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Cena do filme "Victor Frankstein", ele segura sua criação apos acordar (créditos:Google) |
Por Amauri Nolasco Sanches Junior
Em sua maior obra, a escritora Mary Shelley – na verdade,
por ser filha de um filósofo, “Frankstein - O Prometeu Moderno” é mais do que
um mero livro de terror – colocou um cientista moribundo em um barco contando a
sua história para o capitão no meio do deserto gelado do norte. Ele estava
sendo perseguido pela sua própria criação. Na verdade, alguns dizem que a
escritora é uma romântica e que ela estava fazendo uma crítica a ciência, que
tenho que descordar, a grosso modo, a escritora estava se referindo ao homem
sempre achar que tem o direito de mexer naquilo que não se pode mexer, na vida
humana. Há uma ética e uma moral dentro das religiões que são milenares, embora
existam pastores e padres que não seguem tão perfeitamente, a verdade é que sem
essa moral a humanidade estaria muito pior do que é hoje. Claro que há fanáticos
religiosos por aí, o Estado Islâmico está aí para comprovar, mas existem regras
dentro da sociedade se forem quebradas, todo o sistema social se esfacela.
O Brasil está passando por uma crise como nunca se viu,
tanto econômica, quanto política, por causa de atos de corrupção exagerada nos
dois governos petista. Mas eu não sou “apocalíptico” em achar que não existe
nenhuma solução, existe um só caminho e esse caminho é o caminho ético de
seguir aquilo que foi ensinado. O método ético é muito mais seguro do que o
caminho não ético, porque a ética te dará segurança daquilo que você é, daquilo
que não importa o que você faça, sempre será você mesmo que está fazendo
aquilo. A máxima ética – que está em inúmeras obras religiosas e filosóficas,
como as críticas kantianas – é para não fazer com os outros, o que não quiséssemos
que fizessem conosco. Qual ser humano gosta de apanhar por sua opção sexual,
religiosa, ou opção ideológica política? Se não gostamos de apanhar, porquê raios
eu tenho que bater em alguém por causa disso? Por que não ter opinião e convencer
que a sua opinião é a certa? Se não gostamos de sermos roubados, por que roubar
e mentir, pois, todos nós também não gostamos de mentirosos e canalhas?
O ex-presidente Lula parece que não está acreditando que não
está convencendo a grande maioria, não por causa da imprensa ou por causa do
presidente Temer, é porque a regra ética foi quebrada. Como Victor Frankstein,
Lula tenta desvendar a vida para ressuscitar dos mortos a sua carreira política
e a do Partido dos Trabalhadores que por razões obvias, não teve um feliz fim. Mesmo,
hipoteticamente porque há documentos comprovando os atos de corrupção, que ele
e o seu partido sejam inocentes, eles acharam que seus inimigos políticos poderiam
ser seus aliados de uma hora para outra? Claro que não! Uma hora eles iriam “puxar
o tapete” do partido e iriam tomar o poder de qualquer maneira, ainda mais um
partido “parasita” como o PMDB.
Moralmente, os atos de corrupção seriam como matar alguém, porque
são hospitais que são roubados, pessoas com deficiência são “bodes expiatórios”
de uma crise da previdência que foi alastrada por anos e por inúmeros partidos.
Vamos ser justos, não foi o PT que inventou a corrupção, e nem é o único com um
estatuto de esquerda, isso é dito por gente que não sabe de política e nem
ideologias políticas. Há inúmeros textos errôneos dizendo que há partidos de
direita, ou que existem libertários conservadores, que existem “socialismos
fabianos” – uma ideologia morta ainda no século dezenove – que há ainda, um
comunismo revolucionário. Nada disso, não há nenhuma ideologia quando não se
tem nenhuma ética envolvida. Não só na política, na cobrança a mais por um
lanche, um troco errado não devolvido, estacionar em uma vaga não para todos,
mas destinada aos idosos ou pessoas com deficiência. Ética também envolve saber
dar sua opinião, inteligência é ter uma opinião moderada, uma opinião não no “calor
da emoção”, mas uma opinião lógica e objetiva. Ser uma pessoa que só expressa “ad
hominem” (atacar a pessoa e não sua idéia), é comum dentro das opiniões políticas.
A verdade é que o PT (Partido dos Trabalhadores), morreu
junto com a carreira política de Lula, não porque roubou inúmeras empresas ao
longo dos seus mandatos, mas porque traiu o povo brasileiro que acreditou nele
e no partido. Os outros partidos estávamos cansados de saber e sabemos que
fazem isso, dizer que roubaram porque os outros roubavam, não é uma atitude nem
ética e nem “adulta”. Mas tenho que ser sincero, o povo ainda se ilude com “heróis”
e não se tem nenhum herói quando se governa, tem que ser preparado para
governar sabendo um pouco de tudo. Os “salvadores da pátria” criaram ditaduras
sangrentas, a mais recente, a ditadura chavista (da ideologia de Hugo Chaves)
de Nicolás Maduro na Venezuela.
Como Victor Frankstein de Mary Shelley, o ex-presidente está
vendo uma só coisa e não vendo um todo, que a morte chega a tudo no universo, até
mesmo, das ideologias e partidos políticos. Cantar o Hino da Republica não vai
trazer a liberdade e nem vai restaurar o estado de direito democrático, e sim,
uma conduta ética e moral.
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