
Por Amauri Nolasco Sanches
Junior
Essa semana estava vendo um vídeo do canal “VAI UMA MÃOZINHA,AI? ” da Mariana Torquato e fiquei refletindo sobre o que ela disse. Como agora
faço alguns textos na revista Brasting News, meu veio na telha em fazer um para
esse vídeo chamado: <ÉTICA E INCLUSÃO: UMA LEI QUE NÃO FUNCIONA>, quem
quiser conferir estará linkado no nome do texto. Mas no meu blog eu me sinto
mais à-vontade, mesmo o porquê, lá tem algumas regras e tenho que respeita-las.
Bom, vamos as ideias.
Não e muito novidade o que a Mariana mostra no vídeo,
existem empresários que não querem contratar e só contratam por causa da multa
e existe as pessoas acomodadas que não querem nada com nada. Nessa equação quem
quer realmente trabalhar, é prejudicado, pois, se existem pessoas com deficiência
acomodadas em sua maioria, o governo não vai se esforça em uma fiscalização de
verdade. Afinal, para que se deve gastar o dinheiro do contribuinte com fiscalizações
sem a menor necessidade? Por outro lado, sem o menor trocadilho, estamos numa
era onde a sociedade está deficiente de ética, pois, tanto a ética, quanto a
moral exigem o caráter e os costumes. Enquanto o ato ético visa a necessidade
de avaliar os seus valores educacionais familiares, o ato moral vai avaliar o
ato dos costumes que temos como sociedade. É ético, por exemplo, honrar um
relacionamento com outra pessoa sendo fiel a ela por uma questão de caráter. Não
andar pelado em uma via pública, é um ato moral, pois, os costumes da nossa
sociedade não permitem estamos nus numa via pública.
Aristóteles, que viveu trezentos anos antes de cristo,
escreveu que as pessoas felizes são as pessoas éticas. O “ethos” grego heleno, era
muito mais do que uma questão de caráter, era quase uma questão espiritual de
chegada a “eudaimonia” que era uma espécie de paraíso da consciência. Não à
toa, quando somos éticos ficamos com a consciência em paz, quando ficamos fazendo
coisas antiéticas ficamos com a consciência pesada. Acontece que quando dizemos
que é ético não fazer aquilo, sempre é um ato do indivíduo enquanto aquilo que
ele acredita ser certo ou errado, ou seja, um ato sempre sai do caráter de cada
um. Enquanto a moral, é um ato que envolve os costumes que uma sociedade
abriga, por exemplo, é imoral uma pessoa sair nu no meio da rua porque os
nossos costumes não aceitam esse ato. Explicando isso, fica muito mais fácil analisar
o que Aristóteles queria dizer e o filósofo prussiano, Immanuel Kant, que
viveu, mais ou menos, mil e oitocentos anos depois. Kant vai dizer que não devemos
fazer nada que não fosse moral, porque esse mesmo ato, seria copiado nos atos
alheios. Como dizem no meio da programação algorítmica, algo como, um loop
eterno.
Então, por que o ato do empresário que não contrata pessoas
com deficiência é um ato antético e ao mesmo tempo, imoral? Antiético no
sentido estético, porque seria mais ético ele contratar a pessoa que tem a
capacidade de trabalhar naquele cargo e não se tem ou não alguma deficiência,
pois, se o empregador coloca a deficiência acima da capacidade, então, além de
ser um capacitismo (preconceito com pessoas com deficiência), ainda mostra os
valores que aprendeu em julgar pela aparência. Imoral porque não enxerga que a
sua empresa tem sim um valor social – embora os libertários vão ficar nervosos –
porque sem as pessoas não há produção, sem as pessoas não há consumidores, sem
as pessoas não há lucros e ser egoísta só vai ainda mais, aumentar o prejuízo. E
quando você tem um ato de contratar as pessoas pela aparência, seja ela qual
for, nós já sabemos como a empresa se comporta com os consumidores.
Em contrapartida, existe sim pessoas com deficiência que se
acomodaram e não querem fazer nada, está cheio nas redes sociais e até mesmo,
dentro de muitos movimentos. Isso não é novidade nenhuma, porque a mãe colocou
na cabeça do sujeito que ele não pode fazer nada, o pai colocou que ele não pode
sustentar ninguém por não poder trabalhar. A questão vai muito longe disso, é
uma questão dos valores que esses pais receberam quando criança. Vamos imaginar
pessoas que sempre foram ensinadas que pessoas produtivas eram pessoas perfeitas,
que pessoas com deficiência não serviam para nada e que eram internadas para não
“dar trabalho” e aí, num dia, nasce um filho com deficiência. Lembramos que
essas pessoas não conviveram e não sabem como proceder, assim, refletem no
filho uma imagem de coitadismo e não sabem que ele pode fazer muitas coisas
sim. Muitos pais de hoje mudaram a posição, fazem questão que os filhos
estudem, fazem questão que seus filhos façam o que desejar. Por que? Porque
conviveram com pessoas com deficiência de alguma maneira, ou tiveram muito mais
contato com pessoas com deficiência. Mas a culpa não é só da educação, mas do próprio
deficiente que se acomoda na situação.
Governos populistas tendem a achar meios para se
popularizarem e dar ao povo “regalias” para ele se sentir satisfeito, ele se
sentir amparado e gozando de alguma liberdade. Vamos ser sinceros consigo
mesmo: quem não quer escolher uma profissão e ganhar um salário digno do que se
preocupar em perder um benefício de um salário mínimo? Mas muita gente vai
dizer: “ah Amauri, mas nos países estrangeiros também tem esse benefício”. Não,
não tem. O que se tem é uma ajuda de custo conforme o que a pessoa gasta
enquanto é reabilitada e é um programa fora da previdência, pois, não é uma
aposentadoria e sim um dinheiro para a despesas. Em alguns países, as pessoas
têm um emprego garantido, as pessoas com deficiência têm até as cadeiras de
rodas motorizadas subsidiadas, ou seja, as cadeiras de rodas não têm impostos. E
por outro lado, não venham com essa “conversinha” que não existem escolas
adaptadas, que não existe emprego porque não estudei que não cola. Eu fiz três cursos,
um numa ETEC, outros dois online, quem quer faz.
Portanto, bora agir.
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