Por Amauri Nolasco
Sanches Junior
Num vídeo que assisti do professor Karnal, tinha uma
pergunta muito pertinente no título: “os “burros” são mais felizes? ” e fiquei
numa reflexão séria sobre isso. Será que
sinônimo de felicidade é a “burrice”? Será que nós, como seres humanos que
somos, perdemos a capacidade de raciocinar e achar meios de entender um texto
ou uma crítica? As pessoas pararam de ter serenidade o bastante de entender um
texto, entender um projeto de lei, uma misera frase, por causa de ideias
ideológicas políticas; ou por causa de míseros preconceitos sobre o autor da
frase. O burro (animal equino), ele quando vê algum perigo ou pensa haver, ele
empaca e não sai do lugar como se aquilo fosse um perigo para ele. O “burro” em
questão, assemelha ao equino, só que empaca no perigo eminente que aquilo vai
trazer perigo a sua ideologia de mundo e não quer ir adiante, não tem uma
serenidade e não entende a crítica que ali está. Num modo bem didático, uma
crítica é a arte de negociar méritos e deméritos, com o pleno objetivo, de
aprimorar desempenhos futuros. Ou seja, uma crítica não é apenas uma negação,
mas uma negociação para analisar os méritos e deméritos de algo. Na filosofia
moderna, a crítica designa uma análise sistemática as condições e também as
consequências de um conceito, ou de uma teoria, ou de uma disciplina e é uma
tentativa de compreender seus limites e a validade desses temas. Sempre
enfatizando, que um ponto de vista crítico e o oposto de um ponto de vista
dogmático.
A crítica é um julgamento de mérito, pois, se critico na
estética, eu vejo mérito ou demérito na arte; se critico a lógica, estou vendo
mérito no raciocínio; se critico no intelectual, estou vendo o mérito em um conceito,
teoria ou em um experimento; se critico a moral, estou vendo o mérito em
condutas. Se eu critico algo, é o mérito que eu faço essa crítica e faço essa
crítica, sempre é de cunho que eu desenvolvo um pensamento. E essa reflexão foi
colaborada com as várias críticas dos meus textos, que tentaram dar uma luz
dentro da teoria marxista da igualdade e da virtude dessa igualdade. As críticas nunca são críticas do texto, mas
são críticas em defesa de uma ideologia e fica evidente, que uma crítica sem
dar o mérito ao texto reflexivo, se torna só “falar mal”. Como disse acima, o
ponto de vista critico sempre será contrário do sistema dogmático, seja ele
religioso, seja ele ideológico, pois trata de indagar a essência daquele dogma e
criticando a essência daquele dogma, ele começa a tirar a fé cega daquilo que
tanto acreditamos ser a verdade. Como o burro (equino), empaca naquilo de ver
perigo dentro da crítica que aquilo é uma mentira, mas não é bem assim, porque
se faço uma crítica aquilo, só é um ponto de apoio ou a melhoria daquilo na
essência.
Em tudo isso pode ser aplicado, como o ser humano devesse se
apegar a dogmas para se sentir felizes, se sentirem satisfeitos consigo mesmo.
Hoje temos a expressão “por um mundo melhor”, como se o mundo fosse ter que
ficar melhor antes de olharmos nossos pontos morais. Afinal, se realmente
prestaram atenção na teoria do materialismo histórico, a história somos nós que
construirmos e não tem nenhum destino ou propósito, apenas é. Claro que não
concordo que exista os pontos que Marx colocou, mesmo o porquê, não tenho razão
nenhuma para acreditar que alguém nos oprime, mas nos oprimimos para tirar
vantagem naquilo; isso até Sócrates, a uns 2500 anos atrás, dizia isso, que a
maioria usa a bondade para conseguir tudo que se almeja e isso é um fato. Fato
que sempre dependemos do outro para ser feliz, sempre dependemos do outro para
sermos realizados, essa é a cerne do problema, a questão é sermos felizes sempre
fazendo o que se tem vontade.
Kant diria que as pessoas “burras” são aquelas que vivem nos
instintos, ou seja, elas rirem das crianças que caem das coisas em vídeos, elas
torcem para times de futebol, elas buzinam para “nadegas” alheiras, se enchem
de cerveja, todo final de semana tem a necessidade de viajar; postam qualquer
coisa – no Instagram não existe gente pobre – acham o máximo coisas
irrelevantes como tragédias e se trancam em suas “bolhas”. Por outro lado,
pessoas racionais pensam, tem a racionalidade de estarem serenas para ler um
texto ou um livro, analisar e depois, escrever comentários pertinentes e não “idiotias”.
A razão não é regida pela frieza, isso é um erro, a razão é regida pela
serenidade daquilo que é racional e aquilo que é racional, está acima do sentimentalismo,
que por sua vez, não é sentir e sim, exagerar no sentimento. As pessoas usarem
a minha deficiência, por exemplo, para defender o socialismo e dizer que o
capitalismo me oprime – se fossemos um país socialista, as APAEs eram bilionárias
e eram todas estatais, se claro, o governo deixasse sobreviver – é uma maneira
de sentimentalismo, porque o governo que se dizia de esquerda, não fiscalizou
as vagas das pessoas com deficiência. Sentimentalismo dentro de uma discussão,
diria Kant, é uma larga demonstração de que as pessoas usam muito mais os
instintos do que a racionalidade. Elas são menores, pequenas demais.
Para alcançar a sua maioridade é preciso analisar você mesmo,
analisar o porquê seguir aquilo e se aquilo terá um benefício mutuo, porque a
verdade sempre está em nós mesmo. Isso parece uma frase sofistica? Talvez. Mas é
a única maneira de não deixar que as coisas nos domine, que o que realmente
importa, é quem nós somos. A regra máxima da filosofia é “conheça-te a ti mesmo”.
Assistam:
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