistas mostrarem um “fantástico mundo” que a mim, não convence e colunistas que faltam com a verdade, pois, quando você sabe da verdade e começa a camuflar por motivos diversos (os anúncios dessas revistas, vem do empresariado), começo a achar que estou sendo enganado.

O que tem de errado nisso? Nada. Um desenvolvimento humano passa pela idealização e o mito, mas quando isso atrapalha enxergar a realidade, isso vira alienação. Como diz a música do conjunto Camisa de Vênus: “Não há mais festas, nem carnaval/acho que fui enganado! ”. 


sexta-feira, 10 de março de 2017

O Mito da Moral





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Algumas coisas são necessárias para entender o meu texto que vou escrever agora. Para começar temos que entender que mito não é sinônimo de mentira, porque um mito não é uma mentira ao ponto de enganar alguém. Se papas, se governantes e reis tiveram a capacidade de enganar usando os mais variados mitos, isso é uma questão muito mais ética do que moral, porque tem muito a ver com caráter muito mais do que costumes. E nem acho que alguns costumes sejam errados, só acho que são mal interpretados dentro do caráter (no sentido de intenção), daquele que propaga tal moral. Mas segundo Harari no seu aclamado livro antropológico, Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, somos animais que criamos ficções e com essas ficções nós nos adaptamos melhor ao meio. Portanto, quando dissemos que aquilo é verdade, cuidado, aquilo é só uma ficção que nossos ancestrais inventaram para manter a unidade do grupo. Mas, espero que os ateus inteligentinhos, não usem o que eu digo como uma desculpa do seu trauma freudiano de descobrir que Papai Noel não existe e que, eles não ganham a bicicleta esperada.

Podemos dizer que toda a estrutura moral que construirmos ao longo de milênios, na verdade, não existe. Até no mesmo livro, Harari argumenta que todo o luxo que possibilitou a civilização nascer após a revolução agrícola, na verdade, foi uma armadilha e possibilitou a várias doenças e não foi vantajosa para a nossa evolução biológica. Vamos aos fatos: fomos feitos para subirmos em arvores, colher figos silvestres e caçar animais, somos animais onívoros (tenho que decepcionar os verganos), e numa hora para outra, paramos de dar leite materno aos bebês (possibilitando o enfraquecimento do sistema imunológico). Outras comunidades não quiseram ser agrícolas e começaram a brigar uma as outras, tivemos mais filhos (quando digo nós, digo querendo dizer como espécie homo sapiens), nós com mais bocas para alimentar tivermos que trabalhar mais. Tudo isso, a grosso modo, não passa de uma imensa ficção que possibilitou a convencer vários seres humanos a acreditar que o luxo, que perdura até na pós-modernidade, daria ao ser humano mais possibilidade de evoluir e ser feliz. Pensando assim, chegamos até a achar que o filósofo Rousseau não estava tão totalmente, errado. O erro dele é outro.

O erro de Rousseau não era que a propriedade privada não seria um roubo, que foi de algum modo, mas que existiu um “bom selvagem” e que no meio da natureza éramos seres imaculados que não matávamos, não largamos os velhos e os deficientes no meio do caminho, coisas do gênero. Rousseau, de algum modo, foi enganado sobre isso graças ao mito da moral que dominava na época. Pensamos um pouco, achávamos que os índios americanos (de toda América), eram felizes e pacíficos e que não tinham maldade nenhuma, viviam harmoniosamente. Hoje, sabemos, que os índios também faziam guerras, que quem vendiam os negros para os escravagistas brancos eram os próprios negros, que as brigas (que chamamos de guerras), foi uma invenção ou um efeito colateral, digamos, da revolução agrícola. Será que as teorias anarquistas e humanistas, diante de fatos de estudos sérios, então totalmente erradas? Não estão. Na verdade, fomos enganados com a promessa que ficaríamos mais felizes, mas que de fato, nós nos acomodamos e nos acovardamos diante de coisas que tiraríamos de letra quando éramos colhedores-caçadores. Não evoluímos, nós criamos mitos para pensarmos que estamos evoluindo e isso, já sabiam os orientais.

