quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Por que as pessoas não leem?



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Concordo com Schopenhauer, que pessoas que não tem ideias próprias não podem ser chamadas de escritores, acho que esse é o problema da coisa. A questão é as pessoas se trancarem em “bolhas ideológicas” dentro daquilo que concordamos, porque é muito mais cômodo para a própria pessoa. Daí a ideia de Schopenhauer faz sentido, a questão é você saber ter as ideias próprias, pois, pensar por conta própria é algo muito difícil. Nada tem a ver com a baixa escolaridade, e muitas vezes, nada tem a ver com o não entendimento das palavras. A questão é outra e muito mais grave: estamos numa zona de conforto que não se quer sair. Isso, o filósofo prussiano Immanuel Kant, já dizia no século dezessete.

A alienação não é um fator dado, acho com muita convicção, que a alienação é uma escolha como outra qualquer, quanto mais, na era do Google. O que pseudofilósofos dizem são verdades e o que escrevemos, são “fake News”, e é um fenômeno estranho dentro da gama de conhecimentos que estamos envoltos. Isso tem a ver com as crenças das pessoas. Aquilo que se acredita, se torna aquilo que te levará a um conforto. A questão pode ser vista na seguinte forma: estamos acorrentados desde nossa tenra infância e só somos condicionados a enxergar sombras, essas correntes são os valores e as crenças que somos ensinados desde a infância, a ficar dentro nesta caverna. O símbolo da caverna é milenar, até arrisco a dizer, que o símbolo da caverna é o símbolo da forma de morte e renascimento, o símbolo da ilusão de Platão. Sim, amigos. Platão ao dizer que os homens estão em uma caverna acorrentados, está, claramente, dizendo que somos condicionados à só enxergar ilusões. A maioria da humanidade, está dentro desta mesma caverna.

Não é que você só lê jornais como Estadão, Folha entre outros, que te faz ser o cara que saiu dessa caverna, quem sai dessa caverna é aquele que analisa a cada linha, o que você está lendo. Uma notícia não é um post do Twitter que tem 140 caracteres, aí você começa a entender o que as pessoas estão pensando. Não, não é. Escrevo notícias para o Blasting News, que é uma revista eletrônica norte-americana, que tem como base, um conceito de social jornalismo. Isso é bom, porque os blogueiros que tem a capacidade de escrever noticia, vão passar a ter mais cuidado enquanto fonte segura. Isso mesmo, se nós não tivemos fontes seguras eles não liberam as notícias. Se eu tenho lá que “PROCURADORIA DESCOBRE NOVOS DESVIOS PARA PT E PMDB” ou “SENADOR RENANCALHEIROS PODE PERDER O MANDATO”, é porque mostrei a eles fontes seguras de notícias, geralmente de sites de notícias confiáveis, para eles liberarem. Se sou chamado de produtor de “fake News” é porque estou mexendo com aqueles, que Platão diz, enxergar as sombras.

As sombras são geralmente a realidade mostrada a partir de uma crença religiosa ou ideológica, nem sempre ideias religiosas são espirituais, nem sempre ideologias são realmente, modos de fazer política. E há sim, religiosidade política quando você condiciona a sua vida a um partido e a um candidato, que é o caso do Lula (PT) e o Bolsonaro (PSC), que são humanos e podem sim errar. Ou, crenças religiosas sobre fatos históricos que levaram a situações que achamos serem confortáveis, como o regime militar, ou outros momentos. Vivemos numa caverna, mas uns saem e outros, não.

Geralmente, aquele que sai enxerga um outro mundo, não aquele que programas policiais mostram ou os telejornais costumam achar pertinentes, mas aqueles que transcendem esses momentos. Se eu vejo casos imensos de corrupção, não enxergo que o pais não tem jeito ou o Brasil precisa de um “messias” (muito menos uma ditadura), enxergo uma realidade de fora da caverna que é a verdadeira. Lutamos para enxergar a verdade, tanto é, que Platão coloca que o homem que saiu da caverna tem seus olhos ofuscados, pois, ofuscar é você acostumar ao escuro e não ter olhado a luz verdadeiramente. O que é a luz?  O conhecimento. A informação só vira conhecimento quando se entende realmente, essa informação. A erudição não é citar obras de outros escritores, escritores originais são verdadeiros escritores, filósofos só são filósofos se tiverem ideias originais. A maioria dos filósofos hoje, pelo menos ao que li, não são originais.

Filósofos religiosos não são filósofos. Filósofos ideólogos, não são filósofos. Isso quer dizer, que os olavettes não são seguidores de um filósofo, mas de um intelectual. Um intelectual joga ao vento o que sabe, um filósofo analisa verdadeiramente, sem achar que está com a verdade ou não. O que o intelectual Olavo de Carvalho faz é jogar o que sabe ao vento, só que a maioria das coisas não faz sentido, porque a filosofia também tem seus métodos. Então, é apenas um intelectual que vive de polêmicas igual o Paulo Ghiraldelli Jr entre outros, que jogam o que sabem ao vento sem ter uma análise própria, particular. Citar outros filósofos, é uma coisa, distorcer outros filósofos e fatos históricos a favor de suas crenças, além de ser desonestidade intelectual, ainda te faz ser menor.


Como cheguei a isso? Porque eu leio. Não leio só noticia, não leio só o que me agrada ou é confortável ao que acredito (seja religioso ou político), eu leio até do que eu não concordo. Mas eu leio. Não critico uma manchete só pelo título, não critico um filósofo só por causa de um outro que crítica ele. Eu tenho que ter o mínimo de base para uma crítica consistente daquilo que me propus criticar. A crítica dentro da filosofia, não é uma crítica de julgamento, uma crítica filosófica, é uma análise minuciosa daquilo que eu quero analisar. Assim, no livro “A Arte de Escrever” do filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860), está que só quem é um erudito é aquele que lê pouco, mas aquilo que ler, vai “digerir” melhor o que o autor disse ou escreveu. Ele está certo? Acho que houve um exagero do filósofo, mas, certamente temos que ler devagar as obras literárias, as obras filosóficas, as manchetes dos jornais. Pensar, ter a coragem de questionar (não opinar, que é diferente), ter a capacidade de pesquisar. Só assim, seremos um outro povo, cidadãos de verdade. 


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