Como eu sou um cara liberal, mais precisamente
anarco-libertário, defendo o direito de expressão das pessoas e isso é
primordial mesmo numa democracia. Se defendo a liberdade, não tem o porquê não
defender a liberdade de todos expressarem o que quiserem e dar para nós, como
ponto de opinião, uma visão dos valores que eles defendem. Se um camarada
defende Che Guevara, Fidel Castro, até mesmo Stalin, outro não pode exaltar Brilhante
Ustra? Quem leu a obra de Rothbard, Esquerda e Direita, sabe que a ala
conservadora se apropriou do liberalismo, mas o liberalismo nunca foi
conservador. Não sei se repararam, o ser humano tem um medo muito irracional
diante do que é mudança, dos direitos que cada um tem, junto com os deveres que
cada um constrói dentro de uma sociedade. Mas há mudanças inevitáveis, há
mudanças que acontecem quando se clareiam as ideias e pensamentos. Se não fosse
assim, o ser humano não sairia das cavernas, as religiões não passariam para
pensamentos filosóficos e junto desses pensamentos filosóficos, se construíssem
a ciência. As pessoas como eu eram mortas, a América não seria descoberta, as
tecnologias não se avançariam e o universo não aconteceria e toda a descoberta
é fruto de uma mudança e a liberdade para acontecer.
Acontece que o ser humano ao mesmo tempo ele anseia por uma
mudança, o ser humano sempre temera o passado que lhe fez sofrer e esse
sofrimento, volte. Sempre aparecerá os extremos (seja a direita ou a esquerda) para
alertar sobre medos que não são dessa época, mas poderão voltar graças
aparecimento de focos (segundo suas visões). Ora, se devemos ser tolerantes com
os ditadores que fizeram a revoluções ditaduras sangrentas, devemos ser
tolerantes com pessoas que defendem torturadores como heróis, por que não? Qual
a diferença, por exemplo, de um Brilhante Ustra com um Che Guevara? Qual a
diferença de um Adolf Hitler e um Joseph Stalin? Todos estavam na condição de
poder, todos estavam na condição do mais forte, todos eram os subjugados
querendo subjugar em certezas que não são verdadeiras. Mas mesmo assim,
defender ideias, não é implantar ideias que não sejam para melhorar e evoluir a
sociedade como um todo, já vimos isso antes. O Bolsonaro só é mais um entre
muitos, que são extremistas, que são a favor não da conversa, mas uns mandam e
os outros obedecem. Devo confessar que por um longo período eu pensei assim,
mas percebi que assim eu não conquistaria nada, não conquistaria nem mesmo, o
conhecimento necessário para o conhecimento.
Por outro lado, tem outro extremismo que exaltam a esquerda
sangrenta, a esquerda que quer destruir o ser humano que não concorda com ela. O
extremismo que Stalin matou milhões de fome porque simplesmente, queria
diminuir a população da URSS, então, o Brilhante Ustra acaba sendo um moleque
que fez traquinagem perto de um Stalin, um Hitler, um Mussolini, um Fidel
Castro que Che Guevara matava os opositores ao céu aberto com a seguinte pergunta:
“você é contra ou a favor? ”, com uma arma na mão. Isso não é uma tortura? Veja,
não se pode matar nenhum ser humano em hipótese nenhuma, mas é legitimo manifestar
sua opinião e como os libertários dizem (quem realmente, leu obras
libertarias), opinião não fere o PNA (Pacto de Não Agressão). A grosso modo
ficaria assim, você me chamar de “aleijado” não me fere (nem moralmente, pode
acreditar), mas se você me der um tapa isso sim me fere e me dá o direito de
defesa. O Bolsonaro dizer que o coronel Brilhante Ustra, mesmo eu sendo contra
o militarismo, de ilustre não feriu ninguém e quem se sentiu ferido deveria
rever, porque o Bolsonaro é filho militar, foi educado dentro do militarismo, não
leu coisas políticas, não sabe ser político, então, se enforca sozinho. Tem como
guru o Olavo de Carvalho que mora nos EUA e não está aqui, se designa filósofo,
mas ainda acredita que a Terra é chata, que não existe petróleo e ainda, que
todo cara de esquerda é comunista. Pior ainda, acha que existe ainda nações comunistas.
Vocês ainda levam a sério o Bolsonaro? Tem apoio de pastores que não sabem nem
escrever, não sabem nem versículo, não sabe nem dar opinião política sem
escorregar. Mesmo assim, num ESTADO democrático de direito, ele tem todo o
direito de expressar e se for contra lei, pagar pela lei que infligiu, mas que
é legitimo dizer o que quiser.
Amauri Nolasco Sanches Jr, 40, escritor e filósofo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário