
Por Amauri Nolasco
Sanches Junior
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”
(Mateus 5:5)
Eu acho que esse cristianismo de garagem, não entendem muito
de Cristo porque não sabem nada de Cristo. Como pode pessoas acharem que são cristãs,
sem ao menos, conhecerem a verdadeira palavra de Jesus? Sim. A palavra de Jesus
é só o novo testamento, a palavra de Jesus sempre foi e sempre será, pacifista.
Não adianta justificar as cruzadas, não adianta justificar a santa inquisição, não
adianta justificar milhares de pessoas queimadas, esfoladas, teve os quatro
membros arrancados, ditaduras que a igreja apoiou, isso sempre será fora
naquilo que Jesus sempre pregou em seus ensinamentos. Esse versículo que
coloquei no começo do texto, é um dos versículos que estão no Sermão da
Montanha, onde está a base dos ensinamentos de Jesus Cristo. Alguma igreja, que
se diz cristã, prega essa passagem do novo testamento? Não. Eu nunca vi.
Acontece que em sua essência, o cristianismo foi construído por
estadistas e dominadores, imperadores romanos que mais estavam preocupados com
o império, do que o bem da humanidade. Na idade média, papas mudaram o
significado da palavra de Jesus para justificar suas resoluções maléficas que
nada tinham de bom a trazer para o progresso humano, mas estavam, na verdade, preocupados
com o poder. O cristianismo em si, já nasce com o fanatismo de algumas facções que
não satisfeitas em destruir bibliotecas inteiras – como aconteceu em Alexandria
– ainda matam pessoas como a filosofa e matemática, Hipátia, por causa que ela não
acreditava no mesmo deus. Também, numa forma de querer o poder. Cirilo de
Alexandria comandava a “massa” ao seu bel prazer. Por que devo chamar um homem
desse de santo? Santo Cirilo não seria contraditório? Será que Jesus Iria aprovar
uma mulher ser morta a pedradas, sua carne ser arrancada e jogada ao fogo? Jesus
iria aprovar milhares de pessoas serem queimadas, milhares de pessoas serem
esfoladas, milhares de pessoas serem massacradas, por filosofias que não faziam
parte do seu ensinamento? Claro que não.
Daí veio a reforma protestante e não foi muito diferente, a diferença
foi a forma doutrinaria. Na verdade, a teologia reformada se esqueceu que era
cristã e começou a ser uma mistura de judaísmo e cristianismo, e com isso, começam
a dar destaque ao velho testamento. Mas daí vem a dúvida: a teologia protestante
é mesmo cristã ou simplesmente, é um judaísmo cristão? Ao tirar algumas
filosofias não cristã – só ficou a agostiniana que tem grande influência em Platão
- os reformistas ficaram com o velho
testamento e não perceberam, que o velho testamento nada mais é, do que um
apoio doutrinário. Como se você colocasse os Vedas no livro de Buda, o Vedas só
teria o papel de um sistema doutrinário para entender o que Buda ensinou. A
grosso modo, o cristianismo mais prega do que vive a sua doutrina, só é um título
pomposo para dar status de santidade, nada mais e nada menos.
A questão é, sem desmerecer os judeus, os cristãos são seguidores
de Jesus ou seguidores de filosofias e de Moisés? Os cristãos, realmente,
acreditam no pacifismo de Jesus ou vão escutar cristãos de botequim, dizerem
até, que Jesus não perdoa? Eu até acho, voltando um pouco, que a doutrina de Jesus
tem muito a ver com a doutrina de Buda, pois, se fomos analisar bem
restritamente, as duas doutrinas tratam do agora, do inquietamento da mente, do
lado muito essencial do ser humano. A evolução espiritual é uma realidade,
porque é uma explicação lógica de tudo que aprendemos, das experiências que
carregamos e não estou falando de espiritismo kardecista. Para que eu iria
estudar a vida inteira, para que eu iria nascer deficiente e cadeirante ou
passar por milhares de situações sem isso, ficar no espirito para evoluir em
mais conhecimento? Não há maldade ou bondade, existe conhecimento e ignorância.
Não existe demônio ou anjo, existe níveis de evolução de um conhecimento que
vem do espirito. Dois espíritos desse porte é Jesus e Buda.
Jesus e Buda evoluíram através do conhecimento que tiveram,
talvez, de milênios. Talvez, nem isso, apenas depende da vontade do indivíduo
querer ou não evoluir. A vontade de se libertar depende muito da coragem e determinação
da pessoa, pois, os acomodados sempre vão arranjar desculpas esfarrapadas para não
querer evoluir. Aquilo é pecado, aquilo é errado, aquilo é imoral, aquilo não faz
parte da minha cultura. Mas o que faz parte de nós mesmos? Por que não temos vontade
de conhecer a nós mesmo e seguir algo que nós mesmo acreditamos sem seguir um
maluco qualquer? Existem cristãos defendendo usa de armas (não matarás?), tem cristão
que defende o divórcio por incompatibilidade (o que Deus uniu, o homem não consegue
separar?), tem cristão que adora objetos (a bíblia), adora pessoas (pastores),
pregam morais que nem eles seguem. Aliás, esses objetos são comprados nas
igrejas que está contra até mesmo o que Jesus pregou, amar a Deus sob todas as
coisas, ao próximo como a si mesmo. A verdadeira trindade é amar as três coisas
importantes para “herdar a terra”, pois, o amor faz o ser humano ser manso com
humildade.
Amar a Deus é amar sua realidade refletida no universo,
porque sua FORÇA (lembra dos Jedis?), é um reflexo da sua ideia inata em si mesmo.
É o Pai+Mãe de todo o cosmo, porque como uno, não tem gênero e nem distinção nenhuma.
Amar ao próximo (bem provável, que Jesus quis dizer até os animais), é amar
todas as criaturas que são a criação e fruto de uma evolução cósmica já idealizada
pelo ser divino uno. Como a si mesmo é amar sua individualidade e sua natureza
divina, sempre seguindo sua senda de cada vez mais se conhecer e ser capaz de
conhecer sua própria natureza. A vontade manifestada dentro da consciência de
si mesmo, tendo certeza que a única certeza é que existimos, tendo essa
certeza, logo, pensamos. Jesus deu a formula revogável da ligação do ser humano
ao ser divino, um ensinamento que se você seguir à risca, veras coisas inacreditáveis.
Não é o dinheiro, não é a política, não é dizendo ou apoiando um cristianismo que
nada tem de Jesus, terá algum efeito e sim, fazer e que se deve fazer.
Parabéns, Amauri, por essas suas reflexões sobre o cristianismo. Prometo para mais adiante um comentário mais desenvolvido (um post). Enquanto isso peço que você diga o que acha da postura de Jesus diante dos pobres e dos ricos. Um abraço.
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