
Por Amauri Nolasco
Sanches Junior
Concordo com Schopenhauer, que pessoas que não tem ideias
próprias não podem ser chamadas de escritores, acho que esse é o problema da
coisa. A questão é as pessoas se trancarem em “bolhas ideológicas” dentro
daquilo que concordamos, porque é muito mais cômodo para a própria pessoa. Daí
a ideia de Schopenhauer faz sentido, a questão é você saber ter as ideias
próprias, pois, pensar por conta própria é algo muito difícil. Nada tem a ver
com a baixa escolaridade, e muitas vezes, nada tem a ver com o não entendimento
das palavras. A questão é outra e muito mais grave: estamos numa zona de
conforto que não se quer sair. Isso, o filósofo prussiano Immanuel Kant, já dizia
no século dezessete.
A alienação não é um fator dado, acho com muita convicção, que
a alienação é uma escolha como outra qualquer, quanto mais, na era do Google. O
que pseudofilósofos dizem são verdades e o que escrevemos, são “fake News”, e é
um fenômeno estranho dentro da gama de conhecimentos que estamos envoltos. Isso
tem a ver com as crenças das pessoas. Aquilo que se acredita, se torna aquilo que
te levará a um conforto. A questão pode ser vista na seguinte forma: estamos
acorrentados desde nossa tenra infância e só somos condicionados a enxergar
sombras, essas correntes são os valores e as crenças que somos ensinados desde
a infância, a ficar dentro nesta caverna. O símbolo da caverna é milenar, até
arrisco a dizer, que o símbolo da caverna é o símbolo da forma de morte e
renascimento, o símbolo da ilusão de Platão. Sim, amigos. Platão ao dizer que
os homens estão em uma caverna acorrentados, está, claramente, dizendo que
somos condicionados à só enxergar ilusões. A maioria da humanidade, está dentro
desta mesma caverna.
Não é que você só lê jornais como Estadão, Folha entre
outros, que te faz ser o cara que saiu dessa caverna, quem sai dessa caverna é
aquele que analisa a cada linha, o que você está lendo. Uma notícia não é um
post do Twitter que tem 140 caracteres, aí você começa a entender o que as
pessoas estão pensando. Não, não é. Escrevo notícias para o Blasting News, que
é uma revista eletrônica norte-americana, que tem como base, um conceito de
social jornalismo. Isso é bom, porque os blogueiros que tem a capacidade de escrever
noticia, vão passar a ter mais cuidado enquanto fonte segura. Isso mesmo, se
nós não tivemos fontes seguras eles não liberam as notícias. Se eu tenho lá que
“PROCURADORIA DESCOBRE NOVOS DESVIOS PARA PT E PMDB” ou “SENADOR RENANCALHEIROS PODE PERDER O MANDATO”, é porque mostrei a eles fontes seguras de notícias,
geralmente de sites de notícias confiáveis, para eles liberarem. Se sou chamado
de produtor de “fake News” é porque estou mexendo com aqueles, que Platão diz,
enxergar as sombras.
As sombras são geralmente a realidade mostrada a partir de
uma crença religiosa ou ideológica, nem sempre ideias religiosas são espirituais,
nem sempre ideologias são realmente, modos de fazer política. E há sim,
religiosidade política quando você condiciona a sua vida a um partido e a um
candidato, que é o caso do Lula (PT) e o Bolsonaro (PSC), que são humanos e
podem sim errar. Ou, crenças religiosas sobre fatos históricos que levaram a situações
que achamos serem confortáveis, como o regime militar, ou outros momentos. Vivemos
numa caverna, mas uns saem e outros, não.
Geralmente, aquele que sai enxerga um outro mundo, não aquele
que programas policiais mostram ou os telejornais costumam achar pertinentes, mas
aqueles que transcendem esses momentos. Se eu vejo casos imensos de corrupção, não
enxergo que o pais não tem jeito ou o Brasil precisa de um “messias” (muito menos
uma ditadura), enxergo uma realidade de fora da caverna que é a verdadeira. Lutamos
para enxergar a verdade, tanto é, que Platão coloca que o homem que saiu da
caverna tem seus olhos ofuscados, pois, ofuscar é você acostumar ao escuro e não
ter olhado a luz verdadeiramente. O que é a luz? O conhecimento. A informação só vira conhecimento
quando se entende realmente, essa informação. A erudição não é citar obras de
outros escritores, escritores originais são verdadeiros escritores, filósofos só
são filósofos se tiverem ideias originais. A maioria dos filósofos hoje, pelo
menos ao que li, não são originais.
Filósofos religiosos não são filósofos. Filósofos ideólogos,
não são filósofos. Isso quer dizer, que os olavettes não são seguidores de um filósofo,
mas de um intelectual. Um intelectual joga ao vento o que sabe, um filósofo analisa
verdadeiramente, sem achar que está com a verdade ou não. O que o intelectual
Olavo de Carvalho faz é jogar o que sabe ao vento, só que a maioria das coisas não
faz sentido, porque a filosofia também tem seus métodos. Então, é apenas um
intelectual que vive de polêmicas igual o Paulo Ghiraldelli Jr entre outros,
que jogam o que sabem ao vento sem ter uma análise própria, particular. Citar outros
filósofos, é uma coisa, distorcer outros filósofos e fatos históricos a favor
de suas crenças, além de ser desonestidade intelectual, ainda te faz ser menor.
Como cheguei a isso? Porque eu leio. Não leio só noticia, não
leio só o que me agrada ou é confortável ao que acredito (seja religioso ou político),
eu leio até do que eu não concordo. Mas eu leio. Não critico uma manchete só pelo
título, não critico um filósofo só por causa de um outro que crítica ele. Eu tenho
que ter o mínimo de base para uma crítica consistente daquilo que me propus
criticar. A crítica dentro da filosofia, não é uma crítica de julgamento, uma crítica
filosófica, é uma análise minuciosa daquilo que eu quero analisar. Assim, no
livro “A Arte de Escrever” do filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860), está
que só quem é um erudito é aquele que lê pouco, mas aquilo que ler, vai “digerir”
melhor o que o autor disse ou escreveu. Ele está certo? Acho que houve um
exagero do filósofo, mas, certamente temos que ler devagar as obras literárias,
as obras filosóficas, as manchetes dos jornais. Pensar, ter a coragem de
questionar (não opinar, que é diferente), ter a capacidade de pesquisar. Só assim,
seremos um outro povo, cidadãos de verdade.
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