Os orientais – incluindo os budistas e os hinduístas – sempre ensinaram que tudo era mera ilusão e que devemos superar o nosso EGO. A grosso modo é um convite a repesarmos se, depois de milênios de guerras e fomes, mortes e estupros, a dominação da mulher e de povos, realmente, isso iria trazer alguma felicidade ao ser humano. Aliás, não era tão somente a cultura oriental, as culturas antigas eram cheias dessas resoluções e isso abrange até a cultura hebraica. Será que já tinham percebido o erro de ter sociedade agrícolas?  Talvez, isso já tenha sido percebido, mas já era uma coisa enraizada por muitas gerações e até hoje há uma ilusão que quando trabalhamos demais, podemos acumular bens para a nossa felicidade. Será que tudo isso não é uma ilusão? Exatamente o que diz os orientais. Para eles, o dinheiro tem um outro significado que nada tem a ver com a felicidade, por isso, talvez, eles tenham mais desenvolvimento com a tecnologias e resolvem mais rápido os problemas. Eles não têm vínculo nenhum com a imagem humana idealizada, porque sabem da capacidade humana de inventar algo para ajudar o outro. Os melhores exoesqueletos vêm dos israelitas, os melhores robôs são japoneses, os melhores índices de educação são orientais, porque não vivem da ilusão que somos seres superiores. Como diz a própria Bíblia: do pó viemos, do pó voltamos, somos somente pó de estrelas a muito tempo, mortas. O ouro é uma substancia em abundancia no universo, o cobre é um minério, a celulose é uma camada fina de madeira de alguma arvore por aí: então, por que se matar por míseros minérios e madeira processada? O pó que fala a Bíblia é a significância humana perto de um universo infinito, dentro de muitas outras galáxias e que, a ilusão que somos a imagem e semelhança do Eterno.

Mesmo eu lendo artigos e livros científicos não acho o ateísmo atraente, concordo com o filósofo Pondé que o ateísmo é um modo mais fácil de conceber uma realidade, então, eu mistifico os achados científicos. O Eterno pode ser invocado não para fazer pedidos ou atender suplicas, não temos um código do consumidor divino e ele não fez universo somente para nós. Portanto, ele nada deve a ninguém e dentro disso, deve ser invocado em momentos de encontro consigo mesmo. A Bíblia hebraica, o Torá que chamamos de Velho Testamento, fala que o Eterno não tem nome e não podemos chamar e nem falar seu nome em vão, porque seu nome é sagrado e sua discrição é muito além da nossa linguagem. Agora eu entendo – lendo um livro de um ateu não praticante, mas ainda assim, ateu – que o Torá tem uma mística muito além do que dizem e não é à toa que os cristãos o puseram nos evangelhos. Está muito além da moral que enraizaram em torno dos livros sagrados, está muito além daquilo que falam o que Jesus quis passar ou os profetas, pois, Jesus e os profetas eram os escolhidos do Eterno porque eram verdadeiros. O Eterno gosta de pessoas verdadeiras que discutem com ele, que não o bajulem, só ver o que o rei Davi fez diante dos olhos Dele. Jesus negou sua missão (Pai, afasta de mim esse cálice), Moisés discutiu com Ele, profetas inúmeros fizerem isso porque tinham uma ligação direta com ele.  Era pesada essa ligação com ele.

Nessa altura do campeonato fica a pergunta: o que tem tudo isso a ver com a moral? Tudo. Quando nós criamos a agricultura, criamos regras para aquilo não ser usurpado e não acontecer mortes que, segundo pesquisas arqueológicas, acontecia aos milhares. Criamos regras para conviver com milhares de cercados numa mesma comunidade, e essa, construíram cidades como centros de comércio. Construirmos regras éticas para a convivência mutua, e junto, leis que possibilitaram que essas regras éticas não fossem quebradas. Cada cidade-estado, tinha sua regra ética e assim, uma cidade e outra podia entrar em conflito. Ora, as guerras foram causadas muito mais por causa desse luxo todo, do que outra coisa. Antes do império romano não havia moral, porque moral vem do termo latim mos e o significado é “costume” que é uma tradução (mal traduzida, aliás), do termo grego ethos que não tem um significado certo, mas alguns pesquisadores traduzem como “caráter”. Faz todo o sentido, pois, o grego clássico estava muito mais preocupado com o caráter, do que o costume de uma cidade inteira. Mas você deve estar perguntando: os espartanos tinham um código moral e não ético, como assim? Respondo: os espartanos não tinham código nenhum moral, porque cada cidadão era levado a acreditar que deveria morrer pelo ESTADO e então, deveria obedecer às regras éticas. Mas, tudo isso não passa de um mito, uma invenção para fazer acreditar que tudo isso era uma realidade. Os hoplitas – povos escravizados pelos espartanos – que o digam.

