terça-feira, 2 de maio de 2017

Ser “burro” é sinal de felicidade?




Resultado de imagem para racional e não racional





Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Num vídeo que assisti do professor Karnal, tinha uma pergunta muito pertinente no título: “os “burros” são mais felizes? ” e fiquei numa reflexão séria sobre isso.  Será que sinônimo de felicidade é a “burrice”? Será que nós, como seres humanos que somos, perdemos a capacidade de raciocinar e achar meios de entender um texto ou uma crítica? As pessoas pararam de ter serenidade o bastante de entender um texto, entender um projeto de lei, uma misera frase, por causa de ideias ideológicas políticas; ou por causa de míseros preconceitos sobre o autor da frase. O burro (animal equino), ele quando vê algum perigo ou pensa haver, ele empaca e não sai do lugar como se aquilo fosse um perigo para ele. O “burro” em questão, assemelha ao equino, só que empaca no perigo eminente que aquilo vai trazer perigo a sua ideologia de mundo e não quer ir adiante, não tem uma serenidade e não entende a crítica que ali está. Num modo bem didático, uma crítica é a arte de negociar méritos e deméritos, com o pleno objetivo, de aprimorar desempenhos futuros. Ou seja, uma crítica não é apenas uma negação, mas uma negociação para analisar os méritos e deméritos de algo. Na filosofia moderna, a crítica designa uma análise sistemática as condições e também as consequências de um conceito, ou de uma teoria, ou de uma disciplina e é uma tentativa de compreender seus limites e a validade desses temas. Sempre enfatizando, que um ponto de vista crítico e o oposto de um ponto de vista dogmático.

A crítica é um julgamento de mérito, pois, se critico na estética, eu vejo mérito ou demérito na arte; se critico a lógica, estou vendo mérito no raciocínio; se critico no intelectual, estou vendo o mérito em um conceito, teoria ou em um experimento; se critico a moral, estou vendo o mérito em condutas. Se eu critico algo, é o mérito que eu faço essa crítica e faço essa crítica, sempre é de cunho que eu desenvolvo um pensamento. E essa reflexão foi colaborada com as várias críticas dos meus textos, que tentaram dar uma luz dentro da teoria marxista da igualdade e da virtude dessa igualdade.  As críticas nunca são críticas do texto, mas são críticas em defesa de uma ideologia e fica evidente, que uma crítica sem dar o mérito ao texto reflexivo, se torna só “falar mal”. Como disse acima, o ponto de vista critico sempre será contrário do sistema dogmático, seja ele religioso, seja ele ideológico, pois trata de indagar a essência daquele dogma e criticando a essência daquele dogma, ele começa a tirar a fé cega daquilo que tanto acreditamos ser a verdade. Como o burro (equino), empaca naquilo de ver perigo dentro da crítica que aquilo é uma mentira, mas não é bem assim, porque se faço uma crítica aquilo, só é um ponto de apoio ou a melhoria daquilo na essência.

Em tudo isso pode ser aplicado, como o ser humano devesse se apegar a dogmas para se sentir felizes, se sentirem satisfeitos consigo mesmo. Hoje temos a expressão “por um mundo melhor”, como se o mundo fosse ter que ficar melhor antes de olharmos nossos pontos morais. Afinal, se realmente prestaram atenção na teoria do materialismo histórico, a história somos nós que construirmos e não tem nenhum destino ou propósito, apenas é. Claro que não concordo que exista os pontos que Marx colocou, mesmo o porquê, não tenho razão nenhuma para acreditar que alguém nos oprime, mas nos oprimimos para tirar vantagem naquilo; isso até Sócrates, a uns 2500 anos atrás, dizia isso, que a maioria usa a bondade para conseguir tudo que se almeja e isso é um fato. Fato que sempre dependemos do outro para ser feliz, sempre dependemos do outro para sermos realizados, essa é a cerne do problema, a questão é sermos felizes sempre fazendo o que se tem vontade.

Kant diria que as pessoas “burras” são aquelas que vivem nos instintos, ou seja, elas rirem das crianças que caem das coisas em vídeos, elas torcem para times de futebol, elas buzinam para “nadegas” alheiras, se enchem de cerveja, todo final de semana tem a necessidade de viajar; postam qualquer coisa – no Instagram não existe gente pobre – acham o máximo coisas irrelevantes como tragédias e se trancam em suas “bolhas”. Por outro lado, pessoas racionais pensam, tem a racionalidade de estarem serenas para ler um texto ou um livro, analisar e depois, escrever comentários pertinentes e não “idiotias”. A razão não é regida pela frieza, isso é um erro, a razão é regida pela serenidade daquilo que é racional e aquilo que é racional, está acima do sentimentalismo, que por sua vez, não é sentir e sim, exagerar no sentimento. As pessoas usarem a minha deficiência, por exemplo, para defender o socialismo e dizer que o capitalismo me oprime – se fossemos um país socialista, as APAEs eram bilionárias e eram todas estatais, se claro, o governo deixasse sobreviver – é uma maneira de sentimentalismo, porque o governo que se dizia de esquerda, não fiscalizou as vagas das pessoas com deficiência. Sentimentalismo dentro de uma discussão, diria Kant, é uma larga demonstração de que as pessoas usam muito mais os instintos do que a racionalidade. Elas são menores, pequenas demais.


Para alcançar a sua maioridade é preciso analisar você mesmo, analisar o porquê seguir aquilo e se aquilo terá um benefício mutuo, porque a verdade sempre está em nós mesmo. Isso parece uma frase sofistica? Talvez. Mas é a única maneira de não deixar que as coisas nos domine, que o que realmente importa, é quem nós somos. A regra máxima da filosofia é “conheça-te a ti mesmo”. 

Assistam:



Nenhum comentário:

Postar um comentário