quarta-feira, 20 de setembro de 2017

São Paulo: cadeirante mostra calçada destruída “pessoas podem cair”



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior


Muitas vezes eu escrevi sobre a urbanização aqui nesse blog e muitos outros que estão pela internet, que por muitos anos eu me deparei. Segundo a Lei de Inclusão, as pessoas com deficiência cadeirante tem o direito de ir e vir e isso inclui, ter vias públicas dentro de uma organização urbana onde se encontramos.  A realidade não é a mesma coisa das leis escritas, porque as leis escritas tendem a idealizar uma conduta que não está sendo respeitada e esse respeito pode ser sanado com o cumprimento dessa lei, que por muito tempo, vem sendo desrespeitada e colocada como apenas um papel em cima de um gabinete qualquer.

Ontem ao abrir o blog no meu colega de partido – ele é presidente do PAIS (aqui) – Lee Cadeirante (aqui), vi a nossa colega de luta Lucianna Trindade, subir a Alameda Santos (na região da Avenida Paulista), mostrando a realidade das calçadas em um vídeo que “bombou” nas redes sociais do pessoal do segmento das pessoas com deficiência. Estudei nos anos 80 – de 1983 a 1990 – na Avenida Paulista num colégio conhecido e tombado pelo patrimônio histórico, Rodrigues Alves – nesse tempo houve uma unidade da AACD (aqui) nesse colégio – onde já naquele tempo as condições da região eram “deploráveis”. Hoje, acredito eu que não trafego tanto na região, a coisa esteja melhor, mas no vídeo da Lucianna mostra que nem tanto.

Ali onde o vídeo acontece há uma obra chamada de ‘Santos Augusta’, que é feita pela construtora ReudBrasil, que danificou toda a calçada da Alameda Santos. No vídeo, a cadeirante sobe toda a Alameda e mostra varias danificações e irregularidades dentro da via que é pública e não da “construtora”. Primeiro, Lucianna mostra o portão de entrada e saída de caminhões que buscam materiais, simplesmente, na calçada e além disso, a fita de isolamento está a via impossibilitando o trafego de cadeirantes.

O vídeo ficou bom só num pequeno fato, mostrar a nossa visão das vias públicas que não estão adequadas na sombra da lei, diante da grandeza da cidade de São Paulo – uma das maiores cidades da América Latina – que muitas vezes, contraria a lei. Só com alguns minutos de vídeos, se pode ver um olhar diante de uma dificuldade que TODOS cadeirantes passam, que enfrenta todos os dias. Existem normas federais que garantem nosso próprio direito de trafegar nas calçadas, e também, contraria normas da PNMU, que prioriza a circulação de pedestres, principalmente, em vias como calçadas. Coisa que o vídeo da Lucianna, é mostrado que nem a própria lei é respeitada (normas simples).

No vídeo, podemos ver as caixas de esgoto fazendo “montinhos” obrigando a muitos pedestres a trafegarem em uma única pessoa, quanto menos, uma pessoa cadeirante passar ali. Tanto que Lucianna tem que andar na rua, dividindo o espaço com os carros, porque a calçada não tem a menor condição de transitar, além disso tudo, há uma arvora numa caixa errada e de maneira errada foi plantada no meio da calçada.

A realidade do vídeo é a realidade de qualquer um que seja cadeirante (com cadeira de rodas manual ou motorizada), que muitas empesas não cumprem a lei e também, muitos moradores fazem a calçadas como querem e não é bem assim. Há uma norma a seguir com suas medidas e como deve ser, porque há também muitas pessoas com mobilidade reduzida, que precisam de uma calçada descente. Gestantes, mães ou pais com carrinho de bebê, idosos que podem cair e até mesmo, pessoas com deficiência visual que pode transitar por ali e até cair e se ferir gravemente.


Quem conhece meu blog sabe que como sou nietzschiano, sou um quebrador de ídolos com minha britadeira, mas eu sei muito bem que também reconhecer as pessoas que tem coragem e sabem aquilo que fazem e a Lucianna Trindade teve um ato de coragem. Podemos dizer que o ato da moça é um ato digno de um guerreiro “espartano” que luta pelo que acredita e o que há de errado. Mostrando arvores em locais errados, rampas que não podem ser usadas e nem calçadas que possamos usar. 


(aqui)

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