Para entender a gloria espartana de morrer pelo ESTADO e as conquistas dos imperadores – de Alexandre até Napoleão III – são meras ilusões, temos que entender que tipo de ilusão que até mesmo, Jesus estava de acordo (contrariando muita seita cristã de hoje que prega a teologia da prosperidade). Na realidade, quem colocou condutas morais dentro do cristianismo foram os romanos, pois, Jesus nunca se preocupou muito com nossa conduta dentro dos costumes. Se pensarmos direito, nunca li nenhum versículo de Jesus que falasse de condutas morais (costumes) e sim, conduta ética (caráter) que tem a ver com o melhoramento de si para temos uma mais compreensão da verdadeira realidade. Amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si mesmo, não é uma conduta moral e sim, um ato ético de melhorar nosso caráter para desenvolver nosso lado critico de questionar nossa vida. O por que fazemos o que fazemos? O por que existe nossa conduta moral? A questão é que nem Jesus, nem Buda e nem nenhum ser ligado ao Eterno, ensinou condutas morais, essas mesmas, foram implantadas como condutas do poder. O ESTADO como detector de toda a sociedade (que a nossa brasileira, morre de tesão), usa a moral que o constrói para infestar aquilo que não cabe como apoio de seus interesses. O problema, num modo bem especifico, não é o contrato social, mas que esse contrato também é um mito. Tudo não passa de um mito. Mas nossa ética como caráter, é a essência daquilo que somos e aquilo que somos é bem melhor do que aquilo que parecemos ser.

Na sua essência, a moral já era como base, uma conduta hipócrita antes quando os romanos o a construíram. Na verdade, deixamos de ser éticos por interesses difusos de parecemos o que não interessa ao poder sermos, ou seja, quando inventamos a agricultura, inventamos o Poder político. A quem interessa quantos filhos temos, ao Eterno ou ao Poder? Ao Poder. Nossa conduta diante das nossas vontades – que algumas religiões puseram como pecado – a quem interessa, ao Eterno ou ao Poder? Ao Poder. Então vejamos: quem distorceu o verdadeiro significado de ethos, o Eterno ou o Poder? O Poder. Porque outro significado para ethos é “caminho reto”, ou seja, qual filosofia tem como base o “caminho reto”? O caráter não é um “caminho reto” construído em cima dos verdadeiros valores que seguimos? De Sócrates até Buda (incluindo Jesus), a base de seus ensinamentos sempre foi muito mais ética do que morais. Os ensinamentos de Sócrates são condutas éticas construídas dentro daquilo que seguia, porque pouco importava as regras de Atenas, mas seguir elas, foi seguir um princípio dele e provar que elas são injustas e ilusórias. Buda no mesmo modo, tanto fazia as leis morais, mas sim, leis éticas que tem a ver com a conduta e um “caminho reto” a ser seguido. Jesus não era diferente, quando disse: “dá a Cesar o que é de Cesar, a Deus o que é de Deus”, quis dizer que tudo é efêmero, mas a nossa essência é única em todo o universo. Outro ensinamento dele era: “Estreito é o caminho, largo é o caminho da perdição”, ou seja, para seguirmos aquilo que realmente somos num “caminho reto”, muito difícil é esse caminho. Mas para seguir o que a maioria segue é muito mais fácil.


