
Por Amauri Nolasco
Sanches Junior
Não sei o porquê, mas ainda estão lendo o Gregório Devivier
e ainda, gastando a massa cefálica com ele. Eu dei muita risada com alguns
vídeos do canal Porta dos Fundos, mas, é só. Devivier é comediante. O texto que
ele coloca Jesus como um grande militante comunista, foi uma ironia e se não
foi, não me surpreende. Hoje, o pessoal acha que ser comediante é dizer
qualquer asneira e fazer rir, não é bem assim. Não quero me ater ao texto do
Devivier – que para mim é um grande besteirol – mas, vou dar a minha visão
sobre Jesus e sua missão. Pois, eu penso além das religiões.
Jesus de Nazaré foi um espirito de auto grau de evolução que
trouxe ensinamentos para o povo da região da Judeia, Galileia, e as regiões
aonde ele viveu. No mesmo modo, Sidarta Gautama, o Buda, trouxe milhares de
ensinamentos dentro do povo hindu para a ascensão espiritual e uma evolução
muito mais efetiva. A questão, é seus ensinamentos, romperam o tempo e as
fronteiras porque foram sementes plantadas para uma evolução espiritual. Tanto,
que nem a aparência desses homens, sabemos como eram. Porque sua mensagem era
uma mensagem universal, não tinha um teor político, não tinha um teor
religioso, não tinha um teor de coisas do mundo material (você aprende com
algumas leituras e ouvindo alguns mestres, que o materialismo e o
espiritualismo, depende da vibração do átomo em si). Vamos fazer um exemplo,
imagine um copo com água que colocamos uma pedra de gelo, a pedra de gelo está
numa vibração mais tensa, por causa do resfriamento da água. Então, esse gelo
faz transbordar o copo e a água derrama fora, porque há uma solides dentro do
copo que não cabe o gelo e a água liquida. Lembrando sempre, que os dois são do
mesmo material (gelo e a água). Mas, ao decorrer do tempo, com a temperatura da
água e os átomos do gelo vibrando cada vez mais, o gelo muda de forma e se
mistura com a água. Os ensinamentos espirituais são a água, os conceitos
materialistas, são o gelo solidificado. Com o tempo, vão se misturando cada vez
mais.
Acontece que puseram muitas coisas além do que Jesus ensinou
dando uma visão europeia – até mesmo a sua imagem – assim, muitas coisas da
teologia católica não fazem nenhum sentido. O que interessa nos ensinamentos se
Jesus casou ou não? O que interessa nos ensinamentos de Jesus se ele foi ou não
Deus? O que interessa se Jesus teve ou não filhos? Eu sempre ponho Maria
Madalena (ou Magdala), como uma discípula de Jesus, porque ele queria romper
algumas tradições que não faziam sentido nenhum. Se foram ou não casados,
também, não faz a menor diferença. A mensagem de Jesus é uma mensagem que pode
ser lida e seguida, assim como de Buda, assim como de Maomé ou de qualquer
outro. A questão é entender a sua essência.
Jesus queria que as pessoas entendessem aqueles
ensinamentos, afinal, o seu reino não era desse mundo. Porém, quem estava no
caminho não precisava entender, mas os que não estavam, precisavam. As prostitutas
e bandidos, eram as pessoas que se iludiram com as promessas materiais de
riquezas. A prostituição é a venda do próprio corpo por dinheiro, o roubo é você
pegar aquilo que não é seu, para satisfazer seu próprio ego. Os dois é uma
questão egóica. Só que no caso da prostituta, ela sabe que só é usada, mas
algumas, põem na cabeça que são desejadas. O ego tem dois níveis, o ilusório
(que tem a ver com o orgulho de se colocar sem ser de verdade), e o verdadeiro
(que é uma questão ontológica, ou seja, o ser enquanto ser). O ego verdadeiro é
tudo aquilo que você é verdadeiramente, vamos lembrar, que Jesus diz para Pôncio
Pilatos, que a verdade liberta. Mas que verdade? A verdade do ser, que se
solidifica no espirito. O ego verdadeiro é o entendimento disso. Tudo que é
material volta para o universo, nada é eterno enquanto coisa, mas, o ser é
eterno enquanto a nossa própria essência. Claro, que se somos humanos e vivemos
no mundo, ficamos a mercê da sobrevivência. Jesus não disse para sermos pobres,
mas disse para nos desapegar ao ponto de brigar com o outro por causa daquela
coisa. O ladrão só é ladrão por causa da ilusão que aquilo vão trazer benefício
– até à custa da vida do outro. O corrupto vai roubar o dinheiro público, porque
está iludido com a vaidade e de pensar que aquilo que ele roubou, lhe trará uma
felicidade. A felicidade não é com bens materiais, mas, com o gosto daquilo que
se faz na vida.
Eu gosto de escrever e a minha escrita pode me levar ao bem
material, porém, é uma coisa que me dará prazer e, talvez, trará ajuda ao
outro. Ajudar o outro não é só dar o pão, mas entender o caminho para buscar
esse pão, isso nada tem a ver com classes. Isso tem a ver com autossuficiência.
Isso mesmo. Você depender de outras pessoas para comer um pão não é muito bom,
porque você terá que comer um pão que a pessoa lhe trará e não aquele que você gosta.
Quando você tem a escolha entre ficar onde estar e melhorar aquilo que te fara
uma pessoa evoluída – acordar do Matrix – você sentirá o fluxo muito melhor da
sua felicidade. A questão é que a felicidade não é tomar champanhe numa piscina
– isso é prazer – mas, felicidade é comer bolacha escrevendo um texto e sabendo
que este texto, pode ajudar algumas pessoas, a enxergarem o que não querem
enxergar. Talvez, as religiões são sombras, as religiões são parte de um
condicionamento muito mais amplo que o ESTADO tem que fazer para manter o
controle. Jesus, Buda, os profetas, os santos, os avatares (mandatários do
Criador), os filósofos e até mesmo, aqueles que mudaram a cara da ciência, são
aqueles que viram além das sombras e estão além da “caverna”.
Jesus estava dizendo que o caminho para ficar no Matrix é
bem largo, é muito mais cômodo, porém, o caminho para ficar na Matrix é muito
mais, estreito. Causa dor. Os “olhos” que estão acostumados com a ilusão, a escuridão
do “véu de Maya”, as sombras fabricadas pelos objetos carregados pelos outros
humanos (discurso do poder?), as questões moralistas irrelevantes. Jesus não está
preocupado com roupas, Jesus não estava preocupado com questões intimas, ele
estava preocupado com algo muito maior que isto tudo.
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