
Por Amauri Nolasco Sanches
Junior
O nosso povo tem uma ideia inata de sempre fazer com que as
outras pessoas pensarem igual ao que eles acham, mas achar é diferente do que
ter certeza. Então, quando falamos de filosofia, falamos de meios de buscar a
sabedoria dentro do que te incomoda, dentro daquilo que te faz pensar além daquilo
que você lê. Reflexões não são confraria. Aliás, você não pode pensar dentro de
uma multidão, dentro de uma múltipla reflexão, porque fazer uma reflexão é “dobrar”
aquele pensamento mais uma vez. Pois, vem do latim “re” que quer dizer “outra
vez, novamente”, mais “flexus” que quer dizer “dobrado, fletido” e veio do
verbo latino “flectere” que é “dobrar”. Como muitas pessoas podem dobrar um
mesmo pensamento dentro de uma certa perspectiva? Isso não requer nenhum “tour”
na história da filosofia, isso requer sensibilidade de perceber que uma reflexão
não pode ser “refém” de um diploma.
O que me incomoda nesse momento é essa banalidade que
tomamos como ideia filosófica, mas percebo que é só “fuxico” de velhinha da
janela de um cortiço qualquer. Como podemos filosofar com “ad hominem”? Como
podemos filosofar num meio de uma balada? Claro, podemos fazer uma reflexão sobre
a balada e o que abala dentro de uma sociedade, mas nunca poderemos fazer uma reflexão
sobre isso, estando numa balada. Sócrates de Atenas, viveu em uma outra época e
em uma outra sociedade, não teve diploma, não teve a pretensão nenhuma de querer
ter razão. A única coisa que queria mesmo é provar que nada sabia e que os
outros que diziam saber, não sabiam também. Acho que isso seria muito básico dentro
de uma reflexão filosófica. Mas parece que o professor Paulo Ghiraldelli Jr não
percebeu isso, ainda insiste que dentro da filosofia, não existe autodidata que
é um erro.
Se o professor Ghiradelli dizer que de Tales De Mileto até Epicteto,
existiram filósofos diplomados é uma grande falácia que não pode se dizer digna
de um filósofo. Todo mundo sabe que as universidades surgiram graças a igreja
romana e isso é fato histórico, nem mesmo, Agostinho de Hipona tem diploma de filosofia,
ele era um teólogo, assim como outros que são do mesmo modo. Então, qual é o
problema que vem incomodando, o caro professor? Os “filósofos mediáticos”? O
professor Olavo de Carvalho junto com o seu filho? Pois, a reflexão que ele
coloca dentro do seu último texto é uma reflexão de pura imposição como se não houvesse
nada que um sujeito possa fazer para se tornar um filósofo. Ou ele faz uma
universidade de filosofia, ou ele não é nenhum filósofo, e sim, um charlatão. Só
que de Marcia Tiburi até eu mesmo, temos diploma e não interessa aonde se tirou
esse diploma, quem faz o curso é você e não o lugar de onde você faz o curso. Para
dizer a verdade, só tirei o diploma para não dizerem que sou um simples
autodidata.
Pitágoras de Samos não teve diploma, mas cunhou a expressão “philosophós”,
que foi por causa de ter sido chamado de sábio por um nobre da cidade. Ser um
amigo do saber não te faz um sábio, porque sabedoria vem de uma transcendência daquele
conhecimento, porque antes mesmo do conhecimento, vem a informação. Nesse caso
qual seria a informação? Os livros de filosofia de hoje? Os inúmeros textos do
professor Pondé e do professor Karnal nos meios de comunicação, que no caso, na
Folha Ilustrada ou no Estadão? Dos livros de outros filósofos que estão na mídia
ou estão em voga? O caro professor Ghiraldelli deveria fazer uma reflexão sobre
a sua reflexão que pelo menos para mim, não faz sentido nenhum. Porque acho que
o professor se perdeu em querer refletir aquilo que sabe que não tem nenhuma lógica,
pois, não estamos falando de médicos que salvam vidas, não estamos falando de pilotos
de avião que tem entre 200 a 500 pessoas na sua tutela. Estamos falando de
pessoas que tem o único intuito de refletir como a sociedade pode evoluir, como
a sociedade pode sair de uma crise e não, formas de ser ou não um filósofo.
O processo de leitura não te faz um filósofo, o processo de
leitura te faz ter uma informação e o interagir dessa informação, depende muito
da onde você está. Quando estive em uma universidade, não tive autos momentos
de reflexão, só vi pessoas preocupadas em tirar um diploma para ganhar dinheiro
ou porque o pai mandou ser alguém. Eu sim, via um certo “gramour” em está numa
universidade, ter todo acesso em inúmeros conhecimentos. Eu usava minha carteirinha
na biblioteca para pegar inúmeros livros, não só de publicidade, mas de inúmeras
matérias que eu via na TV Cultura. Mas a Universidade Paulista (UNIP),
infelizmente, só quis saber do dinheiro e não me deu nenhuma bolsa de estudos,
mesmo com várias propostas que meu pai e eu fizemos. Mas depois de dois anos,
tirei meu diploma em um curso online. Quem diz que sou menos publicitário por
causa disso? Quem disse que sou menos técnico de informática por causa de ter
tirado meu diploma em uma Escola Técnica Do Estado? Quem disse que sou menos filósofo
por ter tirado meu diploma de professor de filosofia, está escrito na explicação
do curso, online na Fundação Getúlio Vargas?
Eu acho que um professor não tem nenhuma obrigação de
tutelar o aluno, ele deve mostrar o caminho (método) para transmitir e usar o
conhecimento. O professor Ghiraldelli parece gostar de tutelar os alunos para não
pensarem, para não encontrarem o caminho sozinhos, que há um erro muito grande.
Todos os grupos virtuais que eu participei que ele montou, sempre ele achava
que deveríamos pensar como ele, achar o que ele acha e por aí vai. O professor
nem sabe argumentar, como se fosse o dono da verdade, além claro, do processo que
tomou da jornalista só porque disse que desejava que ela seja estuprada. Daí podemos
perguntar: isso são atitudes de um filósofo diplomado?
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