Vendo um biólogo do porte de um Richard Dawkins dizer que uma mãe que tem um filho com síndrome de down é imoral e sacerdotes histéricos vendo imoralidade num selinho num misero desenho, vão influenciar crianças (que sabemos que a homossexualidade é de nascimento). A moral é a mesma e é muito além do que possamos achar que é verdade. A crença da nossa própria verdade, é a crença iluminista da romântica concepção que somos alguma coisa e temos algo. Não temos nada. Não somos o que pensamos ser, o que dizemos ser, o que achamos que somos. A moral impõe, a ética entende. Quem disse que uma criança com síndrome de down sofre? Quantas milhares de crianças com síndrome de down são professoras, são repórter, são modelos? Se um beijo influenciasse crianças, o desenho do Pernalonga que dá longos beijos ao Hortelino, tinham influenciado milhões. Respeitar as escolhas das pessoas e suas opiniões, é uma coisa, mas, achar no direito de agredir para defender a sua crença, é outra bem diferente. Por isso, defendo um mundo ético e não, moral. Desculpe!



sexta-feira, 3 de março de 2017

O problema do cristianismo – apoiar Bolsomitofall?




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”
(Mateus 5:5)

Eu acho que esse cristianismo de garagem, não entendem muito de Cristo porque não sabem nada de Cristo. Como pode pessoas acharem que são cristãs, sem ao menos, conhecerem a verdadeira palavra de Jesus? Sim. A palavra de Jesus é só o novo testamento, a palavra de Jesus sempre foi e sempre será, pacifista. Não adianta justificar as cruzadas, não adianta justificar a santa inquisição, não adianta justificar milhares de pessoas queimadas, esfoladas, teve os quatro membros arrancados, ditaduras que a igreja apoiou, isso sempre será fora naquilo que Jesus sempre pregou em seus ensinamentos. Esse versículo que coloquei no começo do texto, é um dos versículos que estão no Sermão da Montanha, onde está a base dos ensinamentos de Jesus Cristo. Alguma igreja, que se diz cristã, prega essa passagem do novo testamento? Não. Eu nunca vi.

Acontece que em sua essência, o cristianismo foi construído por estadistas e dominadores, imperadores romanos que mais estavam preocupados com o império, do que o bem da humanidade. Na idade média, papas mudaram o significado da palavra de Jesus para justificar suas resoluções maléficas que nada tinham de bom a trazer para o progresso humano, mas estavam, na verdade, preocupados com o poder. O cristianismo em si, já nasce com o fanatismo de algumas facções que não satisfeitas em destruir bibliotecas inteiras – como aconteceu em Alexandria – ainda matam pessoas como a filosofa e matemática, Hipátia, por causa que ela não acreditava no mesmo deus. Também, numa forma de querer o poder. Cirilo de Alexandria comandava a “massa” ao seu bel prazer. Por que devo chamar um homem desse de santo? Santo Cirilo não seria contraditório? Será que Jesus Iria aprovar uma mulher ser morta a pedradas, sua carne ser arrancada e jogada ao fogo? Jesus iria aprovar milhares de pessoas serem queimadas, milhares de pessoas serem esfoladas, milhares de pessoas serem massacradas, por filosofias que não faziam parte do seu ensinamento? Claro que não.

Daí veio a reforma protestante e não foi muito diferente, a diferença foi a forma doutrinaria. Na verdade, a teologia reformada se esqueceu que era cristã e começou a ser uma mistura de judaísmo e cristianismo, e com isso, começam a dar destaque ao velho testamento. Mas daí vem a dúvida: a teologia protestante é mesmo cristã ou simplesmente, é um judaísmo cristão? Ao tirar algumas filosofias não cristã – só ficou a agostiniana que tem grande influência em Platão -  os reformistas ficaram com o velho testamento e não perceberam, que o velho testamento nada mais é, do que um apoio doutrinário. Como se você colocasse os Vedas no livro de Buda, o Vedas só teria o papel de um sistema doutrinário para entender o que Buda ensinou. A grosso modo, o cristianismo mais prega do que vive a sua doutrina, só é um título pomposo para dar status de santidade, nada mais e nada menos.

