Por Amauri Nolasco Sanches
Junior
Outro dia, eu estava lendo um artigo no Estadão da deputada
Mara Gabrilli, contando um pouco da sua visão sobre os direitos humanos para
pessoas com deficiência. Em uma outra
entrevista, acho que foi para a Folha de S. Paulo, ela disse que se sente
envergonhada de ser do PSDB depois que o senador mineiro, Aécio Neves, ter te
enganado. Duas questões que não querem calar: primeiro, o porque ela não sai do
partido que não concorda mais da sua convicção? Porque se eu não estou
satisfeito com as convicções de um partido (ideologia) ou uma religião (crença),
eu não sentirei mais obrigado a seguir aquilo, não terá mais as minhas convicções
naquilo. Depois, todo mundo sabe, que discursos muito bem montados são discursos
retóricos, ter uma boa retórica, é uma coisa herdada dos senadores romanos.
A questão desse texto, não é a vergonha que ela diz sentir
pelo partido e pelo sanador mineiro, é sobre os direitos humanos. Lembramos sempre,
que as medidas que garantem os direitos universais do homem e todos os seus
diretos como pessoa humana, seja ela qual for, foi feita logo após o fenômeno nazifascista.
Isso a nobre deputada se esqueceu. Também acho, porque não faço media com ninguém,
que vários fenômenos conceituais nazifascistas vieram dos que fizeram a resolução.
Os norte-americanos inventaram a eugenia. Os norte-americanos inventaram medidas
muito piores, do que o Apartheid sul-africano, ou a própria escravatura. E nós,
como a cara deputada deve saber, só tivemos algum direito de sair as ruas a
partir dos anos oitenta do século passado. A ONU construiu uma resolução dos
direitos das pessoas com deficiência, ratificada pelo Brasil em meados do novo milênio.
Porém, sem sombras de dúvida, não serviu de nada ser radicalizar a convenção. Não
mudou a educação, não existe auxiliar de nada dentro das escolas. O transporte não
mudou nada. Não mudou nada temos um direito de viver e não poder trabalhar. Que
aliás, a dona deputada, deveria exigi que tenha fiscalização do cumprimento da
lei de cotas de empresas, que por motivos lógicos, foi cortado.
Tirando a parte do povo carcerário com deficiência – não sou
a favor da pena de morte, mas também, não sou a favor de melhorar a vida de
pessoas que escolheram ter essa vida. Pior ainda, se ficou paraplégico, porque
é um efeito diante da causa. Mas, claro, que devesse dar uma outra chance, mas não
deve dar melhoria, pois, não seria um castigo – eu concordo com a maioria do
texto, mas não concordo de se escrever um texto e não fazer nada e seu partido,
que sente agora “vergonha”, não faz muita coisa em relação as pessoas com deficiência.
Vamos pegar o ensino médio e o ensino técnico aqui em São Paulo, administrado
pelo Centro Paula Souza, onde não tem acessibilidade das etecs, não tem
interprete de libras, não tem de auxiliar para ajudar nos gabaritos, não existe
organização entre outras coisas. Como a deputada faz um discurso de respeito
dos direitos humanos, se o governo do seu partido não respeita a própria legislação?
Fora a questão do transporte municipal porta-a-porta, que não faz jus ao que está
nem no estatuto da pessoa com deficiência, que insistem em chamar de, Lei de inclusão.
Você ser uma “parede” entre as pessoas com deficiência e o
governo na questão do BPC e o LOAS, não te faz ser uma pessoa justa, já que
defendeu uma aposentadoria máxima por uma atleta que ficou deficiente por causa
da sua teimosia. Apoiou e apoia um evento de uma entidade que não faz nada para
incluir, porque a AACD tem uma filosofia clara de dependência dos 0 até os 12
anos de idade, onde o pai tem imensa obrigação de além de pagar, tratar eles
como deuses. A deputada deve saber que a entidade expulsa quem não concorda com
seu tratamento, não concorda com seus métodos, não tolera que pessoas com deficiência
prove que eles estão errados e que temos sim, a capacidade de ter uma vida
independente. Não deveria pontuar “direitos humano” se nem seu próprio partido,
o respeita sem ao menos, respeitar o nosso direito de acessibilidade e de inclusão.
Construir rampas é muito fácil, ter uma lei mequetrefe de cotas de empresa é fácil,
é o básico, fazer o discurso virar ação, é o difícil.
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