terça-feira, 19 de novembro de 2019

O Fascismo das Redes Sociais



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior




A cadela do fascismo está sempre no cio.

Bertolt Brecht





Brecht tem razão, o fascismo sempre está a espreita e hoje, uma sociedade pós-industrial, onde as redes sociais mandam e desmandam no mercado, não tem a ver tanto com o regime italiano idealizado e liderado pelo Benito Mussolini (1883 – 1946). A ideia do fascismo é uma ideia de uma união como um feixe com vários feixes – por causa de um instrumento romano (republica) para castigar alguém ou abrir o caminho – onde uma causa é a união de várias causas. Mas, qual a causa que as pessoas estão lutando? Nenhuma. Porque um povo que não tem uma cultura histórica, não pode fazer nenhuma discussão ou escrever numa rede social. As pessoas não gostam de mim – principalmente, no meio das pessoas com deficiência – porque sempre fiz essa crítica, pois, não se pode inciar nenhuma discussão se não tiver um estudo histórico e daquilo que se quer discutir e daquilo que se quer mudar (e saber escrever, claro).
O que acontece é que as redes sociais estão muito chatas, porque você não pode escrever nada sem ser denunciado. Meu blog Resistência foi denunciado por causa da minha opinião sobre a briga entre Pitty e a Lexa, que a funkeira acusa a produção da Pitty de machismo e essas coisas. Aliás, segundo a Lexa, as duas conversaram e ficou esclarecida a história e acho as duas uma gracinha. Ponto. Não sei se teve motivações de fãs, não sei se teve motivações ideológicas (porque eu chamei a Lexa de feminazi e a Pitty de Passa Pano), mas, não posso mais escrever e postar nada no blog Resistência. As motivações que levaram as pessoas denunciarem meu blog – por isso estou ressuscitando o Clube das Rodas de Aço – a questão é silenciar o outro por causa da sua opinião, e ter opinião, é complicado hoje em dia. Pois, eu sou aquela leva de filósofos (sim, tenho diploma de filósofo) que não tenho nada de estimação, nem politico, nem religião, nem banda, nem nada, e pode me chamar de isentão que estou me fodendo com a sua opinião sobre mim.
Não é só o blog Resistência não foi o único que foi bloqueado no Facebook (que a rede social está ficando muito chata), escrevi a reportagem “Stedile, coordenador do MST, diz que Bolsonaro irá 'para o lixo da história'” e meu perfil está bloqueado até 3 fevereiro de 2020. Será que é porque tem a ver com a crítica do líder do MST? Não sei. O problema, que sempre teve coisas desse tipo nas periferias das cidades grandes e no interior e que as redes sociais, potencializaram isso tudo no máximo. O povo gosta de se meter na vida do outro, porque todo mundo tem uma fórmula mágica para ser feliz, mas, nem sempre esse povo cuida da sua própria vida. O Orkut acabou porque o povo encheu o saco na questão de spam – que a maioria nem sabe o que significa até hoje – e o Orkut começou a fazer regras para agradar esse nicho, o outro nicho saiu e nem um e nem o outro ficaram no Orkut. Vai acontecer no Facebook, além do fato deles começaram a tirar algumas coisas para forçar uma demanda a assinar seus serviços. Lógico, mesmo o Orkut teve regras comerciais, do mesmo modo, o Facebook (junto com o Instagram e o WhatsApp), tem também. Quanto deve ganhar o Facebook de anúncios de grande jornais ou grande mídias? Os pequenos blogs não tem nem chance nessa briga.
Além do cybercapitalismo – acabo de criar o termo – tem o fascismo que outrora era visível e hoje, não é mais. Depois do término do socialismo soviético, as ideologias socialistas (aqui não estou me referindo só o socialismo marxista, mas, um conjunto de membros de uma sociedade), começaram a ser descritas, hora como utopias que não deram certo, hora como ideias que devem ficar nas prateleiras da história. Claro, que ainda existem pessoas que acreditam no socialismo-comunista, assim como, existem pessoas que acreditam no fascismo e no nazifascismo (pasmem, que existem negros nazifascistas por ai). Mas, na sua essência, esse tipo de ideologia ficou na virtualidade e esse é o perigo. O povo tende a essas ideologias sempre quando há uma crise, pois, Mussolini sobe ao poder depois da crise de 29 (1929), Hitler (que não era alemão e não tinha nada a ver com os alemães) subiu ao poder no meio de uma crise. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), nasceu da revolução de 1917, porque a Rússia dos Romanov não saiu dos feudos medievais e por mais que o socialismo lenista-stalinista tenha matado milhões de pessoas, ele foi um catalisador para industrializar a Rússia. Claro, isso não justifica, de maneira nenhuma, tudo que Stalin fez.
A questão é virtualizar esse tipo de ideologia. Por quê? Aristóteles – que viveu no século três antes de Cristo (Atenas de Péricles) – dizia que toda ideia é uma coisa virtual, ou seja, tem a potencialidade de ser real. Uma amizade virtual, por exemplo, tem a potencialidade de ser uma coisa real. Um namoro virtual, tem a potencialidade de ser um namoro de verdade. E ai que mora o perigo, porque quando você joga ideologias como qualquer uma dessas (comunismo, nazismo, fascismo e etc) na virtualidade, você potência a serem reais e não estou protegendo nenhuma.
Mas o que é a liberdade? A liberdade não existe quando você acha sempre que o outro é errado e você está certo, mas, no final da história, são dois idiotas brigando por causas que o oprimem. Porque tivemos uma educação infantilizada que dependemos sempre de algo para viver, seja um deus-pai para lhe guiar espiritualmente, seja um governante-pai que vai te ajudar a ter onde morar, a empresa-mãe que provem seu sustento. Mas, no final das contas, seja lá que ideologia que você segue ou religião, sempre é para te foder. Porque isso tudo existe, para separar mesmo o povo e não enxergar o obvio. E no mais, o blog é meu e escrevo o que eu quiser.

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