A questão é, sem desmerecer os judeus, os cristãos são seguidores de Jesus ou seguidores de filosofias e de Moisés? Os cristãos, realmente, acreditam no pacifismo de Jesus ou vão escutar cristãos de botequim, dizerem até, que Jesus não perdoa? Eu até acho, voltando um pouco, que a doutrina de Jesus tem muito a ver com a doutrina de Buda, pois, se fomos analisar bem restritamente, as duas doutrinas tratam do agora, do inquietamento da mente, do lado muito essencial do ser humano. A evolução espiritual é uma realidade, porque é uma explicação lógica de tudo que aprendemos, das experiências que carregamos e não estou falando de espiritismo kardecista. Para que eu iria estudar a vida inteira, para que eu iria nascer deficiente e cadeirante ou passar por milhares de situações sem isso, ficar no espirito para evoluir em mais conhecimento? Não há maldade ou bondade, existe conhecimento e ignorância. Não existe demônio ou anjo, existe níveis de evolução de um conhecimento que vem do espirito. Dois espíritos desse porte é Jesus e Buda.

Jesus e Buda evoluíram através do conhecimento que tiveram, talvez, de milênios. Talvez, nem isso, apenas depende da vontade do indivíduo querer ou não evoluir. A vontade de se libertar depende muito da coragem e determinação da pessoa, pois, os acomodados sempre vão arranjar desculpas esfarrapadas para não querer evoluir. Aquilo é pecado, aquilo é errado, aquilo é imoral, aquilo não faz parte da minha cultura. Mas o que faz parte de nós mesmos? Por que não temos vontade de conhecer a nós mesmo e seguir algo que nós mesmo acreditamos sem seguir um maluco qualquer? Existem cristãos defendendo usa de armas (não matarás?), tem cristão que defende o divórcio por incompatibilidade (o que Deus uniu, o homem não consegue separar?), tem cristão que adora objetos (a bíblia), adora pessoas (pastores), pregam morais que nem eles seguem. Aliás, esses objetos são comprados nas igrejas que está contra até mesmo o que Jesus pregou, amar a Deus sob todas as coisas, ao próximo como a si mesmo. A verdadeira trindade é amar as três coisas importantes para “herdar a terra”, pois, o amor faz o ser humano ser manso com humildade.


Amar a Deus é amar sua realidade refletida no universo, porque sua FORÇA (lembra dos Jedis?), é um reflexo da sua ideia inata em si mesmo. É o Pai+Mãe de todo o cosmo, porque como uno, não tem gênero e nem distinção nenhuma. Amar ao próximo (bem provável, que Jesus quis dizer até os animais), é amar todas as criaturas que são a criação e fruto de uma evolução cósmica já idealizada pelo ser divino uno. Como a si mesmo é amar sua individualidade e sua natureza divina, sempre seguindo sua senda de cada vez mais se conhecer e ser capaz de conhecer sua própria natureza. A vontade manifestada dentro da consciência de si mesmo, tendo certeza que a única certeza é que existimos, tendo essa certeza, logo, pensamos. Jesus deu a formula revogável da ligação do ser humano ao ser divino, um ensinamento que se você seguir à risca, veras coisas inacreditáveis. Não é o dinheiro, não é a política, não é dizendo ou apoiando um cristianismo que nada tem de Jesus, terá algum efeito e sim, fazer e que se deve fazer. 




quarta-feira, 1 de março de 2017

MUNDO ENCANTADO DA INCLUSÃO – UMA FILOSOFIA FISIOLÓGICA





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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Não sei se é influência do filósofo Luiz Felipe Pondé, mas me tornei um cara que gosto de coisas fisiológicas. Não gosto de ver ideias, somente, mas ideias que fazem parte do meio onde vivemos e as ideias de onde vivemos não podem estar dentro de uma filosofia idealista. Eu não consigo mais ficar lendo revistas de inclusão, pelo simples fato, que as revistas de inclusão de pessoas com deficiência, falam de um mundo que não é o nosso. Explico. Lendo o Anuário da Revista Reação – que é uma das melhores que existem – eu vi que não existem discussões de âmbito mais práticos e pouco retorico, vi também, que as discussões giram em torno de um mercado que muitas vezes, está fora de um âmbito mais popular. É popular uma cadeira de R$ 28.000,00? Tem outra coisa, vamos ser realistas, existem matérias irrelevantes dentro da área que não tem que existir, como se fosse mais importante comprar um carro do que comprar uma cadeira de rodas. Se é, por que o barateamento do carro e não da cadeira de rodas? Vejam bem, é só ter um pouco de cérebro para saber, que você não entra dentro de casa com o carro.

