quarta-feira, 20 de abril de 2016

O Direito da Expressão





Como eu sou um cara liberal, mais precisamente anarco-libertário, defendo o direito de expressão das pessoas e isso é primordial mesmo numa democracia. Se defendo a liberdade, não tem o porquê não defender a liberdade de todos expressarem o que quiserem e dar para nós, como ponto de opinião, uma visão dos valores que eles defendem. Se um camarada defende Che Guevara, Fidel Castro, até mesmo Stalin, outro não pode exaltar Brilhante Ustra? Quem leu a obra de Rothbard, Esquerda e Direita, sabe que a ala conservadora se apropriou do liberalismo, mas o liberalismo nunca foi conservador. Não sei se repararam, o ser humano tem um medo muito irracional diante do que é mudança, dos direitos que cada um tem, junto com os deveres que cada um constrói dentro de uma sociedade. Mas há mudanças inevitáveis, há mudanças que acontecem quando se clareiam as ideias e pensamentos. Se não fosse assim, o ser humano não sairia das cavernas, as religiões não passariam para pensamentos filosóficos e junto desses pensamentos filosóficos, se construíssem a ciência. As pessoas como eu eram mortas, a América não seria descoberta, as tecnologias não se avançariam e o universo não aconteceria e toda a descoberta é fruto de uma mudança e a liberdade para acontecer.

Acontece que o ser humano ao mesmo tempo ele anseia por uma mudança, o ser humano sempre temera o passado que lhe fez sofrer e esse sofrimento, volte. Sempre aparecerá os extremos (seja a direita ou a esquerda) para alertar sobre medos que não são dessa época, mas poderão voltar graças aparecimento de focos (segundo suas visões). Ora, se devemos ser tolerantes com os ditadores que fizeram a revoluções ditaduras sangrentas, devemos ser tolerantes com pessoas que defendem torturadores como heróis, por que não? Qual a diferença, por exemplo, de um Brilhante Ustra com um Che Guevara? Qual a diferença de um Adolf Hitler e um Joseph Stalin? Todos estavam na condição de poder, todos estavam na condição do mais forte, todos eram os subjugados querendo subjugar em certezas que não são verdadeiras. Mas mesmo assim, defender ideias, não é implantar ideias que não sejam para melhorar e evoluir a sociedade como um todo, já vimos isso antes. O Bolsonaro só é mais um entre muitos, que são extremistas, que são a favor não da conversa, mas uns mandam e os outros obedecem. Devo confessar que por um longo período eu pensei assim, mas percebi que assim eu não conquistaria nada, não conquistaria nem mesmo, o conhecimento necessário para o conhecimento.

Por outro lado, tem outro extremismo que exaltam a esquerda sangrenta, a esquerda que quer destruir o ser humano que não concorda com ela. O extremismo que Stalin matou milhões de fome porque simplesmente, queria diminuir a população da URSS, então, o Brilhante Ustra acaba sendo um moleque que fez traquinagem perto de um Stalin, um Hitler, um Mussolini, um Fidel Castro que Che Guevara matava os opositores ao céu aberto com a seguinte pergunta: “você é contra ou a favor? ”, com uma arma na mão. Isso não é uma tortura? Veja, não se pode matar nenhum ser humano em hipótese nenhuma, mas é legitimo manifestar sua opinião e como os libertários dizem (quem realmente, leu obras libertarias), opinião não fere o PNA (Pacto de Não Agressão). A grosso modo ficaria assim, você me chamar de “aleijado” não me fere (nem moralmente, pode acreditar), mas se você me der um tapa isso sim me fere e me dá o direito de defesa. O Bolsonaro dizer que o coronel Brilhante Ustra, mesmo eu sendo contra o militarismo, de ilustre não feriu ninguém e quem se sentiu ferido deveria rever, porque o Bolsonaro é filho militar, foi educado dentro do militarismo, não leu coisas políticas, não sabe ser político, então, se enforca sozinho. Tem como guru o Olavo de Carvalho que mora nos EUA e não está aqui, se designa filósofo, mas ainda acredita que a Terra é chata, que não existe petróleo e ainda, que todo cara de esquerda é comunista. Pior ainda, acha que existe ainda nações comunistas. Vocês ainda levam a sério o Bolsonaro? Tem apoio de pastores que não sabem nem escrever, não sabem nem versículo, não sabe nem dar opinião política sem escorregar. Mesmo assim, num ESTADO democrático de direito, ele tem todo o direito de expressar e se for contra lei, pagar pela lei que infligiu, mas que é legitimo dizer o que quiser.

Amauri Nolasco Sanches Jr, 40, escritor e filósofo. 

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