A grosso modo, as coisas vão ficando bastante claras quando você faz essas indagações e essas indagações são importantes. Por que? Começo a achar que essas revistas foram criadas como mídia especializada para nos alienar, porque todo o mundo que ela mostra não é o mundo no qual eu vivo, não é a linguagem que eu necessito e abre ainda, porteiras bem grandes para a exclusão. Por exemplo, numa das reportagens da revista, mostrava uma escola de teatro que só era de pessoas com deficiência e não abria para outras pessoas. Isso é segregação como acontece com os Menestréis Cadeirantes, como acontece com milhares de instituições que estão cheias essas revistas e estou cheio de papinho furado que o problema da Lei de Cotas é a qualificação. O problema da Lei de Cotas é a multa, é muito mais barato você pagar uma multa do que acessibilizar uma empresa e isso é uma verdade, pois, além dos direitos trabalhistas que temos (e ainda bem que temos), o cara tem que gastar para acessibilizar sua empresa dentro da ABNT. Aliás, vendo as adaptações dentro do serviço ATENDE e dentro do transporte público e banheiros dentro de estabelecimentos, não sei se a ABNT tem alguma autoridade sobre o assunto. Mas voltando a Lei de Cotas, além da multa ser barata, ainda existem outras falhas que não são mostradas.

As outras falhas é o básico da lei, o que seria a deficiência. O ex-presidente Lula que não tem um dedo por ter perdido num torno, entraria como um deficiente e poderia concorrer com um cadeirante. Mas vamos pensar bem fisiologicamente (num modo bem concreto), sem sermos demagogos, um deficiente que manca numa perna ou não tem um braço, tem muito mais chances de trabalhar em uma empresa do que um cadeirante e isso é fato. Há um certo preconceito, mas há muito mais chance de isso acontecer. Quando esse tipo de pessoa com deficiência, entra numa lei como essa, eu sempre imagino que quem fez essa lei não sabia nem o que estava fazendo e isso é bem claro. Fora que existe outros fatores que impedem outras deficiências serem contratadas, como os deficientes mentais (que com um trabalho bem feito, pode ser sim um bom profissional), como os deficientes visuais que tem cão guia e existe toda uma adaptação em braile; os deficientes auditivos que existem adaptações também. Mas, não é muito melhor achar que é mais prático achar que somos bobos? Achar que estão procurando, mas não estão e contratam pessoas com o mínimo de deficiência? A quem querem enganar pondo nestas revistas discussões toscas sem serventia concreta? A maioria das pessoas com deficiência, não estão interessadas em coisas que nunca vão alcançar na vida e é lógico e por isso, que as revistas não vendem.

Outro ponto de exclusão são instituições que sabemos, foram construídas em cima de uma filosofia que as pessoas com deficiência não são capazes. Não adianta me mostrar deficientes sorridentes, funcionários e diretores dizendo que apoiam a inclusão que não, não é verdade. Eu vivi 26 anos dentro de uma instituição famosa, a AACD, e vi que por mais que queiram passar uma filosofia inclusiva, tudo gira em torno de uma filosofia excludente de trancafiar o deficiente lá. Essa propaganda grande dessas instituições tem a ver com a grana que rola para fazer essas propagandas, isso é fato, porque a AACD tem um departamento de marketing que eu acho, não caberia numa instituição filantrópica. Aliás, eu trato isso com mais detalhes no meu livro: Clube das Rodas de Aço: Tratado sobre o Capacitismo que está no Clube de Autores.


A questão das instituições são questões importantes dentro da inclusão, mas não pode ser tratada como prioridade dentro de veículos da mídia que querem tratar na questão. Eu nunca vi denúncias, eu nunca vi reportagens de pessoas com deficiência física casando, contando como é seu casamento, seu dia a dia, seu mundo dentro da realidade onde vivemos. As revistas perdem milhares de páginas mostrando realidades que nunca vou querer, que não me interessam e posso garantir, não interessa para a maioria dos deficientes. Também não vejo discutirem pautas como sondas, como tratamentos para escaras, tratamento para escoliose, instituições que não tratam direito e há sim sequelas no futuro. Não vejo esse tipo de coisa, não vejo relações desse porte. A vida tem que ter um certo ar de verdade, se não, comigo não rola. 


Imposto para entidades filantrópicas